sábado, 4 de setembro de 2021

O destino do legado de Bolsonaro em Pernambuco

 

Em passagem pelo Estado, o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), mostrou que, mesmo com as dificuldades enfrentadas pelo seu governo, possui um eleitorado fiel e disposto a defendê-lo nas ruas. Apesar de contar com um grupo cativo de apoiadores, o projeto do chefe do Executivo no Estado ainda é uma incógnita. Os três pré-candidatos colocados no pleito pela oposição, Raquel Lyra (PSDB), Anderson Ferreira (PL) e Miguel Coelho (MDB), evitam a nacionalização do debate sobre 2022. O objetivo é focar na pauta da retomada da economia do Estado pós-pandemia e no embate direto contra o legado de 16 anos do PSB no Palácio das Princesas. Nos bastidores, oposicionistas ainda possuem na memória a estratégia utilizada pelos governistas nas eleições de 2018: marcada pela nacionalização e tentativa de colar nos antagonistas a pecha de "a turma do Temer". A avaliação é que a mesma tática deve se repetir no próximo ano e a ideia é evitar novos rótulos. Hoje, Jair Bolsonaro encerra sua motociata em Caruaru. Contudo, a prefeita Raquel Lyra não recepcionará o chefe do Executivo. A tucana recebeu recentemente em Caruaru os pré-candidatos de terceira via, João Doria e Eduardo Leite, adversários ferrenhos de Bolsonaro. Como não se trata de um compromisso institucional, mas política, lideranças optaram por não acompanhar a agenda do gestor. Por outro lado, o núcleo duro de apoio de Jair Bolsonaro tenta construir uma espécie de terceira via da oposição que tenha maior afinidade com o discurso bolsonarista. Em suas tratativas, o presidente da República demonstra pouco interesse nas articulações partidárias e costuras locais, focando no seu projeto de governo. Foi assim em 2020 e deve se repetir em 2022. Contudo, com a possibilidade de forte polarização da campanha nacional em 2022, resta saber até que ponto a tentativa de não nacionalizar o debate conseguirá ser exitosa.  

Lado a lado

O governador Paulo Câmara (PSB) esteve lado a lado do presidente Jair Bolsonaro na cerimônia de passagem de cargo do novo Comandante Militar do Nordeste, ontem. O primeiro estava de máscara e o segundo sem. Trocaram poucas palavras e mantiveram o tom institucional, como esperado.

Reservado > Após o ato no Comando Militar do Nordeste, os convidados entraram para uma sala restrita com o alto escalão do Exército. Bolsonaro, Paulo Câmara, secretários e ministros ingressaram no local. O presidente da Alepe, Eriberto Medeiros (PP), foi o único parlamentar estadual a ter acesso.

De carona > O presidente Jair Bolsonaro foi surpreendido pelo vice-líder do Governo na Câmara, André Ferreira (PSC), ao convidá-lo para a motociata que o gestor fará hoje no Agreste. É que o deputado não tem habilitação para pilotar moto e vai precisar dar um jeito de acompanhar a comitiva presidencial. “Vou ter que ir na garupa do vereador Fred Ferreira”, brincou.

Unidade > O prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, saiu otimista da conversa com o presidente estadual do DEM, Mendonça Filho (DEM), e a deputada estadual Priscila Krause (DEM). Esta última bastante ligada a Raquel Lyra. O gestor já havia conversado com a democrata em duas ocasiões por telefone e sentiu unidade em torno do seu projeto no DEM.

Levou falta > Candidato nas eleições de 2020 com discurso bolsonarista, o deputado Marco Aurélio (PRTB) não acompanhou as agendas de Jair Bolsonaro no Recife. Após o pleito, ele se aliou ao prefeito do Recife, João Campos (PSB).

Fonte :Folha de PE.

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