
A Mec-Tronic iniciou suas atividades em 1993, na capital do estado de São Paulo. Dez anos depois, o parque fabril foi transferido para Pernambuco, permanecendo lá apenas a unidade logística. Mão de obra mais barata? Talvez. Estima-se que o custo da hora trabalhada em São Paulo esteja em R$ 8,90, contra R$ 3,50 da maioria dos estados nordestinos. E as mulheres, por que tantas? A justificativa é simples. Elas são mais detalhistas, mais cuidadosas. Lidam melhor com a montagem de componentes tão pequenos quanto os eletrônicos.

Historicamente, as trabalhadoras apresentam rendimento médio mensal inferior ao dos homens ainda que exerçam a mesma função. Muitos empresários preferem nem ter funcionários do sexo feminino, pois acham que terão prejuízo e mais encargos durante e depois da gravidez. Ledo engano. "Gravidez não é doença. Para o tipo de trabalho que temos, a mão de obra feminina é a ideal", afirma o diretor da Mec-Tronic, Wadi Nicola Mansur.

"Atualmente elas utilizam a creche do município, mas seria muito bom se pudessem deixar seus filhos num local mais próximo do trabalho", planeja o diretor. Minoria, os homens reconhecem a importância do trabalho feminino. "Na linha de montagem, elas são mais sensíveis, mais capazes de visualizar defeitos. São perfeccionistas, por isso são mais indicadas para esse tipo de trabalho", atesta o gerente de produção Robson Campos de Santana.
No setor de embalagem, elas reinam. São apenas dois homens. "É bom porque todo mundo coopera, as mulheres são mais solidárias", comenta a auxiliar de embalagem Cláudia Ribeiro de Melo, 24 anos. Há apenas seis meses na fábrica, ela observa que as mulheres estão invadindo cada vez mais redutos antes tidos como "masculinos". "A mulher, quando capacitada, pode ocupar qualquer cargo".
A mulher e o mercado de trabalho

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