Numa tentativa desesperadora para atrair o eleitorado evangélico, o ex-presidente Lula disse, ontem, que Bolsonaro é ateu. "Ele utiliza o nome de Deus em vão, mas não acredita em Deus", disse. Para o petista, o presidente utiliza da convicção de seu eleitorado como “peça eleitoral”. "Ele trama com alguns pastores uma estratégia religiosa. A população não pode confundir povo evangélico com pastores pecadores", acrescentou.

Não é a primeira vez que o próprio Lula usa o nome de Deus em vão. Ele costuma fazer declarações desastrosas quando resolve envolver aspectos de fé e religião em suas entrevistas e discursos. Numa entrevista ao jornalista Roberto D’Ávila, da Globo News, sugeriu que o juiz Sérgio Moro deveria intimar Deus a depor para confirmar "se Ele é cúmplice do escândalo".

“Eu espero que um dia Deus, vendo tudo que está acontecendo no Brasil, carimbe na testa das pessoas o que ele vai ser quando ele tiver um emprego – se vai ser ladrão, se vai ser honesto ou não”, disse Lula, atribuindo a Deus omissão no caso. “Você sabe que muitas vezes aquele cara que parece que é um santo, na verdade é um bandido. O que parece bandido é um santo”, completou o ex-presidente, eximindo-se de culpa na escolha de seus pares, corruptos, condenados pela Justiça.

Recentemente, ao defender a aliada Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT, Lula cometeu outra blasfêmia. “Sinceramente, de vez em quando eu fico imaginando que Deus é petista, sabe? Porque permitir que a Gleisi dirija o PT com a competência que ela dirige significa que ela é muito madura, muito responsável e muito competente”, disse.

Piadinha – Na época, o jornalista Josias de Souza, do Uol, fez piada com a fala do ex-presidente: “O depoimento de Deus tornou-se indispensável. Ainda mais nesse clima de suspeição generalizada em que a simples menção de um nome pode afetar uma reputação que, às vezes, levou muito tempo para ser construída, como a do Todo-Poderoso. Deus, obviamente, seria dispensado pelo doutor Moro de prestar qualquer tipo de juramento”, escreveu. Para Souza, “com divina paciência, Ele recordaria as bênçãos que concedeu a Lula”, como por exemplo, a chance de revidar os ataques feitos a ele por Fernando Collor durante a campanha presidencial de 1989: “Lula recebeu a graça de participar da cruzada pelo impeachment. Nessa época, chamava Collor de ‘ladrão’”, acrescentou o jornalista.

Retomada Pinóquio – O programa Retomada, lançado pelo governador Paulo Câmara Lenta em ano eleitoral, é uma piada quando se trata de requalificação de estradas. Posso afirmar com provas. Neste fim de semana, passei, novamente, na PE-265, que liga o distrito de Cruzeiro do Nordeste (Placas) a Sertânia, de pouco mais de 30 km, e constatei como o Governo mente. As obras estão paradas, não encontrei uma só máquina, nem existe canteiro de obras. A buraqueira continua ceifando vidas.

Ato pró-Marília – Na condição de um dos coordenadores políticos da campanha de Marília Arraes ao Governo do Estado, o prefeito de Paudalho, Marcelo Gouveia, está mobilizando lideranças da Mata Sul para um grande ato com a presença da pré-candidata do Solidariedade ao Governo do Estado para o próximo sábado. ”Marília é o nome que acreditamos para governar Pernambuco. Além de carregar o “Estado nas veias”, pela história do seu avô Miguel Arraes, ela tem capacidade e competência", diz. O encontro está previsto para às 19 horas, no Salão Paroquial de Paudalho.

Mais um escândalo – A Polícia Federal deflagrou, ontem, a Operação Cianose, que investiga a contratação de empresa para o fornecimento de 300 ventiladores pulmonares, durante o primeiro pico da pandemia de covid-19 no Brasil, pelo Consórcio Nordeste – integrado por governos de estados dessa Região. Segundo as investigações, o processo de aquisição desses materiais teve diversas irregularidades, como o pagamento antecipado de seu valor integral, sem que houvesse no contrato qualquer garantia relativa a eventual inadimplência por parte da contratada.

Defensor de Bolsonaro – A estratégia de Anderson Ferreira, pré-candidato do PL a governador, é colar cada vez mais em Bolsonaro. Na passagem por Santa Cruz do Capibaribe, ao lado de Gilson Machado, candidato a senador em sua chapa, ele disse que se não fossem o pulso forte e o olhar diferenciado do Governo o polo de confecções poderia ter virado pó. "Quando os comerciantes mais precisavam, Bolsonaro interviu para que comerciantes do polo têxtil não fossem drasticamente afetados pela importação de produtos chineses", afirmou.

CURTAS

E PERNAMBUCO? – Ainda em relação a operação Cianose, nenhum respirador foi entregue. Na ação, da qual auditores da Controladoria-Geral da União também participaram, foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão, em quatro diferentes unidades da federação (Distrito Federal, São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia), todos expedidos pelo Superior Tribunal de Justiça. Só faltou Pernambuco.

SAIU DO MURO – Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) foi firme, ontem, quando saiu em defesa da instituição parlamento brasileiro no caso Daniel Silveira. "Mandato outorgado pelo voto popular só pode ser retirado pela própria Câmara, através da votação dos seus pares e não pelo Supremo", afirmou.

Perguntar não ofende: Por que Paulo Câmara Lenta não dá um pio sobre o Pacto pela Água proposto por Danulo?

Fonte: Blog do Magno Martins.