terça-feira, 13 de março de 2012

Galpão de feira vira abrigo para viciados


O galpão projetado pela Prefeitura de São Lourenço da Mata, no Grande Recife, para tentar organizar a feira livre da cidade virou dormitório e área de lazer para quem nada tem a ver com o comércio. A qualquer hora do dia, inclusive às sextas-feiras e aos sábados, quando as vendas de frutas, legumes e miudezas funcionam no Pátio de Feira Amaro Alves de Souza, muitos dos bancos do comércio viram cama para jovens que, segundo os feirantes, são usuários de drogas.

Os rapazes ocupam boa parte dos 250 metros quadrados da estrutura e reservam seus territórios guardando colchões no interior dos bancos que deveriam ser usados pelos 120 feirantes que pagam R$ 5 semanais à prefeitura. A consequência disso é a intensificação do abandono do pátio, que há muito tempo não tem espaço suficiente para abrigar a feira da cidade. Com o crescente número de comerciantes, que são muito mais do que os cadastrados, e a invasão do espaço do galpão, sobram quiosques montados nas calçadas e vias do Centro, tomando o espaço de pedestres, cadeirantes e veículos.

"Uma coisa que incomoda a nós, trabalhadores do comércio, e também aos fregueses, é a desorganização da feira. Existe uma quantidade de feirantes muito maior do que o espaço destinado ao comércio e os vendedores ocupam o estacionamento do pátio, afirma o feirante Moabi Manoel de Santana, 44 anos. 

Além da quantidade de comerciantes extrapolar o espaço reservado a eles, os bancos do pátio são tomados por jovens que utilizam a área para consumir drogas, jogar dominó, vender mídias piratas e dormir. 

Quando anoitece e o banheiro do Mercado Público de Carne, atrás do pátio da feira, fecha, os homens que agora moram no galpão usam o chão da feira como banheiro. Segundo feirantes e fregueses, não é difícil aparecerem ratos e baratas nos bancos. Cães e gatos abandonados também dormem embaixo da estrutura de ferro que protege o pátio. A prefeitura se responsabiliza pelos serviços de limpeza, mas não faltam restos de comida e cheiro de urina espalhados pela área.

De acordo com o Secretário de Infraestrutura de São Lourenço da Mata, Ivaldo Beltrão, a prefeitura não tem como resolver sozinha todos os problemas causados pela desorganização da feira. "O comércio no entorno do Pátio de Feira Amaro Alves de Souza é extremamente bagunçado e de difícil controle. Estamos estudando a área e cadastrando os feirantes para, em seguida, elaborar um projeto de melhorias da feira. Posso adiantar que vai ser impossível contornar a situação sem o suporte financeiro do governo estadual ou federal e não há prazo para as mudanças", sentencia o representante da prefeitura da cidade, sede da Copa do Mundo de 2014.


Fonte:JC.

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