O ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, afirmou neste domingo (26) que não tratou de operações da Polícia Federal (PF) com o presidente Jair Bolsonaro (PL) em viagem aos Estados Unidos.
“Diante de tanta especulação sobre minha viagem com o presidente Bolsonaro para os EUA, asseguro categoricamente que, em momento algum, tratamos de operações da PF. Absolutamente nada disso foi pauta de qualquer conversa nossa, na referida viagem”, disse Torres em publicação no Twitter.
No último dia 9, o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro disse à sua filha que o presidente teria afirmado que tinha um “pressentimento” de que ele poderia ser alvo da Polícia Federal. Naquele dia, Bolsonaro estava junto de Torres, na viagem aos Estados Unidos.
Bolsonaro, Torres e o restante da comitiva presidencial foram aos Estados Unidos na noite do dia 8 de junho. Durante o dia 9, cumpriram compromissos em Los Angeles, na Cúpula das Américas.
No diálogo com sua filha, Ribeiro disse que havia conversado com Bolsonaro naquele dia. “Hoje o presidente me ligou. Ele tá com pressentimento novamente de que eles podem querer atingi-lo através de mim”, afirmou o ex-ministro, de acordo com as apurações policiais.
A PF é subordinada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, chefiado atualmente por Anderson Torres. A conversa de Ribeiro com sua filha foi um dos motivos que levou o Ministério Público Federal a argumentar que teria havido uma tentativa de interferência do presidente Jair Bolsonaro no caso.
Cronologia do caso
6 a 8 de junho: Polícia Federal formula à Justiça o pedido de prisão e busca e apreensão contra o Milton Ribeiro e outros acusados
8 a 12 de junho: Bolsonaro e comitiva presidencial (inclusive o ministro da Justiça, Anderson Torres) participam de viagem aos EUA, onde participaram da Cúpula das Américas. Eles saem do Brasil no dia 8 às 22h30 e voltam no dia 12 à 0h10
9 de junho: ligação do Milton Ribeiro à filha quando ele diz que “hoje” conversou com o presidente Bolsonaro e foi avisado sobre o “pressentimento” a respeito de uma busca e apreensão
14 de junho: MPF se manifesta sendo contra a prisão e a favor de outras medidas
20 de junho: decisão do juiz pela prisão e busca e apreensão
22 de junho: Ex-ministro Milton Ribeiro, os pastores Gilmar e Arilton e outras duas pessoas são presas pela PF
(Publicado por Lucas Rocha, da CNN)
Fonte: Blog da CNN.
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