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Faltam 100 dias para 2014, o ano da Copa, e já é possível ter um panorama de como os estádios da competição serão utilizados. As notícias não são animadoras: das doze arenas que serão inauguradas para a competição da FIFA, só se pode cravar que cinco terão clubes de primeira divisão mandando seus jogos. Contrário do que aconteceu em outras Copas, a maioria dos palcos construídos ou reformados ficam em cidades que não terão representantes na Série A, ficando dependentes de convites para verem os principais clubes do país.
Com as quatro divisões do Brasileirão passando da metade e começando a definir quais os times que brigarão pelos acessos e descensos pelo país, já é possível imaginar que Maracanã (com o Botafogo); Mineirão (com o Cruzeiro); Itaquerão (Corinthians), Beira Rio (Internacional) e Arena da Baixada (Atlético-PR) terão, ano que vem, clubes que mandarão seus jogos na Séria A . Flamengo e Fluminense também devem jogar no Maracanã, caso não façam má campanha no returno e acabem rebaixados.
Segundo os matemáticos da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), a Arena Pernambuco, em São Lourenço da Mata, tem 98,5% de chances de ficar sem um mandante na Série A em 2014. É que o Náutico, clube que manda os jogos no novo estádio, só tem 4% de chances de não cair. Em Salvador as chances são maiores. O Bahia, único a ser time local na nova Arena Fonte Nova, vai garantindo a sexta arena na Série A com a boa campanha no campeonato.
Estádios de primeira, jogos de segunda, terceira e até quarta divisão
Cinco estádios certos de verem a Série A, dois em dúvida e outros cinco que terão que se contentar com a Copa do Mundo se quiserem ver jogos de primeiro nível. Estádio Mané Garrincha, Arena Pantanal, Arena da Floresta, Castelão e Arena das Dunas não terão representantes na principal divisão do Brasil em 2014. O Ceará, mandante do Castelão, em Fortaleza, ainda briga pelo acesso à Série A, mas só tem 12% de chances, brigando no meio da tabela. Venceu três seguidas e atingiu apenas a 8ª posição atualmente.
A Arena das Dunas, em Natal, luta para, pelo menos, receber jogos de mandantes na Série B. Os dois clubes que fecharam contrato com o estádio estão na segunda divisão e lutam arduamente para não cair para a Série C. Praticamente rebaixado, o ABC ocupa a lanterna da Série B e o rival, América-RN, está na 15ª posição. A média de público dos dois times não é maior que 20% da capacidade total da Arena que será inaugurada até o fim do ano.
Em Brasília, uma das sedes mais importantes da Copa, o Brasiliense luta na Série C por uma vaga na Segunda Divisão. Mixto e Cuiabá, possíveis mandantes de jogos na Arena Pantanal lutam, respectivamente, pelo acesso para a Série C e contra o descenso para a D. A pior situação vive Manaus e a Arena Pantanal. O Nacional, apesar da boa campanha na Copa do Brasil, já foi eliminado da quarta divisão do Brasileirão e ainda em Setembro, o ano acabou para o principal time da sede amazônica da Copa do Mundo.
“Você não pode condenar essas metrópoles onde há uma paixão pelo futebol, independentemente do Nacional-AM, do Rio Negro, do Fast Clube, do São Raimundo não terem sido campeões brasileiros, não estarem disputando a Série A, mas são clubes de grande tradição, clubes de massa. Esse estádio, como o De Cuiabá, é importante para o desenvolvimento do futebol local” – justifica o Ministro dos Esportes Aldo Rebelo, em entrevista ao programa Bola da Vez, dos Canais ESPN. Todos os quatro clubes citados pelo ministro já encerraram suas atividades em 2013.
Há oito anos, na Copa da Alemanha, situação bem diferente
Pensar que é normal os modernos estádios da Copa receberem jogos de divisão inferior é um erro ao compararmos a situação do Brasil com a Alemanha, sede da Copa de 2006, a última que contou com o mesmo número de sedes do Mundial do Brasil, no ano que vem.
Das doze de cidades-sede de 2006, só uma não teve um representante na Bundesliga, o campeonato Alemão na temporada 2005-06, a mesma do ano que a Copa se realizou por lá. Hertha Berlim, Borussia Dortmund, Eintracht Frankurt, Schalke 04, Hamburgo, Hannover, Kaiserslausten, Colônia, Bayern de Munique, Nuremberg e Stuttgart mandaram jogos na primeira divisão em estádios da Copa. Hoje, sete anos depois, nove dos estádios ainda recebem jogos de clubes da primeira divisão.
A única exceção da época, que ainda se mantém, é o Zentralstadion, em Leipzig, casa do FC Leipzig, que a época estava na terceira divisão alemã. O time faliu, e outro foi fundado na cidade da Saxônia para ocupar a arena, que recebe bom público, muitos eventos e é uma dos mais bem sucedidos empreendimentos daquele Mundial.
Na África do Sul, sede da Copa de 2010, país onde o rugby é mais popular que o futebol e em que o campeonato é infinitamente inferior tecnicamente ao alemão e ao brasileiro, sete dos dez estádios do Mundial de três anos atrás são usados na primeira divisão do campeonato local atualmente.
(FONTE: ESPN).
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