As obras para o Mundial2014 de futebol na Região Metropolitana de Recife, no
nordeste do Brasil, incluem a construção da primeira cidade inteligente da
América Latina, com aproveitamento inteligente da energia, segurança e
tecnologia.
Os 240 hectares da chamada Cidade da Copa estão a ser construídos em São
Lourenço da Mata, a 19 quilómetros de Recife, pelo Consórcio Arena
Pernambuco.
Estão previstos investimentos de cerca de 1,5 mil milhões de reais (640 mil
milhões de euros) para a conclusão da obra.
O conceito da "smart city" prevê um "equilíbrio" entre qualidade de vida,
urbanização e preservação ambiental, com 100 hectares de áreas verdes e
públicas, baixa densidade populacional e facilidades de transporte através de
meios não poluentes, como a bicicleta, segundo o diretor-presidente do
consórcio, Marcos Lessa.
O consórcio é formado por duas empresas do grupo Odebrecht, que venceram a
adjudicação da construção do estádio e, conjuntamente, o direito de desenvolver
o projeto imobiliário da área.
Na área tecnológica, a Cidade da Copa contará com cabos subterrâneos em fibra
ótica, rede de Internet sem fios, vigilância do consumo de energia e da poluição
do ar e controlo do posicionamento dos veículos, com possibilidade de
intervenção nos semáforos.
"Queremos que a cidade tenha infraestrutura pronta até para receber a
tecnologia do futuro, que ainda não foi inventada", disse Lessa à Lusa.
Segundo o diretor-presidente, as tecnologias foram estudadas e baseadas em
experiências de cidades inteligentes já existentes, em países como Japão e
Coreia do Sul.
As inovações também farão parte do estádio, que terá capacidade para 46 mil
pessoas, e do ginásio, com 10 mil lugares, que contarão com um mecanismo de
biometria para reconhecimento facial.
O estádio terá também painéis de LED eletrónicos e uma unidade solar, com
capacidade de 1 MegaWatt, dos quais 20 por cento serão usados para o consumo
interno do local.
Tão importante quanto a tecnologia, segundo Lessa, é o ordenamento da cidade,
que poderá receber 100 mil pessoas. Os conjuntos habitacionais serão lançados e
comercializados após o Mundial de Futebol.
Lessa, afirmou também que a qualidade de vida está diretamente ligada à união
de quatro fatores: a habitação, o entretenimento, o trabalho e a educação.
"Para ser inteligente, a cidade terá de ser autossuficiente e, por isso, os
moradores vão poder, num raio de 2,3 quilómetros, trabalhar, estudar, morar e se
divertir. Os carros não serão necessários dentro dela", disse à Lusa.
O projeto, entretanto, não ficará completamente terminado para o Mundial2014.
Segundo Lessa, a intenção é a de que 80 por cento da Cidade da Copa esteja
pronta ou em construção até o início do torneio.
Além do estádio, os principais pontos de infraestruturas, como o centro
comercial, restaurantes, e centro de convenções, já deverão estar ativos no
período do Mundial.
Fonte :Agência Lusa.
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