Nenhuma
Copa se faz sem eles: são os voluntários, que se desprendem de compromissos
para ajudar a receber turistas, orientar torcedores, divulgar as cidades. Em 15
de junho, um ensaio geral para o Mundial de 2014 será realizado em seis cidades
brasileiras — é a Copa das Confederações, que reúne os campeões de cada
continente e testa a organização das cidades e os novos estádios.
A Fifa está selecionando seus
voluntários — aqueles que atuarão dentro de estádios e nos hotéis das seleções,
por exemplo. Mas o governo federal também terá equipes nas cidades, já em
treinamento intensivo.
Confira as histórias de
candidatos nas seis cidades-sede.
Em BRASÍLIA, segredo sobre
abertura
Servidora pública aposentada, Maria Elisa da Silveira quer ajudar os turistas
recém-chegados ao aeroporto de Brasília a encontrar com mais facilidade seus
destinos na capital federal.
— Quando você chega, fica meio
perdido, querendo informações sobre ônibus. Táxi é muito caro, sou do modo
econômico — explica.
A jornalista de 56 anos começou no
sábado a receber aulas presenciais para atuar como voluntária na Copa das
Confederações na cidade. Antes, passou por cursos sobre voluntariado, e
intensivos rápidos de espanhol e inglês pela internet. No sábado passado, teve
treinamento de primeiros socorros e prevenção de incêndios. Maria Elisa também
está inscrita para participar da cerimônia de abertura do evento, dia 15 de
junho. Mas precisa fazer suspense:
— Tem ensaio três vezes na semana.
É como uma escola de samba, em que cada ala tem alguma coisa. Mas o que a gente
está fazendo lá, não dá para falar.
Em SALVADOR, dicas para sobreviver ao acarajé
Se algum turista passar mal depois de exagerar no acarajé ou no
vatapá, pode ser atendido por Islane Conceição da Costa Gracia em algum dos
postos que devem ser montados próximo a pontos turísticos e na nova Arena Fonte
Nova. Aos 23 anos, a enfermeira marcou como primeira opção a área da saúde em
sua atuação como voluntária na Copa das Confederações.
— Tem muitos profissionais de
várias áreas (participando como voluntários), até mesmo engenheiros. É uma
experiência única — explica.
A enfermeira acredita que o clima
do evento ainda não contaminou os baianos. Sem nunca ter ido a um estádio de
futebol, fica longe das disputas clubísticas da Bahia:
— É uma briga arretada aqui
na minha casa, Bahia e Vitória, e eu fico no meio.
Chance de mostrar a cultura de BELO HORIZONTE
Prestativo: essa é a característica principal que um voluntário tem que ter, na
opinião de Washington Luiz de Souza, de 53 anos. O paulista que adotou Belo
Horizonte há quase 40 anos está sendo avaliado para participar do voluntariado
da Copa das Confederações. A ideia surgiu enquanto o professor de química
navegava na internet.
Mas foi a preocupação com as
pessoas — que herdou do curso de ciências sociais — aspecto
determinante para que ele se candidatasse a uma das vagas.
— Quero mostrar a cultura
mineira pros turistas. Nosso povo é muito hospitaleiro e carinhoso — disse o
professor, que está fazendo um curso básico de inglês para atender melhor aos
estrangeiros.
Casado e pai de dois filhos, encontrou na família o apoio que
precisava para dedicar seus sábados aos cursos presenciais. E, de quebra,
recebe dicas da esposa.
— Minha mulher trabalha na área da saúde e está me ensinando primeiros
socorros — afirma.
Um cartão de visitas para FORTALEZA
Uma das candidatas ao voluntariado para o evento, Elizabeth Militão Costa
espera receber, no aeroporto, turistas que chegarem à capital cearense para a
Copa das Confederações.
— Gosto muito de receber as
pessoas, sou muito acolhedora. Conheço bem a cidade e tenho vontade de ajudar
quem vem de fora — contou a cabelereira e estudante de contabilidade.
Se for selecionada, Elizabeth não
será voluntária pela primeira vez. Já exerceu a função bem longe daqui —
nos Estados Unidos, quando foi monitora de um acampamento infantil em Iowa:
— Morei três meses fora como
voluntária, então sei quais as principais dificuldades dos turistas.
A jovem também administra um grupo
no Facebook, juntamente com um amigo, para manter contato com outros inscritos
no Brasil Voluntário — em parceria com outro grupo de integrantes, visitou
a Arena Castelão, que receberá os jogos do evento.
RECIFE é mais do que frevo e praia
Ai de quem visitar Recife durante as Copas das Confederações esperando só o
clichê de cidade do frevo e da praia de Boa Viagem. A pernambucana Alcione
Silva estará de prontidão para mostrar que a capital de Pernambuco oferece
muito mais.
— A mídia só fala de frevo e
frevo. Recife é uma cidade com muita história. Aqui está situada a primeira
sinagoga das américas, e pouca gente sabe disso. O Recife Antigo tem uma
história em cada esquina — explica Alcione.
Sem perceber, já trabalha pela
cidade natal: Alcione é uma das pessoas mais ativas no blog do Brasil
Voluntário, postando fotos que fogem das imagens mais comuns, comentários e
histórias sobre Recife. Também troca experiências com participantes do programa
em outras cidades-sede. Formada em marketing e com especialização em eventos,
aguarda com ansiedade a definição do local onde trabalhará. Ela deseja auxiliar
os torcedores que forem à Arena Pernambuco, em São Lourenço da Mata, a 20
minutos de sua casa.
Experiência em eventos no Rio
O vascaíno Edison Moreira, 54 anos é especialista em voluntariado. Esse
analista de sistemas que trabalha na prefeitura do Rio tem a experiência,
inclusive, de ter trabalhado nos dois lados do balcão: em 2007, trabalhou na
gestão do programa de voluntários do Pan-Americano e Parapan e, quatro anos
depois, foi voluntário nos Jogos Mundiais Militares. A experiência pode alçá-lo
a líder de uma equipe de voluntários na Copa das Confederações.
— Considero a abordagem do
programa de voluntários da Copa das Confederações mais ampla do que o de
eventos anteriores no Rio, com mais recursos e com material mais cuidadoso,
específico, e bem focado na realização do evento. O voluntariado integra os
cidadãos e viabiliza o evento — afirma Moreira, que, claro, pretende ser
voluntário na Copa do Mundo e na Olimpíada de 2016.
Esta reportagem foi sugerida pelo leitor Clei Moraes, para a
edição especial de 49 anos de Zero Hora. Confira suas razões:
"Quem se apresentou para ajudar na Copa das Confederações
já começou a fase presencial de treinamentos de voluntários. Essas pessoas
poderão ser disponibilizadas para atuar, também, na Copa 2014 em diversas
cidades. O trabalho de voluntário, em qualquer situação, é um ato de
desprendimento. Em eventos como a Copa, se tornar um deles é ser o cartão de
visitas dos brasileiros. A cordialidade, educação e receptividade vai além dos
estádios, sua importância está no orgulho de ser brasileiro."
Fonte :Zero Hora.
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