Se Lula, que comandou a quadrilha do mensalão, foi condenado, preso e já está livre, que futuro então está reservado aos mais de cem larápios, que, como ele, meteram a mão no dinheiro alheio, quebraram a Petrobras e foram responsáveis pelo maior escândalo da República do século? Com a palavra o Supremo Tribunal Federal, primeiro o ministro Edson Fachin, que atestou a santidade de Lula, depois o ministro Gilmar Mendes, que perseguiu e, finalmente, transformou Sérgio Moro de herói a bandido.
O Brasil não é um País sério, atribuíram esta frase a De Gaulle, ex-presidente francês que comandou as Forças Livres durante a Segunda Guerra Mundial. Nunca se provou, mas o Brasil é uma bagunça, um País sem lei, injusto socialmente e economicamente, uma republiqueta de quinta categoria. Sua justiça é injusta, só funciona para ladrão de galinha. Ladrão que mete a mão no meu, no seu, no dinheiro de todo cidadão que paga imposto, faz letra morta a mesma lei que aprisiona os pequenos sem dinheiro para recorrer a advogados movidos à dólar.
Ex-deputado federal preso pelo mesmo pecado cometido pelo ex-presidente Lula, Pedro Corrêa tem razão de sobra quando afirma, como fez ontem no Frente a Frente, que vai exigir a mesma regalia dada a Lula pela mais alta corte da justiça, o STF. O petista gatuno já está livre, com direitos políticos restaurados para disputar à Presidência da República, enquanto Corrêa, mesmo já tendo cumprido os rigores da lei de uma pena de 7 anos e três meses, continua preso em casa, usando tornozeleira.
Detido porque o ministro Luís Roberto Barroso, relator, engavetou o processo e se nega a soltar o ex-deputado. Corrêa já fez de tudo, seus advogados agiram, cumprindo todos os prazos legais, recorreram a todos os recursos previstos na lei, mas Barroso não está nem aí. Ignora o sofrimento do réu e nem respeita o princípio legal de que cumpriu integralmente sua pena. Comparado ao caso Lula, dois pesos, duas medidas. Justiça não pode discriminar nem privilegiar, menos no Brasil, o País da justiça torta.
O STF já atestou que Lula não é um pecador igual aos mais de 100 envolvidos na Lava Jato. Tudo bem, mas o que vai acontecer, por exemplo, com os que fizeram delação premiada e devolveram R$ 5 bilhões que roubaram para terem suas penas abrandadas? Pela lógica, já que o ex-juiz Sérgio Moro foi julgado suspeito de comandar a Lava Jato, tudo por ele julgado não vale nada. Se não vale para o ex-presidente, está, consequentemente, inválido para os demais condenados. Esses terão o direito de pedir de volta o que pagaram em suas delações.
Moro reage – O ex-ministro da Justiça e ex-juiz Sergio Moro afirmou, ontem, em nota, que tem “absoluta tranquilidade” em relação às suas decisões quando julgou casos da Lava Jato na 13ª Vara Federal de Curitiba. Ele disse também que sempre baseou suas decisões nos processos judiciais, inclusive àquelas ligadas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). "Tenho absoluta tranquilidade em relação aos acertos das minhas decisões, todas fundamentadas, nos processos judiciais, inclusive quanto aqueles que tinham como acusado o ex-presidente”, afirmou Moro em nota divulgada em seu perfil no Twitter.
Decisão incontestável – Na nota, o ex-juiz lembrou ainda que a sua decisão de condenar Lula no caso foi confirmada pelo TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) e pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça). Moro ainda defendeu a atuação da Lava Jato. Segundo ele, a operação foi um marco no combate à corrupção no Brasil e na América Latina. O ex-juiz disse ainda que a Lava Jato colocou fim à impunidade generalizada. “O Brasil não pode retroceder e destruir o passado recente de combate à corrupção e à impunidade e pelo qual foi elogiado internacionalmente“, afirmou. Para o ex-juiz federal, a atuação na Lava Jato sempre foi imparcial. Afirmou ainda que nunca teve animosidade com nenhum acusado nos processos que julgou.
Nada apaga – O procurador da República Deltan Dallagnol, ex-coordenador da Lava Jato, também defendeu a conduta da força-tarefa. Por meio do Twitter, Deltan disse que “nada apaga a consistência dos fatos e provas dos numerosos casos da Lava Jato, sobre os quais caberá ao Judiciário a última palavra”. “A Lava Jato investigou crimes e aplicou a lei. Os 5 bilhões devolvidos por criminosos confessos aos cofres públicos não cresceram em árvores”, disse. Na noite da última terça-feira, a defesa do ex-presidente Lula chamou a decisão de “histórica e revigorante”. Em nota, os advogados Cristiano Zanin e Valeska Martins comemoraram o fim do processo que iniciou em 2018.
Comitê da crise - O presidente Jair Bolsonaro se reuniu, ontem, no Palácio do Alvorada, com governadores e chefes de Poderes para tratar de medidas de combate à pandemia. Anunciou que será criado um comitê que se reunirá semanalmente para discutir as políticas para conter o alastramento da covid-19. O presidente voltou a defender o “tratamento precoce”. “Será criado um comitê que se reunirá toda semana com autoridades para decidirmos ou redirecionarmos o rumo do combate ao coronavírus“, disse Bolsonaro a jornalistas depois da reunião. Participaram da reunião governadores, os presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) e do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Luiz Fux. Também foram ao Palácio ministros do governo e o vice-presidente Hamilton Mourão.
Tratamento precoce – O presidente foi o único dos chefes de Poderes a falar sobre “tratamento precoce”. O chefe do Executivo disse que o assunto foi tratado no encontro. Segundo ele, ficam a cargo do ministro da saúde, Marcelo Queiroga, os protocolos em torno do método de tratamento, que não tem eficácia comprovada cientificamente. Bolsonaro disse que o novo ministro “respeita o direito e o dever do médico [em prescrever o tratamento] off label”. No entanto, declarou que “não temos remédio” para a doença. “Nossa união, nosso esforço entre os Três Poderes da República, ao nos direcionarmos para aquilo que realmente interessa, sem que haja conflito ou politização do problema, é o caminho para o Brasil sair dessa situação complicada em que se encontra”, disse o presidente.
CURTAS
PEDIDOS – Os governadores levaram uma série de demandas ao presidente. Cada região teve um representante na reunião. Foram eles: Ratinho Júnior (PSD), governador do Paraná; Renan Filho (MDB), governador de Alagoas; Cláudio Castro (PSC), governador do Rio de Janeiro; Ronaldo Caiado (DEM), governador de Goiás; e Wilson Lima (PSC), governador do Amazonas. Alguns deles adotaram medidas que foram atacadas por Bolsonaro durante a crise, como confinamentos.
MORTES – O Ministério da Saúde confirmou mais 3.251 mortes pela covid-19. É o maior número já registrado em um único dia desde o início da pandemia. O número nunca havia ficado acima de 3.000. No total, 300.018 pessoas morreram vítimas da covid-19 no País. Na terça-feira, Bolsonaro fez um pronunciamento na televisão, no qual defendeu a vacinação contra a covid-19 no Brasil. Políticos de diversos espectros ideológicos foram às redes sociais para criticar o presidente.
Perguntar não ofende: Palocci será o primeiro a pedir de volta o dinheiro que abriu mão para fazer sua delação premiada?
Fonte: Blog do Magno
Martins.
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