sexta-feira, 27 de maio de 2011

Juiz não autoriza entrevista de Delma Freire

O juiz de São Lourenço da Mata, Djaci Salustiano de Lima, não autorizou a detenta Delma Freire, acusada pela polícia de ser a mandante do assassinato da nora Jennifer Kloker, de conceder uma entrevista coletiva esta manhã. Ela havia prometido falar à imprensa às 9h, na Colônia Penal Feminina de Abreu e Lima, onde está está presa, aguardando julgamento. A informação foi divulgada esta manhã pela assessoria da Secretaria Estadual de Ressocialização (Seres).

Enquanto isso, familiares de Delma Freire vão começar a ser intimados pela Justiça para colaborar com o trabalho do psiquiatra forense Feliciano Abdon, que dará o laudo sobre as condições mentais da sogra de Jennifer Kloker. A expectativa é de que Roberta Freire, filha de Delma, seja a primeira a ser ouvida, o que pode acontecer até amanhã, antes dela embarcar para a Itália. O objetivo do especialista é ouvir o maior número possível de parentes da ré para que ele possa ter acesso a um leque de informações sobre a mulher acusada de ser a mentora do assassinato da turista alemã. Pablo e Ferdinando Tonelli também devem ser incluídos no rol dos convocados.

Roberta Freire deverá fornecer à perícia informações sobre a vida pessoal, social e comportamental da mãe. “Quero saber detalhes da família, da relação dela com a mãe e o porquê de algumas condutas dela com Delma”, antecipou Feliciano Abdon. O depoimento de Roberta à polícia no ano passado foi fundamental para a conclusão do inquérito sobre a morte da alemã. Para acelerar o depoimento, a direção do Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico (HCTP), em Itamaracá, onde Delma poderá ficar internada para fazer o exame, enviou ontem ao juiz Djaci Salustiano um ofício pedindo que ele intimasse Roberta a comparecer à consulta. O magistrado acatou o pedido e ordenou que fossem feitas diligências para encontrar a filha de Delma.

Os dados que serão repassados pelos parentes à perícia vão ajudar a compor o laudo psiquiátrico sobre a acusada, conforme pedido feito pela defesa dela durante o júri popular e acatado pelo juiz A solicitação do exame acabou provocando a suspensão da sessão, que aconteceu na última terça-feira. Os advogados de defesa alegaram problemas mentais da acusada. A expectativa é de que o laudo psiquiátrico comece a ser feito já a partir da consulta a Roberta. Dessa forma, o início do trabalho ocorreria antes mesmo de a Justiça expedir a ordem para examinar Delma Freire. Isso só deverá acontecer a partir da próxima segunda-feira, quando expira o prazo para que acusação e defesa apresentem perguntas a serem esclarecidas pela perícia.

Contra o tempo

A pressa da Justiça e da perícia em intimar Roberta Freire tem justificativa. O novo júri popular está marcado para o dia 27 de julho. A partir da data em que receber a ordem do juiz para realizar a perícia, o médico forense tem 45 dias para concluir o laudo, prazo que pode ser estendido por igual período se o especialista precisar. Como o júri foi suspenso por causa da instauração do incidente de insanidade mental, Delma só poderá voltar ao banco dos réus quando o documento ficar pronto. Caso isso não aconteça, o juiz teria novamente que decidir se realizaria a sessão somente com os demais envolvidos: Pablo e Ferdinando Tonelli e Alexsandro Neves dos Santos.

SAIBA MAIS

O que Roberta já falou sobre Delma

Em juízo, declarou que Delma Freire seria a mentora intelectual da morte de Jennifer Kloker

Que Delma teria arrancado os próprios dentes da arcada superior para simular uma crise nervosa. Graças a esse diagnóstico médico forjado, ela recebe pensão do governo italiano como doente mental

Quando os agentes do governo faziam a visita para renovar a pensão, ela retirava a protése dentária e tomava remédios controlados para ficar dopada e parecer insana

À polícia, revelou que havia um esquema arquitetado por Delma, na Itália, pelo qual Roberta teria que se casar com um marroquino e em troca a mãe receberia 5 mil euros

Que Delma tinha um ex-companheiro italiano, identificado como Giovanno, o qual iria reconhecer Roberta como filha para que ela ganhasse a cidadania italiana. Depois disso, Roberta teria que se casar com o marroquino e assim conceder a ele também a nacionalidade italiana

Que, por conta da armação desse casamento, mãe e filha não se falavam mais. Na Itália, inclusive, Roberta se apresentava como sobrinha de Delma

Que Delma mantinha relações sexuais com homens dentro de casa e na frente do próprio filho, Pablo Tonelli, quando ele ainda era criança

Que Delma iria confessar que foi a mandante do assassinato de Jennifer no júri popular que deveria ter ocorrido na última terça-feira, mas que teria sido impedida pelo advogado José Carlos Pena

Com informações do Diario de Pernambuco

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