sábado, 4 de maio de 2013

Voluntários do governo federal já treinam para Copa das Confederações


Voluntários do governo federal já treinam para Copa das Confederações Marcelo Ferreira/Brasil Voluntário - Divulgação
Foto: Marcelo Ferreira / Brasil Voluntário - Divulgação








Nenhuma Copa se faz sem eles: são os voluntários, que se desprendem de compromissos para ajudar a receber turistas, orientar torcedores, divulgar as cidades. Em 15 de junho, um ensaio geral para o Mundial de 2014 será realizado em seis cidades brasileiras — é a Copa das Confederações, que reúne os campeões de cada continente e testa a organização das cidades e os novos estádios.

A Fifa está selecionando seus voluntários — aqueles que atuarão dentro de estádios e nos hotéis das seleções, por exemplo. Mas o governo federal também terá equipes nas cidades, já em treinamento intensivo. 

Confira as histórias de candidatos nas seis cidades-sede.


Em BRASÍLIA, segredo sobre abertura

Servidora pública aposentada, Maria Elisa da Silveira quer ajudar os turistas recém-chegados ao aeroporto de Brasília a encontrar com mais facilidade seus destinos na capital federal.

— Quando você chega, fica meio perdido, querendo informações sobre ônibus. Táxi é muito caro, sou do modo econômico — explica.
A jornalista de 56 anos começou no sábado a receber aulas presenciais para atuar como voluntária na Copa das Confederações na cidade. Antes, passou por cursos sobre voluntariado, e intensivos rápidos de espanhol e inglês pela internet. No sábado passado, teve treinamento de primeiros socorros e prevenção de incêndios. Maria Elisa também está inscrita para participar da cerimônia de abertura do evento, dia 15 de junho. Mas precisa fazer suspense:
— Tem ensaio três vezes na semana. É como uma escola de samba, em que cada ala tem alguma coisa. Mas o que a gente está fazendo lá, não dá para falar.
Em SALVADOR, dicas para sobreviver ao acarajé

Se algum turista passar mal depois de exagerar no acarajé ou no vatapá, pode ser atendido por Islane Conceição da Costa Gracia em algum dos postos que devem ser montados próximo a pontos turísticos e na nova Arena Fonte Nova. Aos 23 anos, a enfermeira marcou como primeira opção a área da saúde em sua atuação como voluntária na Copa das Confederações.

— Tem muitos profissionais de várias áreas (participando como voluntários), até mesmo engenheiros. É uma experiência única — explica.
A enfermeira acredita que o clima do evento ainda não contaminou os baianos. Sem nunca ter ido a um estádio de futebol, fica longe das disputas clubísticas da Bahia:
— É uma briga arretada aqui na minha casa, Bahia e Vitória, e eu fico no meio.
Chance de mostrar a cultura de BELO HORIZONTE

Prestativo: essa é a característica principal que um voluntário tem que ter, na opinião de Washington Luiz de Souza, de 53 anos. O paulista que adotou Belo Horizonte há quase 40 anos está sendo avaliado para participar do voluntariado da Copa das Confederações. A ideia surgiu enquanto o professor de química navegava na internet.

Mas foi a preocupação com as pessoas — que herdou do curso de ciências sociais —   aspecto determinante para que ele se candidatasse a uma das vagas.
— Quero mostrar a cultura mineira pros turistas. Nosso povo é muito hospitaleiro e carinhoso — disse o professor, que está fazendo um curso básico de inglês para atender melhor aos estrangeiros.
Casado e pai de dois filhos, encontrou na família o apoio que precisava para dedicar seus sábados aos cursos presenciais. E, de quebra, recebe dicas da esposa.

— Minha mulher trabalha na área da saúde e está me ensinando primeiros socorros — afirma.

Um cartão de visitas para FORTALEZA

Uma das candidatas ao voluntariado para o evento, Elizabeth Militão Costa espera receber, no aeroporto, turistas que chegarem à capital cearense para a Copa das Confederações.

— Gosto muito de receber as pessoas, sou muito acolhedora. Conheço bem a cidade e tenho vontade de ajudar quem vem de fora — contou a cabelereira e estudante de contabilidade.
Se for selecionada, Elizabeth não será voluntária pela primeira vez. Já exerceu a função bem longe daqui — nos Estados Unidos, quando foi monitora de um acampamento infantil em Iowa:
— Morei três meses fora como voluntária, então sei quais as principais dificuldades dos turistas.
A jovem também administra um grupo no Facebook, juntamente com um amigo, para manter contato com outros inscritos no Brasil Voluntário — em parceria com outro grupo de integrantes, visitou a Arena Castelão, que receberá os jogos do evento.
RECIFE é mais do que frevo e praia

Ai de quem visitar Recife durante as Copas das Confederações esperando só o clichê de cidade do frevo e da praia de Boa Viagem. A pernambucana Alcione Silva estará de prontidão para mostrar que a capital de Pernambuco oferece muito mais.

— A mídia só fala de frevo e frevo. Recife é uma cidade com muita história. Aqui está situada a primeira sinagoga das américas, e pouca gente sabe disso. O Recife Antigo tem uma história em cada esquina — explica Alcione.
Sem perceber, já trabalha pela cidade natal: Alcione é uma das pessoas mais ativas no blog do Brasil Voluntário, postando fotos que fogem das imagens mais comuns, comentários e histórias sobre Recife. Também troca experiências com participantes do programa em outras cidades-sede. Formada em marketing e com especialização em eventos, aguarda com ansiedade a definição do local onde trabalhará. Ela deseja auxiliar os torcedores que forem à Arena Pernambuco, em São Lourenço da Mata, a 20 minutos de sua casa.
Experiência em eventos no Rio

O vascaíno Edison Moreira, 54 anos é especialista em voluntariado. Esse analista de sistemas que trabalha na prefeitura do Rio tem a experiência, inclusive, de ter trabalhado nos dois lados do balcão: em 2007, trabalhou na gestão do programa de voluntários do Pan-Americano e Parapan e, quatro anos depois, foi voluntário nos Jogos Mundiais Militares. A experiência pode alçá-lo a líder de uma equipe de voluntários na Copa das Confederações.

— Considero a abordagem do programa de voluntários da Copa das Confederações mais ampla do que o de eventos anteriores no Rio, com mais recursos e com material mais cuidadoso, específico, e bem focado na realização do evento. O voluntariado integra os cidadãos e viabiliza o evento — afirma Moreira, que, claro, pretende ser voluntário na Copa do Mundo e na Olimpíada de 2016.
Esta reportagem foi sugerida pelo leitor Clei Moraes, para a edição especial de 49 anos de Zero Hora. Confira suas razões: 

"Quem se apresentou para ajudar na Copa das Confederações já começou a fase presencial de treinamentos de voluntários. Essas pessoas poderão ser disponibilizadas para atuar, também, na Copa 2014 em diversas cidades. O trabalho de voluntário, em qualquer situação, é um ato de desprendimento. Em eventos como a Copa, se tornar um deles é ser o cartão de visitas dos brasileiros. A cordialidade, educação e receptividade vai além dos estádios, sua importância está no orgulho de ser brasileiro."


Fonte :Zero Hora.

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