domingo, 31 de julho de 2011

Construção da Arena Pernambuco, em São Lourenço da Mata, completa um ano com 13% da obra concluída

Uma pilha de papéis no mar burocrático da estrutura financeira de um moderno estádio de futebol e um terreno coberto pela vegetação, com um ar quase interiorano e habitado por duas centenas de posseiros, formavam, basicamente, o cenário pernambucano para a Copa do Mundo de 2014 até o dia 30 de julho do ano passado. Naquela data, o Diário Oficial de Pernambuco publicou uma autorização ambiental para a implantação do canteiro de obras em São Lourenço da Mata.

A ação, já com o governo do estado pressionado pelo apertado calendário da Fifa, foi o sinal verde para ligar os motores das dezenas de máquinas que passariam a mudar os 52 hectares do complexo local para o Mundial, com arena, estacionamento e centro de imprensa. Na sequência de ações após aquele documento, veio a remoção das árvores, explosão de rochas, terraplanagem e fundações.

Hoje, a construção da Arena Pernambuco completa um ano, alcançando 13% de todo o cronograma traçado pelo consórcio. Trata-se de um crescimento acompanhado mês a mês pela série “Diário de uma Arena”. A tendência, segundo os engenheiros da Odebrecht, responsável pela obra, é que esse número acelere bastante a partir de agora, uma vez que o prazo de entrega é até dezembro do ano que vem.

“Em breve, as pessoas poderão avistar bem desde a estrada”, diz Jayro Poggi, engenheiro responsável pela obra. Fazendo um balanço desses primeiros doze meses é, de fato, visível as mudanças proporcionadas pela obra de grande porte, já empregando 865 pessoas em três turnos por dia. Prevista para acabar em setembro, a fundação do estádio, principal etapa atual, já chegou a 35% da execução programada. Entre estacas de raiz, sapatas e blocos, o total de unidades de sustentação das futuras arquibancadas (para 46 mil torcedores) chega a 1.943.

De acordo com Poggi, o fim da terraplenagm agilizou todo o processo do estádio, onde já brotam as vigas dos lados leste e oeste - a ala sul já foi concluída. “A evolução da obra é notável em um ano. Em agosto do ano passado, tínhamos pouco mais de 15 operários com a mobilização inicial do canteiro. Hoje, são mais de 850 e esse efetivo deve chegar a 2.100 pessoas, que trabalharão no auge da construção”, afirma. A construção das bases do estádio também deixou à mostra o desnível do tereno na ala leste da futura tribuna. Proposital, diga-se. Ali será construída uma parte do estacionamento subterrâneo.

Mirante

A partir do mirante, onde o Superesportes vem registrando mensalmente o plano geral do terreno da arena, já é possível enxergar o início da forma do estádio, com o contorno das arquibancadas. A estrutura de concreto mais alta está na ala sul do projeto, já com a fundação completa. A ala norte, às margens do Rio Capibaribe, será a última a ser erguida nesta etapa da arena. A expectativa é que até o fim do ano o estádio fique visível não só do mirante (dentro do terreno da Cidade da Copa) como também da rodovia federal BR-408.

Julho / 2010

Data em que oDiário Oficial de Pernambuco publicou a autorização para a instalação do canteiro de obras. No mesmo dia, as máquinas começaram a operar na área, dando início às obras, um mês depois da assinatura da parceria público-privada (PPP) entre o governo do estado e o consórcio Cidade da Copa, criando uma Sociedade de Propósito Específico (SPE).

Agosto / 2010

A vegetação ainda cobria toda a área do estádio pernambucano. Havia apenas uma placa indicando que ali seria construída a arena, com 18 operários iniciando a construção da primeira estrada do canteiro. Paralelamente a isso, alguns posseiros, que ainda não haviam recebido a indenização, seguiam na área, inviabilizando qualquer ação de grande porte.

Setembro / 2010

Apesar da autorização do governo, era preciso, também, de uma licença da Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH). Então, a maior ação no terreno passou a ser a do departamento de arqueologia da UFPE, que iniciou o mapeamento dos 270 hectares da área. Para adiantar o serviço, a Odebrecht encaminhou tratatores para o canteiro. Todos desligados.

Outubro / 2010

Após as ações preliminares da obra, as máquinas também foram ligadas, com a autorização da CPRH. Assim, os operários começaram o longo processo para retirar toda a vegetação, incluindo a remoção de um morro. Apenas 20 famílias seguiram na área, mas nenhuma delas morava dentro do perímetro do complexo do estádio, de 52 hectares.

Novembro / 2010

Devido a uma grande tubulação da adutora de Tapacurá, responsável pelo abastecimento de água potável de 60% do Grande Recife e que cortava a área da Arena Pernambuco, foi preciso colocar no papel a construção de uma nova, feita de aço, contornando no terreno. Neste mês também entrou na reta final a construção do centro administrativo, com quatro galpões.

Dezembro / 2010

Com a ajuda de um aparelho GPS no estudo de topografia, os engenheiros e técnicos da Odebrecht definiram o local exato do meio-campo do estádio, fincando um bandeira no “centro” do futuro campo de 105m x 68m. Para remover o morro, formado por grandes rochas, os operários começaram a escavar 800 buracos para a colocação de explosivos.

Janeiro / 2011

As chuvas de verão deram o primeiro grande brake na obra. Foram oito dias perdidos somente em janeiro por causa das chuvas, devido ao solo adverso, úmido. Contexto prejudicial não só na formação do aterro como no próprio deslocamento das máquinas, com vias intransitáveis. Quando o sol apareceu, as detonações das rochas marcaram o período.

Fevereiro / 2011

Para acelerar o andamento das obras e recuperar o tempo perdido, ficou decidida a implantação de três turnos, com trabalho quase 24 horas por dia, já em uma etapa com 300 operários no canteiro, ainda na terraplanagem da área do estádio, do estacionamento e do centro de imprensa. Até ali já haviam sido retirados 120 mil metros cúbicos de areia rocohsa.

Março / 2011

Armações de concreto passaram a fazer parte do solo da Arena Pernambuco na tarde de 16 de março de 2011, com a colacação da primeira viga A partir dali foi uma média de 12 estacas construídas por dia, na principal ação tocada pelas 90 máquinas em operação. Ao todo, são previstas 600 estacas em toda a estrutura das arquibancadas.

Abril / 2011

Após uma reformulação do processo de construção, a Odebrecht divulgou o total de funcionários no pico da obra, passando de 1.500 para 1,8 mil. Àquela altura, a execução da terraplanagem já estava em 85%, ao mesmo tempo que aumentava o ritmo das fundações, em 15% com estacas-raiz e 5% em blocos de concreto (cada um pesando 17 toneladas).

Maio / 2011

Conclusão da terraplanagem da Arena Pernambuco, com 500 mil metros cúbicos de aterro. Assim, as fundações das arquibancadas começaram a ficar visíveis, com o traçado do estádio, iniciado na ala sul. A evolução da fundação passou para 30% (estaca-raiz) e 10% (blocos de concreto). No período foi construída no local uma fábrica de fôrmas e armação de aço.

Junho / 2011

Data da formação do primeiro “acesso” dos torcedores para a (futura arquibancada do estádio - no caso, no anel inferior. Com o crescimento das estacas na fundação da ala sul do estádio, o solo recebeu uma base de cimento para primeiro lounge do estádio. Ainda faltava, porém, instalações elétrica e hidráulica até o acabamento para o exigente padrão Fifa.


Fonte:Cassio Zirpoli - Diario de Pernambuco.

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