sábado, 9 de março de 2024

Novo código eleitoral permitirá pesquisa até eleição e vetará campanha em igreja

O senador Marcelo Castro (MDB-PI), relator do novo Código Eleitoral no Senado, fará ao menos duas importantes mudanças no texto aprovado na Câmara dos Deputados e que dita as regras na eleição.

Castro derrubará a proibição à publicação de pesquisas eleitorais às vésperas do pleito e vai proibir campanhas eleitorais em templos religiosos.

As mudanças foram antecipadas pelo parlamentar ao Estadão/Broadcast.

Esses dois dispositivos estão entre os mais polêmicos do Código Eleitoral aprovado na Câmara dos Deputados em 2021.

Desde então, o texto vem sendo amadurecido no Senado e já teve três relatores nos últimos anos – Castro é o último deles.

O texto aprovado na Câmara dos Deputados proibia a divulgação de pesquisas eleitorais a partir da véspera da eleição.

O argumento usado à época foi o de que os resultados desses levantamentos poderiam influenciar o voto dos eleitores.

Marcelo Castro adiantou que já decidiu derrubar esse trecho.

O senador, porém, incluiu uma nova obrigação às empresas que realizam esse tipo de pesquisa.

Elas terão de apresentar em seus levantamentos os resultados das pesquisas realizadas quatro anos antes.

O objetivo é mostrar o quanto esses institutos se aproximaram do resultado registrado nas urnas.

Não haverá qualquer tipo de punição prevista caso os resultados eleitorais e os registrados nas pesquisas forem díspares.

O objetivo, segundo o relator, é expor empresas que eventualmente façam levantamentos para influenciar no pleito.

Campanhas em cultos religiosos

O relator confirmou, ainda, que vai derrubar a permissão para campanhas políticas em templos religiosos.

Segundo ele, um templo religioso “é o lugar de se praticar religião, não é lugar de se praticar política”.

O texto aprovado na Câmara dos Deputados permite que seja realizada campanha política em templos religiosos e universidades.

A inclusão desse dispositivo foi uma demanda da bancada evangélica da Câmara.

A legislação eleitoral atual permite a campanha política em universidades. O Supremo Tribunal Federal decidiu, em 2020, afastar qualquer punição nesse sentido.

No caso dos cultos, porém, há um entendimento de que a campanha a favor de um candidato dentro de um templo pode configurar abuso de poder religioso.

Castro reforçou que vai manter em seu texto a permissão para as campanhas políticas nas universidades.

Segundo ele, o ambiente universitário “é de uma multiplicidade de pensamentos e de ideias”.

O relator disse que deve apresentar seu relatório na próxima semana no Senado.

A expectativa dele é que o Código Eleitoral seja aprovado até maio na Casa Alta do Congresso.

Depois disso, a proposta terá de ser encaminhada novamente à Câmara dos Deputados, que dará a palavra final sobre os dispositivos alterados pelos senadores.

Estadão Conteúdo.

Fonte: Portal de Prefeitura.

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