Presidente do PP em Pernambuco, o deputado federal Eduardo da Fonte avalia que a ida do senador Ciro Nogueira, presidente nacional do PP, para o Ministério da Casa Civil "fortalece o partido a nível nacional". À coluna, o parlamentar observa ainda que Ciro Nogueira, além de ter bom desempenho na articulação política do governo, pode vir a exercer papel relevante na construção de uma aliança em torno do presidente Jair Bolsonaro para 2022. "Vejo ele com capacidade de reunir frente política em torno da candidatura de Bolsonaro", pondera Eduardo à coluna. Ontem, em entrevista exibida em suas redes sociais, o presidente da República confirmou os rumores de mudanças em ministérios. "Deve acontecer na semana que vem, está praticamente certo. Vamos botar um senador aqui na Casa Civil, que pode manter um diálogo melhor com o parlamento brasileiro", adiantou Bolsonaro. Parlamentares da base têm dito, em conversas reservadas, que, "agora, sim, vai se fazer política" nesse cargo. Consideram que ex-ocupantes da vaga, como o general Walter Braga Netto, Onyx Lorenzoni e o atual titular, Luiz Eduardo Ramos, não têm relações suficientes no Congresso Nacional para andar com articulação política de forma fluída.
Na última quarta, Bolsonaro já havia falado em "pequena mudança ministerial, que deve ocorrer na segunda-feira". Ontem, ele avisou que Ramos continua sendo "ministro palaciano" e vai para Secretaria-Geral da Presidência e que Onyx vai para "um novo ministério", que, segundo ele será batizado de Ministério do Emprego e Previdência. "Acho que melhora interlocução com o parlamento", avaliou. Bolsonaro não arrodeou sobre o nome de Ciro Nogueira: "A princípio é ele. Eu conversei com ele já, ele aceitou. Está em recesso, chega em Brasília segunda-feira, converso com ele, acertamos os ponteiros". A Casa Civil é o ministério "mais importante", na descrição do próprio presidente da República. O movimento, na avaliação de vários deputados da base e de Oposição, não deixa dúvidas de que "sai o Bolsonaro presidente e entra o Bolsonaro candidato".
Sem dúvidas
Na bolsa de apostas de deputados, "não há a menor possibilidade de o presidente não ser candidato à reeleição". Dizem que, se ele não for, será demonstração de que o governo dele não foi bom. Esse potencial de Ciro Nogueira de reunir apoios, inclusive, mirando a 2022, diz muito sobre isso, a despeito de declarações recentes de Jair Bolsonaro, afirmando não saber se concorrerá à reeleição.
Das antigas > A relação do presidente Jair Bolsonaro com o PP é antiga. Ele, inclusive, passou mais da metade do seu tempo, de 28 anos como parlamentar, filiado ao partido. Não à toa se deu, por exemplo, a indicação do progressista Ricardo Barros para líder do governo. No parlamento, Barros é visto como uma escolha até mais pessoal do presidente.
Estrada > No caso do senador Ciro Nogueira, o próprio Bolsonaro relatou que chegou à Câmara Federal em 1991, enquanto o senador chegou em 1995. Então, a relação dos dois também não é de hoje.
Balança > No cenário local, a ida de Ciro Nogueira para o Ministério da Casa Civil foi vista por algumas fontes governistas como uma variável capaz de reforçar o peso do PP. No Estado, o partido, que realizou sua convenção recentemente, funciona como diretório constituído, com autonomia para tomar decisões, e é aliado antigo do PSB, desde 2006.
Fonte :Folha de PE.
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