A reunião entre o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e líderes dos partidos de centro neste sábado (27) sobre o adiamento das eleições terminou sem acordo. Houve avanço nas conversas, mas ainda há detalhes a serem definidos, segundo relato de líderes presentes no encontro. Ficou acertada então nova rodada de conversa neste domingo (28) entre os presidentes e integrantes de PP, Republicanos. PSD, PL, DEM e PSDB para debater o tema.
Na mesa, está o reforço na ajuda financeira a municípios, estendendo para o fim do ano a compensação para a queda de receitas, que deveria se encerrar em julho. Essa ajuda é vista como importante para reduzir a pressão de prefeitos que se opõem à mudança na data do pleito.
Também foi debatida a retomada da propaganda partidária. De acordo com a proposta, os partidos com representantes na Câmara voltariam a ter direito um tempo no rádio e na televisão. O "horário gratuito", como é conhecido, teria duração de até um minuto e as inserções seriam distribuídas ao longo de cada semestre em rede nacional. Os deputados já haviam tentado resgatar a propaganda partidária no ano passado, mas a medida foi vetada pelo presidente Jair Bolsonaro.
Uma das ideias analisadas é apartar a proposta de retomada da propaganda partidária e incluí-la em outro projeto na Câmara. Uma decisão final sobre a estratégia de encaminhamento do tema deve ser tomada na reunião prevista para este domingo, diz um líder.
O plano é aparar todas as arestas para que um acordo esteja de pé no início da próxima semana. Rodrigo Maia pretende pautar o tema nos próximos dias.
A proposta de emenda à Constituição com a mudança no calendário eleitoral foi aprovada pelo Senado, mas há forte resistência entre os deputados. Presidentes do Centrão já haviam avisado a Maia que não apoiariam a proposta de mudança.
Ministros do Supremo, contudo, enviaram recados nos últimos dias aos líderes do Centrão. Eles gostariam que a questão fosse decidida pelo parlamento. Integrantes da corte avaliam que são grandes as chances de um pedido ser remetido ao STF próximo à data de votação caso o número de casos de coronavírus ainda estiver alto no país. Se isso ocorrer, os ministros podem se ver obrigados a alterar o calendário eleitoral.
Partidos de centro estão agora dispostos a mudar o entendimento, mas pedem compensações, como o reforço ao caixa dos prefeitos.
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