O partido Novo devolveu aos cofres do Tesouro Nacional os R$ 89,2 milhões a que tinha direito pela distribuição de recursos do Fundo Eleitoral, também chamado de 'Fundão'. A legenda enviou um ofício na última segunda-feira, 22, ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) comunicando a renúncia das verbas destinadas ao financiamento de campanha.
No ofício enviado ao TSE, o presidente do Novo, Eduardo Ribeiro, argumentou que a devolução dos recursos permitirá "gastos em saúde, segurança e educação e não em campanhas milionárias". O partido ainda defendeu ser o "único a respeitar o dinheiro do cidadão". O diretor-geral do tribunal, Rui Moreira, aceitou o pedido de devolução e encaminhou uma guia de recolhimento dos valores à União.
O Novo foi um dos principais críticos à Lei Orçamentária Anual (LOA) aprovada pelo Congresso no ano passado, que estabeleceu repasses de R$ 4,9 bilhões do Fundo Eleitoral para o financiamento de campanhas nas eleições deste ano. Embora a sigla não conte com esses recursos, ela é a principal beneficiária, até o momento, de doações milionárias realizadas por grandes empresários.
Como mostrou o Estadão, os candidatos do Novo foram os principais beneficiários dos repasses realizados pelos cinco maiores doadores de campanhas eleitorais. O TSE disponibilizou na semana passada a lista parcial com os nomes de quem já doou para algum candidato. O líder do ranking de doações é o ex-secretário de desestatização Salim Mattar, que doou R$ 2,75 milhões para 17 candidaturas, sendo 14 delas filiadas ao Novo.
Sete candidatos estão entre os principais beneficiários, todos do Novo, com o recebimento de R$ 250 mil cada. Figuram na lista nomes já conhecidos do campo liberal como o deputado federal Marcel Van Hattem (Novo-RS) e o vereador paulistano Fernando Holiday (Novo-SP), mas também despontam nomes como Marina Helena Cunha Pereira Santos, que chegou a ser registrada como candidata à vice-prefeita de São Paulo na chapa de Felipe Sabará pelo Novo. Ela acabou rompendo com o então candidato após desentendimentos entre ele e a direção do partido.
Fonte:
Estadão.
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