sexta-feira, 24 de setembro de 2021

Fragmentada, oposição anuncia bloco contra PSB e isola Miguel Coelho

 

A foto com que as lideranças da oposição fizeram, ontem, após reunião para anunciar uma frente política contra o PSB e seus aliados foi simbólica. Com o gesto, os irmãos Anderson e André Ferreira; os tucanos Raquel Lyra, Armando Monteiro e Bruno Araújo, além do deputado federal Daniel Coelho quiseram deixar claro que vão caminhar unidos em 2022. Daquela imagem, certamente sairão os candidatos a governador a prefeita de Caruaru, e ao Senado um dos irmãos Ferreira.

Armando, que não admite, mas deve concorrer à Câmara Federal, assim como Bruno Araújo e Daniel Coelho, vai movimentar suas bases em todo o Estado para defender o nome que o grupo escolher para representá-lo na corrida pelo Palácio do Campo das Princesas. Por outro lado, o movimento foi amplamente negativo para os planos do prefeito de Petrolina de unir a oposição em torno de uma candidatura sua.

A Miguel só restará o DEM, que pode vir até pela metade, caso a deputada estadual Priscila Krause decline de apoiar o sertanejo. Com isso, o prefeito vai ter que gastar muita sola de sapato se quiser viabilizar-se na disputa. Muito forte em Petrolina, onde tem 90% de aprovação, e no São Francisco, Miguel é praticamente um desconhecido no Recife e Região Metropolitana, maior colégio eleitoral de Pernambuco, dominado em sua grande maioria pelo PSB.

Para Raquel Lyra, o caminho será mais fácil. Reinado em Caruaru e no Agreste, a filha do ex-governador João Lyra vai ter os Ferreira trabalhando para ela na Metropolitana. Também vai contar com a liderança de Armando em todo o estado; é a articulação de Bruno Araújo para fortalecer seu palanque e fazer frente aos socialistas.

O gesto dos líderes do PSDB, PL, PSC e Cidadania escancara o que se diz abertamente nos bastidores: o grupo não confia no clã chefiado pelo senador Fernando Bezerra Coelho e composto pelos seus três filhos. FBC, aliás, está de olho em uma vaga de ministro no Tribunal de Contas da União (TCU). O senador não deve tentar a reeleição e se dedicar à coordenar a campanha do filho.

Bolsonaristas – Além dos Coelho e desse bloco formalizado ontem, a oposição em Pernambuco tem mais uma força que deve lançar nome para governador. É bom que se lembre que os apoiadores de Jair Bolsonaro não só fazem muito barulho nas redes sociais. Eles mobilizam muito bem e já mostraram que não estão mortos. O candidato que tiver o aval do presidente já vai largar com uma porcentagem boa.

O fato é que, separada, a oposição pode cair no mesmo erro de eleições passadas, facilitando a vitória do PSB, que, mesmo mal da pernas, sabe fazer eleição. Com três nomes – Miguel, Raquel e um bolsonarista -, é bem didicil que um deles saia bem votado ao ponto de animar a sua torcida. Por isso, a cada dia a classe política confia menos na vitória de um desses três projetos.

O povo quer saber: qual das candidaturas de oposição ao governo vai emplacar?

Fonte: FalaPE.

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