quinta-feira, 25 de maio de 2023

Marina pode cair fora

 

Pelo curto pavio que detém, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, tem tudo para dar o start nas baixas do primeiro escalão do Governo Lula. Está exposta a uma situação que a deixa profundamente desconfortável: ser questionada quanto ao que deve fazer ou não no cargo.

A extração de petróleo na foz do rio Amazonas já foi proibida por ela, através de um parecer do Ibama, mas Lula se mostrou favorável e parece ter fechado com a posição do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que defende a posição da Petrobras, responsável pelo projeto. “Não temos e não devemos ter dentro de um governo, dois ou três governos. Devemos ter um único governo”, afirma o ministro, que definiu o tema como “estratégico”.

E acrescenta: “Não consigo compreender não haver nas questões que Marina defende a posição do Ibama. No relatório feito por 10 técnicos do Ibama há uma avaliação ambiental estratégica. Uma avaliação dessa leva de dois a dois anos e meio. E a decisão do governo é que vamos fazer uma avaliação ambiental estratégica”, afirmou.

“O Ibama é que vai julgar. Às vezes a gente perde muito tempo com os atalhos e os atalhos não são bons em determinadas questões”, afirmou. “Eu compreendo, estou com 65 anos, comecei essa luta desde que eu nasci. Já apanhei igual a couro de pisar tabaco. Eu prefiro sofrer injustiça a praticar injustiça”, destacou.

Numa crítica à Petrobras, Marina falou que a empresa deveria não apenas explorar petróleo, mas também atuar no campo da geração de energia. Para ela, o Brasil não pode perder uma nova oportunidade de ser vanguarda na produção de energias renováveis.

Petrobras insiste – A Petrobras defende a exploração enquanto um parecer técnico do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) recomenda o indeferimento do pedido de licença ambiental feito pela companhia. Considerada como o “novo pré-sal”, a região constitui uma das cinco bacias da margem equatorial, que se estende do Amapá ao Rio Grande do Norte e fica próxima à fronteira marítima com a Guiana Francesa. O que está em jogo agora, na prática, é uma licença para perfuração, com o objetivo de averiguar o volume de petróleo disponível.

Lula abandona ministra – O Palácio do Planalto deixou a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede), à própria sorte ao negociar a recomposição dos ministérios com o Congresso, segundo revela Roseann Kennedy, na sua coluna no Estadão. A prioridade da articulação política é empenhar todos os esforços para salvar o núcleo duro do governo e as pastas chefiadas pelo PT, como Casa Civil e Desenvolvimento Agrário.

PL governista – Nova regra para controlar as contas públicas do governo, o arcabouço fiscal foi aprovado com ampla folga na noite da última terça-feira, mas um fato chamou atenção: a proposta teve mais votos favoráveis dos parlamentares do Partido Liberal, sigla do ex-presidente Jair Bolsonaro, do que da federação PSOL/Rede, que faz parte da base de Luiz Inácio Lula da Silva e tem dois ministros na Esplanada: Marina Silva, do Meio Ambiente, e Sônia Guajajara, dos Povos Originários. O PL liberou a votação de seus 99 parlamentares e o placar garantiu 31 votos da sigla a favor do texto (cerca de 32% da bancada).

Gadelha contra – A federação PSOL/Rede orientou seus integrantes a votar contra a proposta; todos os deputados do PSOL e Túlio Gadelha, único membro da Rede, rejeitaram o texto. Tanto a Rede quanto o PSOL têm ministérios no governo; respectivamente Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança Climática) e Sônia Guajajara (Povos Originários). Para o PSOL, o arcabouço fiscal pode prejudicar os investimentos nas áreas de saúde e educação.

Nova cartada – Um novo nome da Direita surge para a disputa por uma vaga na Câmara Municipal do Recife em 2024. André Correia, mais conhecido como André Bolota, foi coordenador das campanhas de Gilson Machado (PL) para o Sanado e do Coronel Alberto Feitosa (PL) para deputado estadual, em 2022. Bolota é um estrategista e conhecido como um articulador nato na política, filho de Fernando Correia, aprendeu direito com seu pai. A notícia chega de uma fonte forte e conhecida no meio político.

CURTAS

VOTO EM SEPARADO – Dos 68 deputados petistas (que compõem uma federação com PC do B e PV, somando 81 parlamentares), praticamente um terço da bancada do PT alegou ter votado a favor apenas por “lealdade ao presidente Lula”. Os divergentes apresentaram, ainda na noite de ontem, uma declaração separada de voto para reiterar suas críticas ao arcabouço fiscal.

RELATÓRIO RUIM – No documento, assinado por 22 petistas e por Orlando Silva (PCdoB-SP), o relator do PL das Fake News, os parlamentares dizem que o relatório do deputado Claudio Cajado (PP-BA) “agravou sobremaneira as normas de contração dos gastos públicos, limitando fortemente a capacidade do Estado de fazer justiça social e comandar um novo ciclo de desenvolvimento”.

Perguntar não ofende: Por que o PT é um partido tão complicado?

Fonte: Blog do Magno Martins.

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