sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Acusados da morte de alemã vão a júri popular

Os cinco acusados de assassinar a alemã Jennifer Marion Kloker foram pronunciados ontem para serem julgados pelo Tribunal do Júri de São Lourenço da Mata, Região Metropolitana do Recife. A decisão de levar a sogra da alemã Delma Freire, apontada como mentora do crime, o filho dela Pablo Tonelli, o pai adotivo dele, o italiano Ferdinando Tonelli, além do desempregado Alexsandro Neves e Dinarte Medeiros, irmão de Delma, para serem submetidos a júri popular foi tomada pela juíza em exercício Marinês Marques Viana.

Juíza pronunciou a sogra de Jennifer Kloker Delma Freire, o seu filho, Pablo Tonelli e o pai adotivo, Ferdinando Tonelli Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A PressA partir do dia 3 de janeiro, quando o judiciário retomará suas atividades, os acusados e seus advogados serão comunicados oficialmente. Eles terão cinco dias para recorrer da sentença. Se o Tribunal de Justiça de Pernambuco mantiver a decisão e os advogados não entrarem novamente com recursos, o júri pode acontecer em maio do próximo ano. Dos cinco acusados, apenas Dinarte de Medeiros permanece em liberdade por ter colaborado com as investigações da Polícia.

Em sua sentença, a juíza Marinês Marques Viana disse que não há dúvidas da autoria do crime, que recai sobre os denunciados. ´Delma, Pablo e Ferdinando agiram por ganância e motivos egoísticos, por sua vez, Alexsandro cometeu o crime mediante pagamento`, afirmou, ressaltando ainda que todos os acusados, inclusive Dinarte, concorreram para o homicídio de Jennifer Kloker. ´Os indícios são abundantes nos autos, em que pese o silêncio dos réus, quando seriam interrogados em juízo`, lembrou.

A magistrada ressaltou ainda que a acusada Delma Freire pediu ao irmão que arranjasse uma pessoa para matar a nora e, quando Dinarte apresentou o desempregado Alexsandro Neves, que foi contratado por R$ 5 mil para cometer o assassinato e intermediou a compra da arma usada na execução. Na sentença, a juíza recorda que depois Delma ofereceu R$ 20 mil ao presidiário em regime condicional, conhecido como Pink, para assumir a autoria do crime. ´Portanto, vê-se que não se tratou de um assalto com o resultado da morte da vítima, mas sim de um homicídio, com fortes indíciosde que todos os cinco réus tiveram atuação e estão associados para cometer o crime, e ainda, a ré Delma Freire cometeu o crime de fraude processual`, disse.

O advogado José Carlos Penha, que defende Delma Freire, disse ontem que assim que for oficializado irá recorrer da sentença. ´Vou apelar para a Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Pernambuco e se for o caso, vou até ao Superior Tribunal de Justiça`. Os advogados de Pablo, Ferdinando, Alexsandro e Dinarte também devem entrar com recurso no TJPE. Quanto à denúncia feita pelo Ministério Público de Pernambuco contra o advogado Célio Avelino, que defendeu inicialmente Delma Freire, e se envolveu no episódio com o ex-presidiário, a magistrada informou que está aguardando os antecedentes criminais de cada um. Provavelmente, a ação de fraude processual contra o advogado e o presidiário Pink deverá ser desmembrado do processo de homicídio. (Ana Paula Neiva)


Fonte:Diario de Pernambuco

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