sexta-feira, 28 de agosto de 2020

O furacão Miguel Coelho

 

Se não mudar ao longo da campanha o cenário amplamente favorável à reeleição do prefeito de Petrolina, conforme pesquisa postada acima, com certeza Miguel Coelho (MDB) deve sair das urnas de novembro com o maior índice estadual de votação do Estado e um dos maiores do País no primeiro turno. Ao mesmo tempo, pavimentará o caminho para o Governo do Estado em 2022 pelo bloco de oposição, representando de fato a abertura da cortina da renovação dos quadros estaduais majoritários.

Com quem converso em Petrolina, seja formador de opinião ou gente simples mesmo do povo, há um sentimento geral de que Miguel caiu na graça da população e consolidou um perfil de gestor moderno, aplicado e ousado. Transformou a cidade num verdadeiro canteiro de obras sem descuidar do social, dos pequenos e médios produtores e trabalhadores do campo. Jovem, renovou a forma de se comunicar com a população pelas redes sociais.

Tem fama de trabalhador e notável articulador. Historicamente, o eleitor sabe reconhecer o gestor alinhado e comprometido com a cidade e seus problemas ao longo do processo eleitoral. É regra e não exceção: governo bem avaliado, seja no plano federal, estadual ou municipal, emplaca a reeleição sem nenhum risco. Com Miguel, provavelmente hoje o mais popular do Estado, não será diferente. Com ele no comando da Prefeitura, a cidade mudou e a população manifesta uma enorme satisfação, conforme atesta a mesma pesquisa.

Além da boa gestão, que colocará em julgamento, Miguel conta com o fator sorte. Não surgiu nos últimos anos uma liderança para medir forças com ele em termos de renovação. Seus adversários que vão tentar derrotá-lo não têm densidade ou empatia com o eleitorado. É o caso, por exemplo, de Odacy Amorim, pré-candidato do PT, enquadrado naquilo que se habituou classificar de fadiga de material, produto vencido na prateleira, que o freguês olha e não tem interesse na compra.

Quem de fato poderia incendiar a disputa, o ex-prefeito Júlio Lóssio, preferiu a estratégia de dar visibilidade ao filho Julinho, pré-candidato do PSD, pensando em elegê-lo deputado estadual, em 2022. Quanto ao vereador Gabriel Menezes, pré-candidato do PSL, me parece bom na resistência dialética, na formulação de propostas e tem coragem de expor as feridas de Miguel e de sua gestão, mas faltam-lhe grupos e apoios para a empreitada.

Números – Segundo o levantamento do Instituto Potencial, Miguel Coelho se reelege com folga no primeiro turno. Se as eleições fossem hoje, o prefeito teria nada menos do que 73% das intenções de voto, enquanto Odacy Amorim, do PT, aparece com 8% e Júlio Lóssio Filho, do PSD, 7%. Já o vereador Gabriel Menezes, do PSL, pontuou em apenas 3% e, por fim, Vinicius Santana, do PCdoB, 1%. O número de indecisos em Petrolina é um dos menores do Estado. Enquanto Paulista tem quase 30%, o de Petrolina é de apenas 7%. Impressiona igualmente o percentual dos que dizem que vão anular o voto – 0% e 1% para indicação de voto em branco.

Aprovação recorde – Mais impressionante, ainda, é a satisfação da população de Petrolina com a gestão de Miguel – 87% de bom e ótimo. A avaliação do Governo Paulo Câmara é muito baixa, de apenas 24%, enquanto 44% julgam regular e 24% ruim e péssimo. Quanto ao Governo Jair Bolsonaro, tem 26% de aprovação e 41% de reprovação. Miguel é, sem dúvida, um dos gestores mais aprovados do País num momento em que os políticos em gera estão em baixa sem sintonia com o povo.

Ampla aliança – Miguel Coelho (MDB) sedimenta sua aliança numa ampla conjugação de partidos com viés de esquerda, centro e direita. Já conta com o apoio do PSC, PP, Republicanos, Avante, PRTB e PROS, respectivamente, dirigidos pelos deputados André Ferreira, Eduardo da Fonte, Silvio Costa Filho, Sebastião Oliveira e Marco Aurélio, além do ex-deputado João Fernando Coutinho. Nas últimas semanas, já tinham se somado à aliança do prefeito os partidos Cidadania, Democratas, PV e PSDB. O emedebista trabalha com a meta de aglutinar 15 partidos para marchar junto até as eleições do dia 15 de novembro.

CURTAS

CENA PAULISTA 1 – A cinco dias do início das convenções partidárias, reuniões em que as legendas oficializam quem serão seus candidatos ou de que alianças vão fazer parte, a ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy (SD) e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) defendem uma frente anti-Bolsonaro nas eleições de novembro. Marta negocia ser vice do candidato tucano, o prefeito Bruno Covas, que também é procurado pelo Republicanos, do pré-candidato Celso Russomanno. As definições podem alterar o cenário eleitoral paulistano.

CENA PAULISTA 2 – Em São Paulo, o Republicanos pretendia oficializar Russomano, que lidera as pesquisas de intenção de voto, como seu candidato no próximo dia 10, mas a sigla anunciou o adiamento da convenção para o último dia permitido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 16 de setembro. Isso dá tempo para o andamento das negociações para que Russomanno defina qual vai ser seu papel na disputa: se vai encabeçar uma chapa, desistir de concorrer ou mesmo ser vice de Covas ou do ex-governador Márcio França (PSB), com quem também negocia. Ambos não descartam recebê-lo como candidato a vice.

LIVES DO BLOG – O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luis Roberto Barroso, participa de live pelo YouTube deste blog na próxima quarta-feira, às 18 horas com transmissão simultânea pela Rede Nordeste de Rádio. Vai tratar das regras eleitorais numa eleição atípica, num momento em que o País vive o drama na saúde pública provocado pela pandemia do coronavírus. Na quinta, no dia seguinte, será a deputada Bia Kicis (PSL-DF), para falar de crise nacional e CPI das Fake News, esta às 19 horas, pelo Instagram.

Perguntar não ofende: Em quanto ficará, afinal, a ajuda do Governo com o Renda Brasil?

Fonte : Blog do Magno Martins.


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