O deputado federal Danilo Cabral assumiu a liderança do PSB na última terça-feira, como a coluna antecipou, e, de lá para cá, um embate silencioso se arrasta nas coxias do partido. Após haver reação de uma ala de parlamentares, como a coluna cantara a pedra, ao movimento do pernambucano de apresentar uma lista com 17 nomes para consolidar-se na liderança, na outra ala, em meio ao imbróglio, realça o fato de Tadeu Alencar, também da fatia pernambucana da legenda na Câmara Federal, não ter assinado essa lista. Em reserva, um dos deputados, à coluna, questiona a ausência da referida assinatura, argumentando que a liderança de Danilo é importante para o Estado e que não haveria motivo para um deputado de Pernambuco não ter colaborado. Procurado pela coluna, Tadeu evitou entrar no mérito do racha no PSB e, sobre a assinatura, foi sucinto: "Não fui procurado para assinar lista, até porque já existia outra lista do início de 2020, que faria iniciar a liderança do deputado Danilo Cabral no dia 3 de fevereiro".
Tadeu emenda: "Se fosse procurado, também não assinaria, porque não faria sentido outra lista". A lista original, à qual Tadeu se refere, contava com assinaturas de todos os deputados da bancada (hoje com 30 membros) em favor da liderança de Danilo e foi elaborada no ano passado, ainda quando houve acordo para Alessandro Molon ser o líder em 2020 e Danilo o suceder. As assinaturas coletadas mais recentemente por Danilo somaram 17, que já representa maioria, mas alguns deputados, como Tadeu, relatam não terem sido procurados, o que, na visão de alguns, pode dificultar ainda mais a unidade da bancada. A data em que a lista foi protocolada essa semana, dia 2, é o motivo da atual celeuma que ganha corpo. A tensão já latente, em função da divisão da bancada entre os que apoiavam Arthur Lira e os que apoiavam Baleia Rossi na disputa pela presidência da Casa, acabou agravada, porque uma parte da legenda alega, agora, que Danilo "se precipitou" e "destituiu" o, até então, líder, Molon. Em função desse racha, Danilo não deve ter dias fáceis e esbarra num desafio: resgatar a unidade do grupo.
Danilo: "Entendimento em curso"
Após extenso período sem dar declarações, Danilo Cabral quebrou o silêncio. Em entrevista à CBN Recife, ontem, indagado sobre a relação com Alessandro Molon, dispensou elogios ao correligionário, mas lembrou que Molon foi líder dentro de um "entendimento". "Fruto de um entendimento que havíamos feito de promover um rodízio na liderança, também uma coisa salutar para que todos possam exercer esse papel", assinalou. Danilo prosseguiu: "No ano passado, foi pactuado que ele cumpriria o mandato de líder e esse ano nós assumiríamos". E sublinha: “Esse entendimento está em curso".
Coesão > Danilo relatou ter tido uma reunião com o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, para "enfim, construir esse grande entendimento, para que a gente possa, nesse momento, ter unidade para fazer o enfrentamento como eu disse que precisa ser feito".
Destinatário > Sobre Molon, Danilo realçou que ele "cumpre papel muito importante no Congresso, tem mandato reconhecido pela sociedade e que deu grandes contribuições ao PSB, não só na condição de líder da Oposição". Recorda, assim, que Molon "quando chegou no partido foi indicado pelo PSB para liderar a Oposição".
Executivos > A Secretaria de Agricultura do Estado, agora comandada por Claudiano Martins, terá como executivo de Acompanhamento e Gestão o ex-prefeito Antônio João Dourado, e como secretário Executivo de Agricultura Familiar, Humberto Arraes.
Fonte : Folha de PE.

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