quarta-feira, 3 de março de 2021

Medidas inócuas

 

A pandemia em crescente é uma realidade terrível no mundo, no País e, particularmente, em Pernambuco. No ensejo de reduzir os seus efeitos e prevenir vidas, o Governo do Estado apelou, primeiro, para o toque de recolher em três regiões mais afetadas, depois estendeu a todo o Estado com cara, na verdade, de lockdown.

Lá atrás, quando as UTIs estavam lotadas, o governador Paulo Câmara fechou tudo, recorrendo ao primeiro lockdown. Pelo histórico, nada resolveu. Foi o período mais acentuado de mortandade no Recife, Região Metropolitana e no Interior. Uma prova, vale a ressalva, de que lockdown não resolve. O Governo está mais perdido nessa batalha do que cego em tiroteio, recorrendo a um ditador popular.

Algumas medidas recentes em vigor são ridículas, não levam a nada. Uma delas é o fechamento de parques e áreas públicas nos fins de semana, deixando-os à disposição do público normalmente ao longo de toda a semana. Ora, quer dizer que na visão do governador e da sua equipe covid só se transmite nos parques aos sábados e domingos!

O que o Governo precisa fazer, não faz: aumentar, por exemplo, a frota de ônibus à disposição do público, para evitar as grandes aglomerações em transportes urbanos. O secretário Pedro Eurico (Justiça e Direitos Humanos), passando atestado de que é um lunático, chegou ao cúmulo de dizer diante das câmaras da TV-Globo que o vírus da morte não se transmite em ônibus super lotados. Um vexame, saia justa na abordagem da jornalista Bianka Carvalho. 

Na verdade, nunca viu tamanha incompetência de um Governo. O que se faz por aqui, para ser mais preciso, é cópia mal feita de outros Estados, como a Bahia e o Ceará. Lockdown, repito, não resolveu nem resolve. O que faz é gerar desemprego e endividar a população. Se o Governo é tão rápido em decisões tão esdrúxulas, deveria ser igualmente eficiente na decretação de medidas sociais para minorar os efeitos da pandemia. O desemprego se agiganta, mas as contas de luz, água, taxas imorais e impostos não são suspensas pelo Governo, nem tampouco postergadas para o período pós-pandemia.

Vacinas para Recife – O prefeito do Recife, João Campos (PSB), disse, ontem, que vai solicitar 200 mil doses de vacina contra a Covid-19, através do consórcio nacional de prefeitos criado para comprar o imunizante diretamente dos laboratórios. Até então, a aquisição e a distribuição das vacinas são coordenadas pelo Governo Federal, por meio do Ministério da Saúde. Segundo o prefeito, Recife formalizou o interesse em aderir ao consórcio liderado pela Frente Nacional de Prefeitos (FNP) após participar de uma reunião na segunda-feira passada.

Vitória também adere – Além do Recife, outros municípios demonstraram interesse em participar do consórcio. São os prefeitos de Vitória de Santo Antão, Paulo Roberto (MDB), na Zona da Mata Sul; Brejo da Madre de Deus, Roberto Asfora (PL), no Agreste; e Petrolina, Miguel Coelho (MDB), no Sertão do São Francisco, que, igualmente, assinaram o termo. De acordo com o FNP, os municípios têm até a próxima sexta-feira para manifestar o interesse em integrar o consórcio. A previsão é que a associação seja constituída, legalmente, até 22 de março para que possa atuar na aquisição de imunizantes contra a Covid-19.

PEC emergencial – O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), disse, ontem, que a maioria dos líderes da Casa é favorável à tramitação especial da PEC (proposta de emenda à constituição) emergencial. A declaração foi feita em publicação no seu perfil no Twitter. A tramitação especial pode fazer com que a PEC seja analisada pela Câmara diretamente no plenário, sem ter que passar por comissões da Casa. Segundo Lira, a estratégia é uma forma de garantir o pagamento do auxílio emergencial já em março.

Compra aprovada – A Câmara aprovou, ontem, o texto-base do projeto de lei que permite a iniciativa privada a compra de vacinas contra o coronavírus, desde que observadas algumas condições. O texto foi aprovado por votação simbólica. Ou seja, sem contagem de votos. O acerto é possível quando há acordo entre os líderes de bancada. Ainda faltam ser analisados os destaques, trechos votados separadamente. O relator Igor Timo (Podemos-MG) não fez alterações na proposta já aprovada pelo Senado. Se todos os destaques forem rejeitados a proposta vai direto para sanção presidencial.

Mansão do filho – O senador e filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro, Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), negou, ontem, qualquer irregularidade na compra de uma mansão em Brasília pelo valor de R$ 5,97 milhões. Segundo ele, a imprensa “tenta construir uma narrativa criminosa”. O Poder360, site do jornalista Fernando Rodrigues, teve acesso à escritura pública da compra do imóvel. O documento registra a aquisição da casa por Flávio e sua mulher, Fernanda Antunes Bolsonaro. O documento é de 29 de janeiro e a venda foi realizada pela imobiliária RVA Construções e Incorporações S/A representada por seu presidente Juscelino Sarkis. Segundo a escritura pública, o valor avaliado da propriedade é ainda maior que o pago pelo senador: R$ 6,15 milhões.

CURTAS

CONTÁGIO – Os senadores Alessandro Vieira (Cidadania-SE), Lasier Martins (Podemos-RS) e Major Olímpio (PSL-S) foram diagnosticados com coronavírus nas últimas 24h. Os três trabalharam presencialmente em Brasília na semana passada. A assessoria do senador Alessandro Vieira comentou em nota que ele foi diagnosticado com covid-19 na noite da última segunda-feira.

FUNDO – O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), sugeriu a governadores a criação de um “Fundo Emergencial de Combate à Pandemia”, que reuniria as receitas destinadas ao combate ao coronavírus. “Com o somatório de todos os recursos”, disse em seu pronunciamento aos chefes dos governos estaduais. O deputado declarou que esse fundo precisa respeitar o teto de gastos, dispositivo constitucional que contém a evolução das despesas públicas.

Perguntar não ofende: Reeleito presidente da Amupe, José Patriota será alçado à secretário na equipe de Paulo Câmara? 

Fonte: Blog do Magno Martins.

Nenhum comentário:

Postar um comentário