domingo, 28 de outubro de 2012

Eleições de 2014 na pauta dos analistas


As eleições municipais chegam ao fim, hoje, com a realização do segundo turno, e especialistas da área de ciência política já vislumbram o pleito de 2014. O vereador eleito e cientista político, André Regis (PSDB), e o também cientista político Emir Sader fizeram algumas considerações para a Folha de Pernambuco sobre as possíveis variáveis da próxima corrida eleitoral. A ascensão do PSB, o julgamento do mensalão, e a derrota histórica do PT no Recife foram os pontos analisados pelos sociólogos.

Para Emir Sader, o governador Eduardo Campos (PSB) deve permanecer nos próximos anos junto ao PT. Ele avalia que o projeto político petista está dando certo e seria um “suicídio” do socialista se aliar a outro partido para concorrer à Presidência. “Se ele fizer isso vai levar o PSB para o caminho da derrota, afinal a popularidade de Dilma é muito alta e ainda conta com a ajuda de Lula ”, comentou o estudioso. Para André Régis, Eduardo é uma novidade no jogo, mas não teria sucesso na eleição. Contudo, o futuro parlamentar analisa que a candidatura do governador em 2014 fortaleceria seu nome nacionalmente e aumentaria sua representatividade nas eleições de 2018.

“Se ele quer se candidatar, que seja agora, o tempo é em 2014. Ele precisa construir o seu nome. Mes­mo que aconteça uma disputa bipartidária (PSDB X PT), ele pode conseguir votos para planejar sua candidatura na outra eleição”, avaliou. 

Sobre o desgaste petista no Recife, que colaborou na derrota do partido nas eleições municipais, Emir Sader comentou que as atitudes do PT na cidade levaram a um “suicídio coletivo”. “Foi uma sucessão de erros. Quando o prefeito começa a entrar em conflito com o partido, há um racha irreversível. Ou ele se impõe renegando o governo que fez, ou ele se impõe da censura partidária”, analisou. 

Na avaliação de André Régis, a derrota do PT aconteceu antes mesmo da corrida eleitoral. Ele afirmou que a péssima gestão do prefeito João da Costa (PT) foi perceptível para todas as camadas da sociedade. “Foi tão sofrível que até o próprio partido reconheceu isso e retirou sua candidatura”, destacou. O tucano também disse que, pela história recente do Brasil, os petistas devem demorar a voltar a ocupar cargos majoritários no Estado. “Quando se perde a prefeitura, a chance de voltar ao poder é pequena. Isso aconteceu em outras ocasiões no País”, ressaltou o parlamentar. 

De acordo com o professor Emir Sader, o julgamento do mensalão e a condenação de alguns líderes petistas não vai prejudicar o PT. “Este julgamento não vai ser a derrocada do partido. É só analisar as pesquisas para prefeito em São Paulo. Os principais líderes do PT são da capital paulista e, mesmo assim, o candidato do partido à prefeitura da cidade (Fernando Haddad) está bem próximo de ganhar o pleito”, destacou. André Régis acrescenta que o mensalão é apenas um fator, e não é suficiente para prejudicar a campanha petista, seja em âmbito nacional, regional ou municipal. “A agenda da campanha é muito grande, não se pode reduzir a um item, é preciso analisar todas as variáveis”, concluiu o tucano.


 Fonte :Folha de PE.

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