segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Quando o ir e vir deixa de ser um direito


Janeiro de 2013 começou com a mesma cara de sempre, para uns a ressaca dos que curtiram a toda carga a virada do ano, para outros o inicio de expectativa pela chegada do carnaval, mas para todos com desprazer de ter de engolir mais um aumento nas tarifas do transporte público coletivo. O aumento desse ano é de 5,5%, sendo que como todos os anos as justificativas empresariais não poderiam ser mais injustificáveis.

E o que justifica para os empresários tais reajustes? Combustível, borracha (pneus) e mão de obra? Nossa, mas se esses fossem os motivos reais o repasse do serviço à população deveria ser a contento, não? Não, na ótica destes mesmos empreendedores do transporte metropolitano, não. Caso contrário, não seria comum encontrar baratas nos coletivos, comungar de um percurso ao som de vidros soltos e com cadeiras desconfortáveis. Sem falar na escassez de oferta frente à demanda, ônibus lotado, povo cansado e passagem ano a ano mais cara.

Sim, é o direito de ir e vir sendo gradativamente cortado, vetado. Assim como os ônibus que transportam operários, onde para entrar há de se identificar com crachá, aos poucos o limite para se andar em ônibus metropolitano vem se constituindo em estar empregado e com o cartão VEM, do contrário, pode preparar a bike ou o espírito para usar desse direito a pé. “Há! Mais eu ainda compro minha moto ou um possante!” e estará à mercê da imobilidade urbana, do engarrafamento nosso de todos os dias, além de compartilhar da “desalegria” de quem odeia ser surpreendido por mais um aumento de combustível.

Como diz o ditado, “liso dorme!” do contrário se submete.

Mas ainda há quem questione, tanto quanto há quem questione os que questionam. No entanto, ainda questionar torna-se melhor que submeter-se. E questione: Na reunião que aprovou o aumento, são reservados acentos para representações das prefeituras da RMR, como a prefeitura de sua cidade se posicionou? Dentre os aliados do prefeito de sua cidade há algum que ganharia diretamente com tal aumento? Na campanha para governo do estado, não foi o governador atual que disse que diminuiria impostos evitando aumento nas passagens?

Quando o ir e vir deixa de ser um direito, questionar torna-se uma obrigação!      

André Justino é Jornalista e Presidente do PSOL – São Lourenço da Mata.      

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