Com o advento da internet, criou-se o jornalismo Control+C, Control-V, o chamado copia e cola. É o da acomodação e da enganação. O verdadeiro, corajoso e atrativo jornalismo está na busca da notícia in loco, na fonte, o que faço desde quando ingressei na profissão na década de 80 como correspondente do Diário de Pernambuco em Afogados da Ingazeira, minha terra natal.
Na corrida incessante da notícia, vivo na estrada ou no ar. Os fatos batem em mim, muitas vezes. Nas últimas três semanas, troquei o avião, rumo a Brasília, por um veículo quatro rodas. Na estrada, enfrentando buracos ou comendo poeira, levanto as notícias que mais tarde, por outros veículos que vivem do copia e cola, viram pauta ou também manchetes. Todo repórter tem que ser estradeiro.
Foi na estrada que, na semana passada, no Araripe, descobri que existe uma estrada da maior importância econômica para dois Estados – Pernambuco e Ceará – que só a parte cearense tem asfalto. A pernambucana continua na poeira. Foi também lá que vi falar pela primeira vez – e fiz uma bela matéria – do gesso agrícola, destinado a enriquecer o solo dos que vivem do agronegócio no Norte e Centro Oeste.
Também no contato com povo, tomei conhecimento – e produzi postagem – que a pequena Tacaimbó, que vive praticamente da cultura de subsistência, está abastecendo todo o Nordeste de maxixe, rompendo fronteiras, como Manaus, capital do Amazonas. Mais um exemplo, diga-se de passagem, de que o Nordeste é uma região rica e próspera, não tendo sucumbido pelos efeitos da pandemia.
Foi ainda andando pelo Interior que conheci o jardineiro Valmir, de Ouricuri. Sua postagem, revelando um carinho impressionante no trato com as plantas das praças públicas da cidade, emocionou muita gente, gerando um grande número de compartilhamentos.
Em João Alfredo, ontem, soube que o município está enfrentando uma das secas mais prolongadas da sua história, o que tem levado o prefeito a buscar alternativas, entre elas a construção de poços artesianos, já em torno de 20 feitos pela Prefeitura.
Este meu estilo e jeito de fazer jornalismo é, também, o da cidadania, em defesa dos que não têm voz, esquecidos pela tradicional mídia, que ainda tem a falsa cultura de que o Interior não gera notícias. Aliás, para este segmento gera: as negativas, para jogar os municípios na sarjeta.
Por fim, viajar, abrir espaço para gente esquecida, dar o tom que o Interior abandonado merece, isso me faz muito bem. Faz-me botar, todas as noites, a cabeça no travesseiro e dormir o sono dos justos.
Rio sai na frente – A cidade do Rio de Janeiro (RJ) entrou, ontem, em uma nova fase de flexibilização. A partir de agora, estão permitidos eventos em locais abertos com até 500 pessoas e a presença de público em estádios e ginásios, desde que vacinados contra a covid-19. As novas regras foram publicadas na edição de ontem do Diário Oficial do município. Na última segunda-feira, o prefeito Eduardo Paes (PSD) comemorou que 99% dos adultos da cidade receberam ao menos uma dose de vacina anti-covid. Desde a última quarta-feira, o Rio exige a apresentação de certificado de vacinação para entrada em locais de uso coletivo, como academias e cinemas.
Herança maldita – Prefeito de Passira, no Agreste Setentrional, a terra da renda e dos bordados, o prefeito Severino Silvestre (PSD) está em tempo de perder os últimos fios de cabelo na gerência dos pepinos herdados pela ex-prefeita Rênya Medeiros (PP), que deixou uma montanha de débitos impagáveis na Celpe, Compesa, servidores ativos e inativos, além de uma porção expressiva dos chamados cheques “voadores”. Cadê os órgãos de controle do Estado?
Nova Belo Jardim – Já o prefeito de Belo Jardim, Gilvandro Estrela (DEM), que também recebeu uma fortuna de débitos de gestões passadas, além regularizar o CAUC, serviço que disponibiliza informações acerca da situação de cumprimento de requisitos fiscais necessários à celebração de instrumentos para transferência de recursos do governo federal, pelos entes federativos, seus órgãos e entidades, e pelas Organizações da Sociedade Civil (OSC), tem entregado obras à população e investido fortemente na área de saúde.
Passaporte da vacina – A partir de 1º de outubro, Fernando de Noronha passa a adotar novo protocolo para a entrada de turistas, com a cobrança do "passaporte" da vacina contra a Covid-19. A administração vai exigir a apresentação da carteira digital com a comprovação de duas imunizações. A segunda dose tem que ser tomada, no mínimo, 21 dias antes da viagem. Segundo a administração da ilha, estão previstas outras exigências. Quem tomou uma dose terá que apresentar carteira digital e mais um dos seguintes exames: resultado negativo do teste RT-PCR, realizado 48 horas antes do embarque ou menos, ou resultado do exame IgG por sorologia. Testes rápidos não serão aceitos.
Candidatura própria – Egresso do Central de Caruaru, onde jogou como volante, o prefeito Álvaro Marques (PT), de Tacaimbó, a capital do maxixe, a 170 km do Recife, é o único gestor petista na região do Agreste Setentrional. Militante raiz da sigla vermelha, Marques não está convencido de que o melhor caminho para o PT seja restaurar uma aliança com o PSB estadual. Defensor de candidatura própria para governador, acha que Lula pode vir tão forte na disputa presidencial que levaria o PT a arrebatar do PSB as rédeas do Governo de Pernambuco.
CURTAS
POLUIÇÃO – Moradores do distrito de Frexeiras, em Escada, na Zona da Mata, têm sofrido com as queimas da palha de cana-de-açúcar, principal atividade agrícola de Pernambuco. A cidade, com 70 mil habitantes, é cercada por canaviais e, em época de colheita, fica tomada pela fumaça resultante do uso de fogo pelos produtores. O impacto ambiental do processo também afeta a região.
Que Deus o tenha! – Muito lamentada pela classe artística a morte do violonista e compositor Henrique Annes, na noite da última segunda-feira, aos 75 anos. De acordo com familiares, ele sofreu uma parada cardíaca quando estava sendo levado para uma cirurgia, no Hospital Santa Terezinha, na Iputinga, na Zona Oeste do Recife. O violonista atuou em sinfônicas e orquestras de câmara no exterior e no rasil. Foi professor no Conservatório Pernambucano de Música, por quase 40 anos. Também integrou a Orquestra de Cordas Dedilhadas de Pernambuco e a Orquestra Armorial.
Perguntar não ofende: O nome de Fernando Bezerra Coelho será emplacado por Bolsonaro na indicação para o TCU?
Fonte: Blog do Magno Martins.
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