sábado, 26 de setembro de 2020

Candidatos a prefeito do Recife e aliados avaliam resultado da pesquisa Folha/Ipespe

A pesquisa de intenção de voto para prefeito do Recife, realizada em parceria entre a Folha de Pernambuco e o Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe) foi recebida com otimismo e parcimônia pelas candidaturas. Para deputada estadual Teresa Leitão (PT), que atua na coordenação da campanha de Marília Arraes, líder da pesquisa com 22%, o levantamento mostra a candidata "consolidada neste patamar". "Isso para arrancada é muito bom, melhor do que arrancar muito alto e depois cair. Outro ponto positivo é que o patamar dela se comunica com um índice de rejeição baixo. Porém, não estamos de forma nenhum com uma leitura ufanista. Sabemos que será uma eleição difícil", sublinhou Teresa. 

O deputado federal Tadeu Alencar (PSB) interpreta que a pesquisa mostra a "competitividade da candidatura de João Campos". "A pesquisa está dentro do horizonte, mostra João em empate técnico na primeira posição, mostra que a candidatura dele, já na largada, antes do debate, antes da campanha começar oficialmente, já é competitiva. É uma disputa difícil, mas estamos preparados para ampliar esse patamar. Ela é animadora exatamente por sinalizar a competitividade e uma expectativa de ampliação desse patamar", afirmou o socialista, frisando que "o debate vai demonstrar as qualidades de João, vai demonstrar seus atributos, sua compreensão da complexidade da gestão do Recife". 

Para a delegada Patrícia Domingos, a pesquisa reflete o que vem sentindo da população. "Estou animada. Nas ruas o apoio das pessoas é impressionante. E essa pesquisa chega para comprovar que basta que as pessoas conheçam nossas propostas pra chegarem a conclusão que somos a única opção para acabar com com o domínio PSB/PT", afirmou. O ex-senador Armando Monteiro (PTB), aliado de Mendonça Filho (DEM), que aparece com 13% das intenções de voto, realça que a corrida ainda está no começo. "É um processo ainda incipiente, todos os candidatos ainda estão embolados, muito próximos, e, portanto, não há nenhum elemento que não seja positivo. Temos muita confiança que, pelo perfil do nosso candidato, essa sua maior experiência e bagagem vai prevalecer". 

Registrando 2% das intenções de voto, Marco Aurélio (PRTB), acredita na força do bolsonarismo. “Fico feliz em saber que já estamos pontuando. A partir de segunda-feira, o povo do Recife saberá que existe um verdadeiro candidato da direita e bolsonarista”, frisou. Carlos Andrade Lima (PSL), que teve 1%, também destacou a importância de pontuar na pesquisa. "Não sou político, não sou conhecido do grande público e as pessoas não conhecem quem eu sou, minhas ideias. A eleição propriamente dita não começou. Já constar na pesquisa apesar de tanta  dificuldades para mim já é um avanço e a tendência é de que a gente cresça muito quando aparecermos e mostrarmos as nossas ideias", avaliou. 

Thiago Santos (UP), que também esteve no patamar de 1%, acha que as pessoas que ainda não escolheram o candidato podem mudar o rumo das eleições. "Contamos com uma rejeição muito baixa e ainda estamos entre os lembrados na espontânea. O número de indecisos, brancos e nulos ainda é alto e nós pretendemos conquistar esses eleitores para nossa proposta e poder popular e socialismo de verdade", sublinhou. Mais um no patamar de 1%, Charbel Maroun (Novo) mira em um exemplo de sucesso do seu partido. "À medida em que ganhamos exposição e somos conhecidos, mais pessoas confiam na gente e mais avançamos nas pesquisas. Algo semelhante aconteceu com o nosso governador em Minas Gerais, Romeu Zema, que entrou na campanha com menos de 2% de intenções de voto e foi vitorioso, em 2018", avaliou. 

A reportagem não conseguiu contato com o candidato Coronel Alberto Feitosa (PSC). 

Interpretação
No entendimento da cientista política e professora da Faculdade de Ciências Humanas de Olinda (Facho), Priscila Lapa, a pesquisa expôs um cenário de divisão do eleitorado. "Ela deixa bem evidente o processo de fragmentação das forças políticas que até o momento caracteriza a disputa deste ano, tanto nas candidaturas com um viés mais à esquerda, quanto naquelas mais à direita", avalia. Para ela, a situação de momento oferece um retrato, mas ainda há muito a ser confirmado. "Momentaneamente, confirma o favoritismo de Marília, mas ainda com uma margem próxima a João, que, apesar de ser o nome com a maior rejeição, tem como fatores impulsionadores do seu crescimento a máquina estadual e municipal, a quantidade de partidos na coligação - que começará a refletir em um  grande número de lideranças nas bases pedindo votos para ele, além do maior tempo de televisão e rádio entre os candidatos", enfatiza a professora. 

Priscila Lapa chama a atenção ainda para o desempenho da delegada Patrícia Domingos. "A pontuação de Patrícia é surpreendente, por ser estreante. Mostra que ela vem ocupando bem os espaços na pré-campanha, mais do que o seu concorrente principal, que é Mendonça. O que se pode concluir em linhas gerais também é que talvez se repita em âmbito local a polarização nacional que ocorre no país. E que, aqui, a esquerda apresenta um fôlego promissor para ganhar a disputa, apesar do antipetismo e antiesquerdismo propagado nos últimos anos". 

Fonte :Blog da Folha de PE.

Nenhum comentário:

Postar um comentário