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À luz dos números apontados, ontem, na pesquisa do Instituto Potencial sobre a sucessão no Recife, postada com exclusividade neste blog, um cenário merece uma reflexão: o Governo Jair Bolsonaro parece ter superado a sua pior fase numa capital nordestina e tem consideráveis 24% de ótimo e bom, com 21% de regular. Sua desaprovação é de 44%, percentual que já foi bem mais alto. Na aprovação, Bolsonaro já supera, numericamente, o prefeito do Recife, Geraldo Júlio, que tem 46% de desaprovação.
Bolsonaro tem 13% de ótimo e 11% de bom. Geraldo, 20% de bom e apenas 3% de ótimo. Traduzindo: se a eleição municipal vier a ganhar espaços para o debate também nacional, um candidato apoiado por Bolsonaro no Recife tende a captar esse eleitorado satisfeito com a gestão federal. Há, de fato, um segmento eleitoral de centro e de direita que não vota em nenhum dos candidatos que se apresentam com discurso de afronta ao Governo Bolsonaro.
Existem dois pré-candidatos brigando pelo apoio de Bolsonaro no Recife: Alberto Feitosa, do PSC, e Marco Aurélio, do PRTB. O que tem mais acesso a Bolsonaro é Feitosa, já com elo criado com ele por uma relação antiga, quando então deputado federal, Bolsonaro esteve no Recife para atos políticos no segmento militar. Feitosa, vale lembrar, é major, e Bolsonaro, capitão. Já Marco Aurélio tem linha direta com o vice-presidente Hamilton Mourão, a quem concedeu a cidadania recifense.
Na pesquisa, liderada por Marília Arraes com 21%, seguido por Mendonça Filho e Patrícia Domingos, com 12%, Daniel Coelho na faixa de 10% e João Campos com 9%, Marco Aurélio é citado por 3% e Feitosa 1%. Feitosa, entretanto, é o menos conhecido entre todos os candidatos. Dos 800 eleitores entrevistados por telefone pela Potencial, 47% disseram que nunca tinham ouvido falar no nome dele, quase o mesmo percentual também de Marco Aurélio.
Bolsonaro chegou a dizer lá atrás, quando seu Governo estava num patamar maior de rejeição, que não iria se envolver na eleição municipal. Mas tudo pode estar no campo apenas da retórica. Quando o processo eleitoral pegar fogo, custo a acreditar que ele não venha a se envolver, optando por subir em palanques de candidatos simpáticos e defensores do seu Governo. Se isso ocorrer, quem se apresentar como candidato de Bolsonaro no Recife cresce nesse eleitorado que aprova o seu Governo, seja Feitosa ou Marco Aurélio.
O teto da esquerda – Na pesquisa do Potencial/Blogdomagno sobre a sucessão do prefeito do Recife, Geraldo Júlio (PSB), postada ontem, a soma de Marília Arraes (PT) e João Campos (PSB), que se inserem no chamado campo da esquerda, dá exatamente 30% - 21% da petista, que lidera, e 9% do socialista, que aparece em quarto lugar. Já a soma dos demais candidatos fecha em 38%, estando ainda 15% indecisos. Traduzindo: a esquerda tem um teto e para onde o eleitor mais conservador pender, a eleição tende a ser definida.
Quem abre? – Mendonça Filho (DEM) e Daniel Coelho (Cidadania) aparecem, respectivamente, com 12% e 10%, e praticamente a mesma taxa de rejeição – 54% e 53%. Desde o start da discussão no Recife, quando passaram a ocupar o espaço da mídia na chamada fase da pré-campanha, eles passaram a pregar a tese da candidatura única da oposição, tendo como um dos critérios pesquisa eleitoral. Como estão num mesmo patamar, a pergunta que se faz é a seguinte: quem vai abrir para quem? Resposta óbvia: nenhum vai ceder, pelo menos não estão dando indicativos nessa direção.
DNA de delegada – Diferente de uma pesquisa anterior divulgada por um instituto desconhecido de Caruaru, o nome de Patrícia Domingos, pré-candidata do Podemos à prefeita do Recife, foi apresentada aos entrevistados com a indicação de delegada, mas a delegada mais conhecida pelos recifenses ainda é Gleide Ângelo, furacão de votos em 2018, com mais de 400 mil votos. Será que isso beneficiou a carioca? Entre todas as pesquisas registradas até agora na justiça eleitoral para levantar o quadro sucessório no Recife, o único instituto de pesquisa, na verdade, é o Potencial, que tem parceria com o meu blog. Os demais são empresas, inclusive de assessorias.
CURTAS
FATOR TÚLIO GADELHA – A propósito do cenário eleitoral do Recife, soube, ontem, que o PDT nacional, liderado por Carlos Lupi, ainda não arquivou a ideia de bancar a candidatura do deputado federal Túlio Gadelha, que já se colocou como pré-candidato lá atrás, mas depois recuou. Lupi tem o controle absoluto da legenda, que no Recife, por graça do presidente estadual da legenda, Wolney Queiroz, está hoje atrelada ao PSB em apoio ao pré-candidato João Campos. “Mas quem decide Recife é Lupi”, disse uma fonte nacional ouvida por este blogueiro.
BAIANO NO COMANDO – O Instituto Potencial, com sede em Salvador, na Bahia, é dirigido por Zeca Martins, professor de cursos de pós-graduação na área, com atuação nacional. Tem um histórico de acertos. Foi quem previu a vitória do então governador Jacques Vagner (PT), na Bahia. Na liderança pelo levantamento do Potencial, a pré-candidata do PT no Recife, Marília Arraes, ouvida sobre a pesquisa em que desponta com 21%, afirmou que se traduz pelo sentimento de confiança do recifense no seu trabalho e nas suas propostas para a cidade.
LIVE COM ALCKMIN – O ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, uma das principais lideranças nacionais do PSDB, tendo já disputado à Presidência da República, é meu convidado para a live da próxima segunda-feira, às 18 horas, pelo Instagram deste blog, com retransmissão simultânea pela Rede Nordeste de Rádio no horário do programa Frente a Frente, que tem como cabeça de rede a Hits 103,1 FM, no Grande Recife. Se você quer assistir e ainda não nos segue pelo Instagram, anote o endereço: @blogdomagno.
Perguntar não ofende: Tem graça e validade uma eleição sem campanha de rua?
Fonte: Blog do Magno Martins.
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