Depois de quase oito horas de julgamento, o conselho de sentença formado por dois homens e cinco mulheres optou pela condenação de Alexsandro Neves dos Santos, acusado de ter matado a alemã Jennifer Kloker, em fevereiro de 2010, na cidade de São Lourenço da Mata. Pelo homicídio duplamente qualificado e por formação de quadrilha ele vai cumprir 26 anos de reclusão, inicialmente, em regime fechado.
Até que a sentença fosse proferida pelo juiz José Wilson Soares Martins, os membros do Ministério Público e os advogados de defesa travaram um duelo de demonstração das provas no desejo de ganharem a confiança dos jurados. Como mostra o desfecho, levaram a melhor os promotores André Rabelo e Ana Cláudia Walmsley, que também conseguiram a condenação dos outros quatro réus do processo: Delma Freire, Pablo e Ferdinando Tonelli e Dinarte de Medeiros em dezembro do ano passado.
O julgamento começou, na prática, por volta das 10h, com o depoimento da testemunha de acusação, o delegado Alfredo Jorge, que presidiu todo o inquérito em parceria com a colega Gleide Ângelo, ambos do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP). Alfredo Jorge explicou que chegou até o executor da alemã, precisamente, depois de ter coletados dados telefônicos de Dinarte de Medeiros, irmão de Delma Freire, que a pedido dela contratou Alexsandro para assassinar Jennifer.
Segundo as investigações, de um para outro foram feitas mais de 40 ligações, no intervalo de dez dias. No entanto, antes dessa constatação, o marido da vítima, Pablo Tonelli, já tinha mencionado o nome Alex como sendo o do matador. Segundo o delegado, ainda na fase policial, Alexsandro teria confessado o crime perante um representante do escritório de defesa dele. “No dia 18 de março, ele afirmou, por vontade própria, que tinha matado a alemã. Sendo que, no dia anterior, havia negado”, disse Alfredo Jorge.
Logo depois dos esclarecimentos do delegado, iniciou-se o depoimento do perito do Instituto de Criminalística (IC), Gilberto Pacheco, que foi relacionado como testemunha da defesa. Durante cerca de dez minutos, o advogado do réu, Armando Gonçalves, questionou se era possível ter passado pólvora da mão do cliente dele para as de Pablo e Ferdinando, como consta no processo. O especialista disse que era possível por causa do principio da transferência. Essa tese, depois, foi usada por Gonçalves para tentar desqualificar as provas.
Após o almoço, foi a vez do réu ser ouvido em plenário. Durante pouco mais de uma hora, Alexsandro afirmou que tinha sido contratado pela família, por meio de Dinarte, que é irmão de Delma, para levá-los a Fortaleza. Depois, explicou que surgiu o plano de ajudar em um golpe do seguro. Para isso, iria forjar o roubo do carro usado pelos Tonelli, alegando não saber, naquele momento, que o automóvel pertencia a uma seguradora. Dessa forma, permaneceu negando a autoria do homicídio.
Fonte :Folha de PE.
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