Não precisa nem de muito esforço para perceber que o cenário de 2022 é bem diferente do cenário de 2014, quando Paulo Câmara foi apresentado pelo ex-governador Eduardo Campos como seu sucessor ao Palácio das Princesas. Eduardo vinha com uma aprovação gigantesca, um governo aprovado por mais de 80% da população e dos 7 anos e 4 meses que passou a frente do governo sempre contou com o apoio do governo federal seja nas gestões de Lula e Dilma.
Quem conviveu de perto com a articulação que existiu para lançar Paulo Câmara ao governo sabe que não foi nada fácil e alguns ficaram insatisfeitos com a montagem da chapa que elegeu não apenas ele mas também o senador Fernando Bezerra Coelho. Agora, não será diferente: Paulo Câmara também deve quebrar muito a cabeça para montar a chapa da Frente Popular e poder acomodar todos os partidos da base de apoio.
Dos nomes colocados como prováveis escolhas, apenas José Neto não é conhecido do eleitorado. Todos os demais já foram testados nas urnas. Paulo Câmara que assumiu em 2015, governou Pernambuco nos piores anos que vão desde crise econômica até a pandemia da covid-19. Isso já é um atrapalho e tanto para medir seu poder de fogo. Além disso, são 16 anos do PSB a frente do governo do estado que serão julgados na eleição e por si só já gera um desgaste, tal qual enfrenta o PT na Bahia.
Pernambuco é um estado estratégico para o PSB e diferente dos dois últimos governadores, Paulo Câmara não irá renunciar ao governo para disputar um mandato eletivo. Em 2006, no seu segundo mandato, Jarbas entregou o governo a Mendonça Filho para disputar o senado federal e em 2014, Eduardo disputou a presidência da república. Paulo resolveu seguir o caminho que foi tocado por diversos governadores permanecendo no mandato até mesmo para que o cargo de senador pudesse fazer parte da articulação de alianças com os demais partidos.
Confiança - Não é apenas o PSB, mas a Frente Popular tem confiança no sucesso das urnas neste ano de 2022. Apesar de a oposição apresentar bons nomes para o governo do estado, acredita-se que 'o candidato de Lula' fará a diferença e poderá não apenas eleger o governador, o senador e uma forte base na Câmara Federal e Assembleia Legislativa.
Agenda - O governador Paulo Câmara será empossado, nesta terça-feira, na presidência do Consórcio Nordeste. O evento será realizado no Salão das Bandeiras, Palácio do Campo das Princesas. Após a solenidade haverá coletiva de imprensa.
Contra - Desde que Eduardo Campos venceu as eleições em 2006, teve apenas duas oportunidades o presidente da república contra o PSB nas eleições: em 2014, quando o PSB lançou Eduardo Campos e em 2018 quando Michel Temer assumiu a presidência. Este último não fez campanha para nenhum candidato, mas teve seu nome colado na oposição do estado. Já desta vez, o presidente Bolsonaro além de ser adversário declarado do PSB, tem uma presença significativa no estado maior até que o próprio PSDB teve quando disputou com o PT.
Direita - Embora a direita no estado ainda esteja se organizando, prometem fazer uma forte campanha contra o PSB. O PL, que hoje tem o prefeito Anderson Ferreira como presidente da sigla deve lançar além deste o ministro Gilson Machado Neto ao cargo de senador. Gilson inclusive chegou a cobrar fidelidade dos aliados do presidente.
Bastidores I - Embora a tendência é que o atual deputado federal Raul Henry seja escolhido para ocupar a vaga de vice-governador, caso caiba ao PT a indicação a deputada estadual Tereza Leitão pode ser a indicada da legenda. O nome da parlamentar cresceu muito nos últimos dias.
Bastidores II - Já para o senado, o nome dos deputados federais Silvio Costa Filho, André de Paula, Wolney Queiroz e Eduardo da Fonte estão colocados. Não está descartado que a vaga fique com o PT. O arranjo em torno desta vaga depende da aliança nacional em torno do nome de Lula.
Silvinho Silva, editor do Blog
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Fonte: Blog do Silvinho.
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