Os baldes cheios do lado de fora da casa de Dona Ivonete são o resultado de uma chuva na madrugada: ela aproveita a água para lavar roupa e pratos. “Choveu, eu encho logo o balde. Pelo menos não gasta a água de casa, com limpeza, né”, diz.
Essa é uma prática comum por lá. Na frente de várias casas de Matriz da Luz, os baldes ficam a postos à espera da água da chuva. Em algumas ruas, faz mais de um ano que está faltando água.
O aposentado João Cabral abre a torneira e mostra que não sai nem um pingo. E ele mostra, também, a conta da Compesa - essa, não atrasa nunca. “A gente tira da nossa alimentação, do remédio, para pagar uma coisa não deve”, desabafa.
A Escola Tiradentes, uma das principais do distrito, tem quase mil alunos. O local só tem água porque a Prefeitura manda um carro-pipa duas vezes por semana. “A torneira não tem água, os banheiros não têm água, é praticamento tudo carregado em balde. A situação é precária”, conta o diretor da escola, Marcelo Rodrigues .
A Compesa tem uma estação de tratamento em Matriz da Luz. Mas o nome quase apagado no muro é um retrato da falta de atenção que o lugar recebe.
“Até agora nenhuma solução. Já teve uma reunião com o coordenador da Compesa, e ficou nisso. Ele trouxe um operador de manutenção, mas é só paliativo. A gente quer das autoridades uma explicação”, cobra o presidente da Associação de Moradores de Matriz da Luz, José Severino da Silva.
De acordo com a Companhia, foi elaborado um projeto para ampliar a distribuição de água na comunidade Matriz da Luz, mas ele ainda está em análise.
Da Redação do pe360graus.com
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