Obras devem começar em maio; enquanto isso, famílias que moram e trabalham no loteamento dizem que estão desamparadas

Mas ainda não tem um número definido de vagas oferecidas para essa obra, que deve começar em maio. Vinte e duas empresas participam da licitação e o resultado sai na próxima segunda-feira (22). Enquanto isso, as famílias que moram e trabalham nas terras reclamam que o loteamento está abandonado.
Entrar em Jardim Penedo de Baixo, em São Lourenço da Mata, é tomar um susto. Quem dá as boas vindas por lá é o abandono. O primeiro sinal tá logo na entrada, o prédio da sede da Associação de Moradores. Nem a polícia, que ficava na BR, na entrada da comunidade, dá mais as caras. “Faz três meses que não tem viatura não tem mais nada aqui. Abandonaram mesmo”, disse o agricultor Vandélson Gomes.
O medo de invasão preocupa. A polícia ficou de plantão no local durante sete meses para cumprir uma ordem. “A ordem era não construir, não cuidar, não plantar, a ordem era não fazer nada na terra¨, falou o diretor da Associação de Moradores de Penedo de Baixo, Luiz de Oliveira.
Por conta disso, muitos foram embora. Quem ficou, volta aos poucos a produzir. "Nós não podemos fazer mais nada, investir mais nada. Nem nas casas, nem na piscicultura que é meu meio de vida. Onde eu gero emprego para mim e para famílias direta e indiretamente”, explicou a piscicultora Janecleide Albuquerque.
O único sinal da Copa, até agora, é o papel de cadastro na porta de casa. “Hoje, a gente está num tormento porque a gente não sabe se as obras vão ou não começar”, reclamou o funcionário público Rafael José da Silva.
O Governo do Estado garante que as famílias serão ressarcidas. “Estamos iniciando o levantamento das benfeitorias do que essas famílias realizaram para depois fazer um processo de indenização das benfeitorias. Existem 250 famílias no terreno e essas famílias são invasoras de um terreno público”, explicou o secretário da Casa Civil de Pernambuco, Ricardo Leitão.
Apesar das cobranças pelo atraso da obra na maioria das sedes, o Governo de diz tranquilo. O edital deveria ter sido lançado no dia sete de fevereiro. A obra deve começar agora no dia 3 de maio. “Mesmo com o adiamento há o compromisso do Governo de Pernambuco de concluir a construção da Arena no dia 31 de dezembro de 2012, que é o prazo final determinado pela Fifa para o início da operação da Arena", complementou.
Uma das dificuldades do Governo foi convencer os clubes do Recife a não jogar apenas em seus estádios e aceitar um contrato com as empresas interessadas na licitação. “Vocês acompanharam em nosso conselho deliberativo. Há resistência de nossos conselheiros e sócios. O Santa Cruz não vai participar, não levar jogos para a Arena da Copa. A decisão tomada já está comunicada ao Governo¨, falou o presidente do Santa Cruz, Fernando Bezerra Coelho.
“O Sport é contra a proposta que foi feita para que a gente possa jogar lá durante um período longo, cerca de 30 partidas por ano. Então, nós reunimos as lideranças que foram contrárias, nós reunimos o Conselho que foi contrário”, disse o presidente do Sport, Sílvio Guimarães.
Mas o Governo do Estado, depois de tantas negativas, ao que parece, encontrou um parceiro. O Clube Náutico Capibaribe que, quando assinar o contrato, estará obrigado a mandar jogos do time na Arena da Copa por um período de trinta anos. “O Náutico tem interesse em jogar na Arena da Copa. Logicamente, que isso é uma questão que tem que se muito debatida internamente dentro do Conselho Deliberativo e numa assembleia geral de sócios. O interesse existe, mas o Governo, junto com o parceiro tem que oferecer vantagem e segurança ao clube", falou o presidente do Náutico, Berillo Júnior.
Interesse suficiente para o Governo garantir que Pernambuco será sede da Copa. E que as famílias que moram no local do futuro estádio terão opinião diferente da atual.
A reunião do conselho do Náutico que vai decidir se aceita ou não a proposta do consórcio ainda não foi marcada. A proposta é a seguinte: além de ceder a arena para jogos, o consórcio daria R$ 10 milhões em obras para o clube e ajudaria na redução da dívida com a Justiça do Trabalho.
Com essa ajuda, o Náutico terminaria a obra do centro de treinamento, construindo um hotel-concentração e mais dois campos de futebol.
Da Redação do pe360graus.com
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