O esboço do primeiro pedágio urbano do Recife, proposto pela Odebrecht ao Estado, prevê criar uma nova pista margeando o Rio Capibaribe já a partir do bairro da Torre. Ou seja, o projeto original criaria uma praça de pedágio já na Torre, para quem quisesse utilizar a nova via, que teria 13 quilômetro rumo à Cidade da Copa, em São Lourenço da Mata. O detalhe é que, pelo desenho original, a via pedagiada substituiria a Nova Beira-Rio, um projeto de via sem pedágio anunciado pelo prefeito João da Costa em agosto do ano passado.
A entrega da versão final do projeto pode ou não manter o traçado do esboço e é esperada para ser apresentada pela Odebrecht no próximo dia 20 - considerado o prazo de sete meses concedido ao governo para os estudos, autorizados em 20 de março passado.
O pedágio no Recife é um estudo de uma parceria público-privada (PPP) batizado de Rota do Capibaribe-Ramal da Copa, obra estimada em R$ 490 milhões e que envolveria um contrato de construção, operação e manutenção da via por até 35 anos. A proposta é conectar a Zona Norte e o Centro do Recife ao Ramal da Copa, uma via de R$ 137 milhões já em obras pelo governo estadual.
O Ramal é um novo acesso à Cidade da Copa, complexo imobiliário de R$ 1,6 bilhão e 4,5 mil residências onde fica o estádio do Mundial 2014. O complexo é uma PPP com a Odebrecht, que em outra dessas parcerias propôs até criar na Cidade da Copa um campus que concentraria os cursos da Universidade de Pernambuco (UPE).
Clélia Freitas, secretária-executiva do Comitê Gestor do Programa Estadual de PPPs (CGPE), alega que o projeto, se for viável, pode ou não ter pedágio. No entanto, em 31 de janeiro, quando a proposta chegou à CGPE, o então Secretário de Governo, Maurício Rands, comparou a ideia a áreas urbanas pedagiadas como Linha Amarela, no Rio de Janeiro, e vias expressas de Miami.
Os estudos foram autorizados em 20 de março, numa reunião com presença do ex-secretário de Desenvolvimento Econômico Geraldo Júlio (PSB), prefeito eleito do Recife. O esboço do pedágio começa onde acaba a atual Avenida Beira-Rio, uma estação elevatória da Compesa ao lado do Condomínio Privê Bosque da Torre.
Em agosto de 2011, quando ainda era considerado candidato à reeleição, João da Costa apresentou vários projetos de mobilidade para o Recife, entre eles a Nova Beira Rio, do Derby à BR-101 pela margem esquerda do Capibaribe, mesmo traçado da Rota Capibaribe-Ramal da Copa. Desde que o JC revelou o projeto de pedágio, quarta-feira passada, a prefeitura foi questionada sobre o choque entre projetos, mas preferiu silenciar.
Após a entrega dos estudos do pedágio, o Estado vai checar os números e decidir se a obra sai ou não. Caso vire uma PPP, os R$ 9,5 milhões gastos pela Odebrecht em pesquisas serão ressarcidos pelo vencedor do contrato.
Fonte :JC.
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