quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Réus do caso Jennifer Kloker, Delma e Ferdinando não poderão se encontrar até o julgamento, em dezembro

Depois de anunciar a nova data para o julgamento dos cinco envolvidos no assassinato da turista alemã Jennifer Kloker, a Justiça determinou que a sogra da vítima, Delma Freire de Medeiros, e o seu marido, Ferdinando Tonelli, ambos réus, não tenham mais encontros conjugais. A decisão é da juíza Marinês Marques Viana, que presidirá o júri popular no próximo dia 10, no Fórum de São Lourenço da Mata. O promotor do caso, André Rabelo, afirmou que a medida pretende evitar que os réus combinem uma única versão de defesa para as acusações a que respondem. Está marcada para a próxima semana uma reunião entre os advogados dos réus, quando serão decididos detalhes de como será dividido o tempo de duas horas e meia para que eles possam apresentar seus argumentos diante do júri na tentativa de provar que seus clientes são inocentes.
Apesar das especulações, na Itália, de que Delma e Ferdinando mantinham um relacionamento amoroso apenas de fachada (ele teria um caso com o filho adotivo, Pablo Tonelli - marido da vítima), a defesa do casal havia solicitado à Justiça que os dois pudessem ter encontros dentro da unidade prisional. Em 17 de abril, o pedido foi autorizado. Na mesma época, pai e filho passaram a conviver no mesmo presídio, o Aníbal Bruno. A frequência de visitas íntimas entre Delma e Ferdinando é mantida em sigilo. “A decisão de que os réus não tenham mais contato é importante, visto que eles podem combinar o que vão dizer no dia do julgamento”, afirmou o promotor André Rabelo.
Segundo informações da polícia, Ferdinando teria conhecido Pablo numa casa de prostituição italiana. Com o suposto relacionamento entre os dois homens, Delma teria obrigado Ferdinando a adotar Pablo (filho dela), sob pena de ser denunciado por pedofilia, já que ele ainda não havia atingido a maioridade.
Ontem, um dia após o anúncio do julgamento, o advogado de Delma, José Carlos Penha, afirmou que ela está tranquila e não vai assumir o crime. “Vou apresentar falhas nas perícias”, disse. Ele contou ainda que não pedirá novo adiamento do júri, como aconteceu em 24 de maio de 2011. A única crítica, segundo ele, é quanto ao tempo de duas horas e meia que terá que ser dividido entre os advogados dos cinco réus. Delma, Pablo, Ferdinando e Alexsandro Neves (contratado para executar o crime) respondem por homicídio duplamente qualificado (motivo torpe e recurso que impossibilitou defesa da vítima) e formação de quadrilha. Dinarte Medeiros, irmão de Delma, é acusado de fraude processual. O assassinato, em fevereiro de 2010, teria sido motivado por um seguro de vida de R$ 1,2 milhão.


Provas e contradições do Caso Jennifer



As digitais
A família Tonelli disse que um dos supostos assaltantes teria entrado no carro da família e dirigido um trecho apenas com Jennifer a bordo. Mas a perícia do Instituto de Identificação Tavares Buril no veículo identificou fragmentos das impressões digitais apenas de Pablo, Delma e Ferdinando.



Chumbo nas mãos
Segundo os Tonelli, Jennifer foi morta por um dos bandidos . Mas o exame residuográfico feito em Pablo, Ferdinando e Delma, no dia em que o corpo foi encontrado, aponta presença de chumbo nas mãos direitas do pai e do filho.



Seguro de vida
A família não contou em depoimento a existência de um seguro de vida em nome de Jennifer. Porém, além de descobrir a existência do seguro, feito no fim de 2009, a polícia constatou que o beneficiado com o dinheiro é Ferdinando. Ele receberia cerca de 500 mil euros.



GPS
Os Tonelli afirmaram que, no caminho de volta do TIP, tiveram o carro tomado por assaltantes, que em seguida levaram Jennifer. Porém, o rastreador revelou que o veículo fez apenas duas paradas. Na análise da polícia, para os bandidos assaltarem e levarem Jennifer, seriam necessárias pelo menos três paradas.



Bombeiros
Os Tonelli contaram que, depois do suposto assalto, pegaram carona em uma viatura do Corpo de Bombeiros que passava pela BR-408. A viagem não continuou porque um pneu teria furado. No entanto, bombeiros informaram que não há registro de viatura com pneu furado naquela noite. É regra da corporação que problemas técnicos sejam comunicados



Fonte: DHPP.

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