Uma parceria entre o Tribunal de Justiça de Pernambuco e a Rede de Proteção
Social da Criança e do Adolescente será formalizada nesta terça-feira (28), no
Recife. A ideia é levar para todo o estado o programa Acolher, que oferece
atendimento para que mães tomem decisões mais adequadas em relação à adoção ou
não de seus filhos. As primeiras cidades que receberão as ações do projeto,
depois da capital, são Paulista, São Lourenço da Mata, Jaboatão dos Guararapes e
Cabo de Santo Agostinho, todas na Região Metropolitana.
A psicóloga
Denise Oliveira, participante do Acolher, contou que a grande intenção é
uniformizar o atendimento em todo o estado. “A gente está fortalecendo a relação
do judiciário com a rede de proteção. A gente quer uniformizar e padronizar
serviços que possam atender e acolher aquelas mulheres que, pelos mais variados
motivos, naquele momento não sentem em condições de exercer o papel de mãe e têm
o interesse de entregar as crianças para adoção”, contou.
O programa Acolher quer atingir tanto mulheres que, naturalmente, já
procuravam a Justiça, demonstrando interesse para dar o filho para adoção, como
as que não buscavam ajuda, tomando a decisão por si só. “Desde muito tempo já
existia esse tipo de demanda, mas não havia ações sistematizadas. A nossa
intenção é atender essas mulheres nas próprias comarcas, nas varas da infância e
juventude e também no serviço de saúde, saúde da família e nas maternidades. O
nosso forte é a articulação intersetorial”, contou Denise OIiveira.
As mães que procurarem o serviço não serão convencidas a permanecer com seus
filhos. De acordo com Denise, o objetivo é esclarecer consequências para que
decisões sejam tomadas. “ A gente vai oferecer suporte psicossocial, com
programas e projetos da rede para que elas se sintam em melhores condições para
tomar decisão pela entrega ou não da criança, sempre com a intenção de garantir
a convivência familiar e comunitária dessas crianças, com a família biológica ou
substituta”, revelou.
Como resultado das ações, o Acolher espera diminuir o número de adoções
irregulares ou abandono de menores. “Pesquisas revelam que essas decisões têm
relação com a falta de apoio, porque aquele momento é muito complexo, envolvem
questões psicológicas, sociais, ecônomicas e culturais. As mulheres muitas vezes
não se sentem apoiadas e nem sabem que existem serviços onde elas podem ser
acolhidas. Às vezes por ímpeto, por impulso, a única decisão que ela tem é a
entrega informal para a primeira pessoa que aparece interessada”, concluiu
Denise Oliveira.
Fonte:Do G1 PE.
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