Pedro Mendes (PSB) tenta firmar aliança de partidos para garantir sua eleição com o apoio da Frente Ampla e Daniel Coelho (PSDB) se apoia em estrutura da Frente das Oposições (Foto: Divulgação) |
Há poucas semanas para o início das convenções partidárias, os partidos movimentam suas peças no tabuleiro para acumular o máximo de pontos que for possível. As eleições no Recife e em Petrolina têm seus respectivos futuros ligados. Isso porque a cada peça no xadrez que se move na capital do estado, desdobra-se em um efeito na cidade sertaneja. No caso da deputada federal Marília Arraes (PT) oficializar seu nome como candidata do PT no Recife, as chances do ex-deputado Odacy Amorim (PT) conseguir o apoio do PSB para disputar as eleições em Petrolina despencam. O PSB por sua vez, pode apoiar Julio Lóssio em Petrolina (PSD) e assim, no Recife, o projeto majoritário do PSD pode sair de cena para apoiar a postulação de João Campos (PSB) à prefeitura.
O adiamento do calendário eleitoral de 2020 foi votado pela Câmara dos Deputados no dia 1º de julho e estabeleceu o início das convenções partidárias para o dia 30 de agosto. Segundo André de Paula, deputado federal e presidente do PSD em Pernambuco, apesar das movimentações, as definições da sua legenda só devem ser anunciadas em agosto. "A candidatura avança e Julio é um líder regional ali, um ex-prefeito, tem vereadores, montou uma boa chapa, é uma candidatura muito competitiva. Aqui no Recife, a gente ainda está numa fase de conversas. A prioridade do partido é ter candidatura própria, mas isso pode ser possível ou não", disse André de Paula, que tem o nome colocado para concorrer à Prefeitura do Recife pelo PSD.
Segundo o pessedista, o partido se mantém na frente Popular já há várias eleições, mas as ponderações feitas no presente são outras. “Do ponto de vista formal, nós estamos na Frente Popular. O que se discute agora é se vamos estar nesse processo eleitoral na Frente Popular. Nós estivemos lá nas duas eleições de Paulo (Câmara), nas duas eleições de Geraldo (Julio). Agora, a discussão se dá em torno de um novo momento, uma nova eleição, um novo projeto e isso pode acontecer ou não”, ponderou.
Também dentro da Frente Popular, arco de alianças comandado pelo PSB em Pernambuco e maior grupo de siglas do estado, outros aliados buscam consolidar seus espaços. Em Olinda, terceiro maior colégio eleitoral de Pernambuco, o ex-vereador da cidade Pedro Mendes (PSB) tenta firmar uma aliança de partidos para garantir sua eleição com o apoio da Frente. A questão é que o prefeito Lupércio (SD) já foi eleito pela frente em 2016 e atualmente busca a reeleição. O projeto de Lupércio é visto como prioritário por sua legenda, mas o PSB pode acabar levando o grupo a apoiar outro.
Pedro Mendes trabalha a pré-candidatura, mas ainda não conta com o aval do diretório estadual do PSB. Recentemente, Mendes chegou a anunciar o apoio da Rede, mas em uma nota assinada pela direção estadual, o partido negou a coligação e explicou que tática eleitoral para o município ainda não está definida. Este documento é contestado pela Rede/Olinda e outro representantes da direção estadual. Pedro Mendes afirmou que o apoio da Rede segue mantido.
Pedro acredita que o PSB ainda deve mover as peças e apoiar a sua postulação. Isso porque, outro partido que também compõem a Frente e também se movimenta por uma candidatura em Olinda é o PCdoB, que pode lançar o deputado estadual João Paulo como candidato. Na cidade, Mendes tem tentado se aproximar de forças progressistas. Nesta sexta-feira, o PSol lançou uma resolução afirmando que não apoiaria o PCdoB no primeiro turno e espera decisão do PSB para construir uma aproximação com Pedro Mendes.
Oposição com estratégias distintas
No campo das oposições, apesar dos pré-candidatos a prefeito já terem suas postulações e posições marcadas desde o início do ano, conforme o cenário vai se desenhando, ajustes ainda vão sendo feitos e novas alianças ainda podem tomar forma. Os opositores à gestão do PSB no Recife se colocam no campo direito do espectro político, mas possuem discursos e propostas distintas para a capital do estado. Nesta semana, na série de entrevistas com os pré-candidatos a prefeito do Recife, transmitido na Rádio Clube 720 AM e no canal do YouTube do Diario de Pernambuco, os pré-candidatos Daniel Coelho (Cidadania) e Marco Aurélio Meu Amigo (PRTB) expressaram estratégias diferentes sobre as articulações do grupo das oposições na capital.
Segundo o deputado federal Daniel Coelho, para a sua candidatura, por exemplo, a Frente das Oposições criada em 2018 e que teve o ex-senador Armando Monteiro (PTB) como candidato a governo, deixou como fruto alianças e contatos que ainda são capazes de influenciar no pleito da capital. “Já reúno um palanque bem mais amplo do que tive em 2012 e 2016. E isso é fruto de 2018. Partidos que se deslocaram em 2018 para o apoio da candidatura de Armando e agora não querem retornar mais ao PSB”, disse Daniel Coelho em entrevista à Rádio.
A inda segundo o parlamentar, mesmo que publica mente os pré-candidatos não tenham se posicionado oficialmente sobre quais devem ser os próximos passos, as discussões já estão avançando. “A gente já tem internamente, vamos dizer, um mapa, de que partidos têm preferências por que candidatos. Eu acho que isso já está ficando cada vez mais claro. O que a gente precisa é dar um tempo”, explicou Coelho, lembrando que a principal intenção deve ser a de entendimento entre os aliados.
A inda segundo o parlamentar, mesmo que publica mente os pré-candidatos não tenham se posicionado oficialmente sobre quais devem ser os próximos passos, as discussões já estão avançando. “A gente já tem internamente, vamos dizer, um mapa, de que partidos têm preferências por que candidatos. Eu acho que isso já está ficando cada vez mais claro. O que a gente precisa é dar um tempo”, explicou Coelho, lembrando que a principal intenção deve ser a de entendimento entre os aliados.
"Entre antecipar o lançamento de decisão e de candidatura para agora e esperando (para) poder agregar mais um ou dois partidos é melhor esperar e tentar agregar os partidos em torno de um projeto comum. Para que a gente tenha a possibilidade numa candidatura de oposição que de fato vá ao segundo turno. Porque a gente sabe, tem duas candidaturas fortes, com estrutura já montada: uma pelo PT e outra pelo PSB, que tenta de novo reproduzir esse segundo turno deles mesmos, o que garantiria a manutenção desse grupo no poder, independentemente de quem vença", concluiu o pré- -candidato do Cidadania.
O deputado estadual Marco Aurélio tem um projeto de candidatura menos coletivo do que o anuncia o deputado Daniel Coelho. Apesar de ambos estarem no campo das oposições, o estadual tem um discurso mais centrado nas pautas de costumes e na defesa do que prega o governo federal. O pré-candidato do PRTB também faz questão de reforçar que é aliado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e do vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB).
"Eu sou candidato mesmo. Eu não tenho história de que meu presidente vai conversar com alguém, tem que fazer algum acordo, que é mais importante outro lugar do que Recife. Na verdade, se nós formos analisar, existem três candidatos, que de fato podem dizer assim, fala grosso, “eu sou candidato”: Daniel, Mendonça (filho) e eu. Por quê? Porque têm partido. Então, quem decide a vida da gente é a gente”, disse Marco Aurélio nesta semana na Rádio Clube AM.
"Eu sou candidato mesmo. Eu não tenho história de que meu presidente vai conversar com alguém, tem que fazer algum acordo, que é mais importante outro lugar do que Recife. Na verdade, se nós formos analisar, existem três candidatos, que de fato podem dizer assim, fala grosso, “eu sou candidato”: Daniel, Mendonça (filho) e eu. Por quê? Porque têm partido. Então, quem decide a vida da gente é a gente”, disse Marco Aurélio nesta semana na Rádio Clube AM.
Diario de PE.
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