Os números da pesquisa do Opinião para o Senado, apontando um empate técnico entre o governador Paulo Câmara (PSB), o ex-ministro Mendonça Filho (DEM) e o ex-senador Armando Monteiro Neto (PSDB) foram extremamente satisfatórios apenas para o ex-líder trabalhista, agora neotucano, por um simples motivo: nem Paulo entra na disputa nem Mendonça tem projeto para uma nova tentativa majoritária.
Neste caso, o adversário de Armando seria o atual senador Fernando Bezerra Coelho (MDB), o quarto colocado, com menos de 6%. Como o filho Miguel, com nome colocado para governador, Fernando só aparece bem nos sertões, com destaque para o São Francisco, embora seja um nome nacional, ocupando o cargo de líder na Casa Alta. Com boa lembrança do seu nome para o Senado, Armando coloca o PSDB no protagonismo do debate sucessório.
Até porque, na disputa para o Governo do Estado, Raquel Lyra, a nova dirigente estadual tucana, surpreendeu. No primeiro cenário, incluindo todos os prováveis nomes, aparece em segundo lugar, atrás apenas de Marília Arraes (PT). Quando Marília é substituída pelo senador Humberto Costa, a prefeita de Caruaru se coloca melhor ainda na pesquisa, ocupando a liderança.
Bingo para o PSDB, partido que já foi destacado personagem da cena estadual quando comandado, com mão de ferro, pelo ex-senador Sérgio Guerra. Nos últimos anos, entretanto, a legenda entrou numa profunda crise de identidade, perdeu quadros importantes na Assembleia Legislativa, na Câmara Federal, uma penca de prefeitos e vereadores.
Embora no plano nacional seja dirigido, hoje, por um pernambucano, o ex-ministro Bruno Araújo, no Estado o partido está sendo redimensionado pelo novo comando, Raquel Lyra e Armando, este mais nas articulações no plano nacional. Traduzindo: em 22, na sucessão de Paulo Câmara, o PSDB, conforme o cenário apontado pela pesquisa, tanto pode concorrer em faixa própria o Governo do Estado quanto indicar o candidato ao Senado, resultado da junção das forças do bloco de oposição.
Sem mandato? – Numericamente à frente na corrida para o Senado, o governador Paulo Câmara pode encerrar o seu mandato sem disputar sequer uma vaga na Câmara dos Deputados. Não quer nem ouvir falar em concorrer ao Senado, mas está sendo aconselhado a não sair de cena optando por um mandato de deputado federal. Dos últimos governadores de Pernambuco, o único que preferiu ficar até o último dia do seu mandato foi Joaquim Francisco, em 1994, porque havia brigado com o vice Roberto Fontes e não morria de amores pelo parlamento.
Olho na Casa Alta – Dois nomes que não entraram na pesquisa do Opinião para o Senado, mas que estão de olho na Casa Alta: Silvio Costa Filho, presidente estadual do Republicanos, e André de Paula, presidente estadual do PSD. Ambos são deputados federais e estão na aliança governista. Dependem, entretanto, das costuras que se darão no plano nacional, porque se o PSB se aliar ao PT, a legenda de Lula certamente vai exigir a indicação para o Senado e não se contentar a vice.
A espera de Jarbas – De passagem, ontem, pelo Recife, o prefeito de Petrolina e pré-candidato do MDB ao Governo do Estado, Miguel Coelho, teve encontro com alguns dirigentes estaduais de legendas, entre eles Ricardo Teobaldo, do Podemos. Miguel quer também ser recebido pelo senador Jarbas Vasconcelos, principal cacique do MDB. Jarbas só quer cumprir agenda política, entretanto, após tomar a segunda dose da vacina anti-covid, o que deve ocorrer nos próximos 15 dias.
A suposta chapa – Depois da pesquisa do Opinião, que colocou Marília Arraes na frente na disputa pelo Governo do Estado, já corre nos bastidores a montagem da suposta chapa que uniria os partidos de oposição: Miguel Coelho, prefeito de Petrolina, candidato a governador; Raquel Lyra (PSDB), prefeita de Caruaru, na vice, e Anderson Ferreira (PL), para o Senado. Com exceção do DEM, os principais partidos do bloco que bate de frente com o PSB, no poder há 20 anos, estariam contemplados. Só falta combinar com os russos!
CURTAS
CONFRONTOS – Na sequência da pesquisa do Opinião, os leitores conhecerão, amanhã, os quadros de confronto direto entre os candidatos a governador da oposição com os dois nomes ventilados pelo Governo, o ex-prefeito Geraldo Júlio e o secretário da Casa Civil, Zé Neto. Cenários, na verdade, de eventuais disputas em segundo turno.
PÉSSIMA NOTÍCIA – Em meio à pandemia de Covid-19, Pernambuco teve aumento do número de casos confirmados de Chikungunya. Segundo a Secretaria estadual de Saúde, entre 3 de janeiro e 1º de maio de 2021, o crescimento desse tipo de ocorrência chegou a 148%, no comparativo com o mesmo período de 2020.
Perguntar não ofende: Geraldo Covidão vai ser convocado para depor na CPI da Pandemia?
Fonte: Blog do Magno Martins.
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