sábado, 10 de abril de 2010

Abrindo o jogo: A vice-prefeita Iris Moura fica frente a frente com Mário Silva

Mário – Professora Íris, a princípio como está sendo este ano e três meses como vice-prefeita? Há algo que lhe surpreendeu na vida pública ou tudo era esperado?

Íris – De tudo que eu esperava 80% cumpriu-se. E chega a 100% daquilo que eu imaginava, pois tenho encontrado dificuldades e a minha experiência político-partidária ainda é recente. Por outro lado, minha vivência como professora, diretora, gestora ajudou bastante no trato com as pessoas. É certo que em uma prefeitura há vivência maior, por mais que tenhamos experimentado um cargo político-partidário. Assumir esta responsabilidade é bem diferente, temos uma visão maior e até é mais fácil entender porque determinado político toma atitudes que julgamos fazer diferente se estivéssemos no lugar dele; e por não estarmos na função dele não percebemos.

Mário – O prefeito Ettore Labanca sempre foi tido como uma pessoa difícil para relacionar-se. Diante disso, como está sento seu relacionamento com o prefeito?

Íris – Relacionamento é algo sério e até biblicamente comprova-se, a exemplo de Paulo e Barnabé em uma separação causada por Marcos; mesmo concordando no trabalho tiveram que separar-se. Quanto a Ettore, até aqui tenho tido bom relacionamento. Há quem desconfie, não acredite, mas não procede. Ele é uma pessoa muito prática, não quer dizer que seja igual a ele, mas tenho um estilo dinâmico, prático, tal qual ele. Também o vejo como um bom articulador, agregador. Lembro quando o Dr. Ademir criou esta ponte entre mim e Labanca para nos entendermos numa relação de respeito mútuo. Não sinto dificuldades.

Mário – A senhora trouxe como vice-prefeita algo peculiar, principalmente a quem vê de fora. Não é mera expectadora do governo, inclusive atuando na secretaria de educação – como a vê isso nesse ano e três meses?

Íris – No primeiro ano eu fui bem clara, não querendo assumir a secretaria de educação, pois fui eleita vice-prefeita. No entanto não posso negar a paixão pela educação. Até hoje tenho privilégio de acordar cedo e dar minha colaboração nesta área, tendo o prefeito pedido atenção especial e sei que esta secretaria hoje está em boas mãos. A merenda era feita no Centro Social Urbano e embora isso fosse bom, atendemos ao pedido do povo para retornar a distribuição da merenda nas próprias escolas. Isso deu trabalho, pois tivemos que resolver problemas materiais, mas graças a Deus resolvemos. Mesmo sem experiência em secretaria de saúde, assistência social eu ajudei bastante. Eu sou pau para toda obra.

Mário – Temos visto hoje devido ao quadro apresentado pela senhora que o ano letivo de 2010 não começou tão exitoso quanto 2009. Isso foi relacionado à falta de uma ação mais austera, ainda que incompreendida ou um fato natural?

Íris – Não posso deixar de reconhecer as nossas dificuldades este ano, porque o prefeito explicou várias vezes a vários órgãos de imprensa o fato de ter tido um aumento no número de alunos matriculados, que eram onze mil e hoje são mais de quinze mil. O orçamento do não anterior era insuficiente para este aumento, além da crise mundial. Também tivemos a falta de professores tanto quanto a falta de compromisso de alguns. Isto foi resolvido através do recente concurso.

Mário – A senhora na condição de muito próxima ao prefeito e também no grande quantitativo de trabalhos a realizar, não sente falta de uma atuação mais incisiva na prefeitura e, até soube haver predisposição do prefeito em colocar uma sala a sua disposição para atender, receber pessoas. O que falta para concretizar?

Íris – Realmente a prefeitura tem muitas secretarias, pessoas e espaço insuficiente. É necessário adequar espaços. Como você disse, eu ganho dinheiro suado, fruto do trabalho. Pessoas dizem que vice não é nada! Vice é sim (alguém)! Ser humano. Uma das coisas que sempre disse a Ettore: “Não sou mulher de amanhecer sem trabalhar.” Tenho orgulho de ser funcionária pública. No dia que não quiser mais me recolho. Recebi uma sala sim, e em abril estará tudo organizado para que possa atender, embora quem decide é o prefeito. Estarei lá para ajudar.

Mário – Vinícius Labanca é o nome escolhido pelo prefeito para concorrer a Assembléia Legislativa. De que maneira a senhora apóia este nome?

Íris – Com muito prazer. É pessoa nossa, jovem e temos que acreditar na juventude. Vou empenhar-me por ele para que seja eleito e São Lourenço seja mais fortalecido.

Mário – A senhora falou bem de que Vinícius é um nome de São Lourenço. No contexto político o grupo da senhora é um divisor de águas por não se restringir a Íris Moura, mas também a outros representantes. Haverá o mesmo empenho deste grupo que ajudou a Elegê-la em relação a Vinícius?

Íris – Fique certo que vai. Digo a você que não tenho ouro nem prata, mas eu e o grupo estamos engajados. Quando eu saio às ruas eles estão comigo. É como aquela história do pai, filhos e varas. Somos todos varas unidas e fortes neste empenho.

Mário – Falando da sua condição político-pessoal: sempre foi dito sobre uma terceira força, a exemplo de Josué, Lapenda, Labanca ou Jairo... a senhora tem um papel importante em uma gestão muito bem avaliada, como um ano e três meses, tendo conseguido feitos importantes e um aliado como o governador, isso nunca visto. Como a senhora vê seu futuro político ou não dá para pensar nisso ainda?

Íris – Desde que entrei na política tive e tenho pretensões. Seria hipocrisia dizer o contrário. Qualquer pessoa, como os vereadores, por exemplo, pensam assim. Entrar na política é pensar fazer carreira nela. Se for como prefeita ou deputada quem sabe é Deus. Pretendo, sim, levar meus projetos à frente. É preciso lembrar que quando convidada a vice eu era candidata a prefeita – isso pensado por Fabiano Pinheiro. Engraçado eu até ter sonhado antes com isso. Já fui candidata a vereadora em 1996. Tive 513 votos. Não entrei por estar em um chapão (PTB). Se estivesse no PSB, como estava Cariri eu teria entrado. Fui candidata não por querer, mas por incentivo de Josué. Não queria por vergonha da política. Eu não fiz exatamente campanha, Leonardo ajudou-me com uma combi. Em 2007 Fabiano fez algumas reuniões para o pleito e decidiram que deveria ser alguém do grupo. Eu! Engasguei. Disse: “Deus me livre!” Não, Íris, vamos fazer. Íris, perfeita, 2008, com cinco faixas. Põe meu nome, eu disse, mas se não der certo eu saio. Daí alunos, pais começaram a incentivar, então eu não podia voltar atrás. Continuo com Ettore em sua reeleição se assim ele e o grupo quiserem. Hoje é o meu posicionamento. Para ser político não é necessário pisar em ninguém. Tudo que Deus quiser ele fará. Se o tempo de Deus for para ser prefeita, serei, mas se não, fico tranqüila.

Mário – Voltando a questão de sua condição na época quando foi lançada candidata a prefeita, isso acabou dando visibilidade que muitos há mais tempo e com mais proximidade não tiveram, assim sendo preteridos. Com isso a senhora foi escolhida, sendo agora vice e Labanca prefeito. Isso se deu também com algumas dificuldades. A senhora traiu Fabiano ou Fabiano a traiu?

Íris – Jamais deixarei de reconhecer que a idéia da candidatura foi dele. Isso foi positivo. O que me deixou triste foi quando o grupo começou a negociar com os outros candidatos me colocando como vice e isso eu não aceitava. Então conversamos com Clovinho, Neco Biu, tentamos com Jaime Ary e Tiago foi quem mais se aproximou. Ninguém queria ser vice e todos tinham dificuldades de caixa. O que eu queria era que fizéssemos uma pesquisa oficial com o nome de todos que queriam ser terceira força e, aquele que tivesse melhor desempenho seria o candidato a prefeito e o segundo, vice. Lembro novamente que não tínhamos dinheiro para uma pesquisa oficial, no entanto garanto que nunca quisemos enganar a nós mesmos. Então conversamos com amigos para ir às ruas: Queirós, meu irmão, André Dantas, Rosane e outros reuniram com Fabiano. Fabiano mesmo quem levou a frente a pesquisa. Fiquei muito animada por oito por cento na primeira de várias, nem acreditava. Daí Marcos Antônio entrou na jogada, ainda assim fiquei na frente dele, mas desci um pouco. Nós víamos que ele iria tirar votos meus. Tenho tudo isso guardado, ninguém queria acreditar. Então o outro grupo forjou uma pesquisa, pois os números eram bem diferentes para Ettore Labanca e eu sabia que não era verdade. As que havíamos feito não batiam com essas. Então nos separamos e isso chateou alguns que diziam não ter manipulado. Eu disse que continuaria pré-candidata a prefeita e não tinha condições de unir-me a quem fez isso. Daí Fabiano ficou triste de um lado, eu, de outro... O grupo diminuiu, mas continuei comprometida. Ettore soube da pesquisa, convidou-me a ser vice e aceitei.

Mário – A senhora desbancou o secretário Maciel Rogério e o vereador líder do governo, José Leopoldo, nomes que concorriam à vaga de vice. Qual é a sua relação com Leopoldo e Maciel?

Íris – A melhor possível. Quando um grupo trabalha unido em prol de uma vitória e for vice não era a maior vitória, sim, prefeito, tudo vai bem. Claro que outras pessoas poderiam ser vice e eu até estava por fora destas discussões no grupo de Labanca. Com Leopoldo e Maciel tenho as melhores relações. Leopoldo é um menino muito novo e tem boas perspectivas no futuro, pode até ser prefeito.

Mário – A senhora já citou sua atuação no meio escolar, agora na vida pública político-partidária. Em um ano e três meses do que a senhora se arrepende de não ter feito?

Íris – Não ter reunido mais com o grupo, não ser mais profissional, dar maiores passos, fazer uma política mais profissional. Tal qual o professor não capacitado assim é o político.

Mário – A senhora tem a personalidade forte, fala quando tem vontade e até pelo tipo de voz é mal-interpretada. A senhora considera-se intolerante?

Íris – Você tocou num ponto importante. Falo alto mesmo. Tenho tentado diminuir o tom. Infelizmente é uma característica minha, até a fono já tentou corrigir. Isso é coisa do dia a dia, alguns me vêem falando e acham que estou brigando, mas não e verdade. Hoje compreendo que quem diz o que quer escuta o que não quer, tento policiar-me. Sei pedir perdão, desculpas.

Mário – A senhora tem uma grande aproximação com o secretariado e pessoas ligadas ao prefeito. Quem é seu grande amigo, amiga e quem ainda não conseguiu aproximar-se de Íris Moura?

Íris – Tenho aproximação quase equilibrada com todo. Às vezes é uma questão de jeito de ser que aproxima mais ou não. A secretaria de educação, professor Amaro, Maciel, tenho boa aproximação. Também Nadja, o secretário de saúde, Ivaldo, Brito, Dr. Marcos Robalinho...

Mário – Qual a maior virtude e defeito desta gestão (a senhora e o prefeito) ao longo deste ano e três meses?

Íris – Virtude, garra em deixar São Lourenço melhor. Cada secretário tem tentado, embora algumas secretarias estejam travadas. Ettore sempre mostra as contas. Nosso maior defeito, falta de assessoria capaz.

Mário – Qual é a avaliação que a senhora faz de Jairo Pereira? Fez mal ou bem à cidade?

Íris – Todos têm um lado bom e ruim. Um pastor contou uma história de uma mulher que falava bem de todo mundo, daí um vizinho resolveu pegá-la. Trouxe um homem conhecidamente violento e perguntou pra ela a respeito dele. Ela falou que ele assoviava bem. Quem sou eu para dizer? Infelizmente ele não avançou o quanto podia nem fez o quanto prometeu. Teve seus méritos, mas precisava mudar.

Mário – Nota para o governo de zero a dez e por que.

Íris – Nove. Diante de todas as dificuldades estamos caminhando, funcionando e São Lourenço terá cara nova.
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Fonte: Blog do Mário Silva - Frente a Frente

2 comentários:

  1. parabéns brito pelo seu lindo trabalhor. o gg esta lindo é espontrâneo.

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  2. sinto falta da pessoa Iris, hoje ela se transformou numa caricatura de mulher que não condiz com o que ela diz. que Deus tenha pena dela e faça com que ela volte a ser uma pessoa verdadeira e humana. E a tire do covil em que ela está, só desejo o seu bem mas ela não acredita mais em quem gosta dela como pessoa.

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