Geraldo Júlio não é o único nem nunca será nome consensual ao Governo de Pernambuco. Diante de tamanho desgaste que vive, alvo de sete operações da Polícia Federal em sua gestão, pode até não ser ungido pelas forças governistas ao Palácio das Princesas. Ao seu redor, não faltarão nomes que possam deletá-lo de uma eventual disputa.
Lembrado como alternativa do PSB numa entrevista a este blog pelo líder do Avante na Câmara dos Deputados, Sebastião Oliveira, o secretário estadual da Casa Civil, Zé Neto, já é lembrado por quase metade dos eleitores que se dispõem a votar em Geraldo. Na pesquisa abaixo, na qual os entrevistados pelo Instituto Opinião falam das suas preferências para 2022, o chefe da Casa Civil é lembrado por mais de 12%, enquanto Geraldo é citado por 26%.
Para quem nunca se colocou no páreo, não dá entrevista, não vive na mídia, tem uma postura extremamente discreta, Zé Neto surpreende e muito. De família com DNA tradicional político no Estado, sobrinho do ex-governador Joaquim Francisco, o secretário da Casa Civil tem pedigree. Extremamente hábil e articulado, goza de uma grande reputação na Assembleia Legislativa e em todos os segmentos da vida pública do Estado.
Atende bem a todos, independente de cor partidária, credo ou ideologia. Prefeitos no campo de oposição não se cansam da forma e do tratamento recebidos quando querem chegar até ao governador. Gestor de São Caetano, Josafá Almeida (PSL) é um dos que estão do outro lado do balcão partidário oficial que bate ponto no Palácio das Princesas.
Há muito, desde que foi eleito, precisava levar ao governador um projeto carro-chefe da sua administração na área têxtil e, rapidamente, teve acesso ao Palácio, saindo do gabinete de Paulo Câmara extremamente satisfeito graças ao meio de campo feito pelo competente secretário que cuida da articulação política do Governo. Na Assembleia, ressonância disso tudo, Zé Neto é quase uma unanimidade em aprovação.
Amizade pessoal – Referência no campo político pela ligação familiar com Joaquim Francisco, Zé Neto é, também, forte na base governista por ser um quadro da absoluta confiança e amizade pessoal com o governador Paulo Câmara. Praticamente da mesma geração, criaram o laço no Tribunal de Contas do Estado, ingressando na corte por concurso público como auditores. Estão licenciados desde que foram convocados pelo ex-governador Eduardo Campos para missões na vida pública.
Andando e engolindo sapo – De olho no Governo do Estado, o prefeito de Jaboatão, Anderson Ferreira (PL), teve uma semana de articulações no campo político. Almoçou com a deputada Marília Arraes (PT), também lembrada para a disputa majoritária em 22, conversou por telefone com Miguel Coelho, logo após a divulgação da primeira pesquisa do Opinião para governador, deu um pulo em Caruaru para ternurar a prefeita Raquel Lyra (PSDB) por ocasião dos 164 anos da capital do Agreste, e hoje estará em Surubim, cumprindo uma agenda com aliados simpáticos ao seu nome para o Palácio das Princesas. Como diz um velho adágio, cobra que não anda, não engole sapo.
Recorde trágico – Pela segunda vez ao longo da semana, o Estado bateu recorde de confirmações de casos de Covid-19 em 24 horas desde o começo da pandemia. A Secretaria de Saúde contabilizou, ontem, mais 3.969 pessoas com a doença e 66 óbitos, elevando o total de infectados para 456.690 e de mortes, para 15.258. A média de confirmação de casos também teve um recorde absoluto no dia de ontem: foram 2.701 registros por dia, em média, na última semana. É 27% maior que a média registrada duas semanas atrás. O indicador da média de casos em Pernambuco está acima dos dois mil registros diários há 15 dias seguidos.
O jacaré e a cobra – A pergunta mais insistente nos meios políticos do Estado: por onde anda o ex-secretário todo poderoso secretário Antônio Figueira, que mandou e desmandou no Governo socialista desde a ascensão do ex-governador Eduardo Campos ao poder? Por que, com tanta experiência e bagagem na área de Saúde, num momento em que o Estado é campeão em casos de covid, Figueira não é lembrado para nada? Aos que não acompanham a política com mais atenção, o ex-secretário deixou o Governo por uma porta no mesmo dia que o ex-prefeito Geraldo Júlio entrou por outra. É a famoso casamento impossível do jacaré com cobra d’água.
Usina Cucaú – Na celebração dos 130 anos da usina Cucaú, o empresário Eduardo Monteiro, que teve a missão de assumir o comando do grupo a partir de 2000, foi bastante cumprimentado ao longo da semana. Coube a ele tocar os negócios com a morte do pai, o saudoso ex-ministro Armando Monteiro Filho promoveu uma ampla reforma administrativa, expandindo a produção e reposicionando no setor sucroenergético. A capacidade de processamento passou para 11 mil toneladas de cana por dia. Mesmo com o alto volume, a empresa não descuida da questão socioambiental: em 2003, houve a criação do programa “Guardiões da Natureza”. Segundo Eduardo, trata-se de um “projeto de educação que trabalha a importância da preservação ambiental junto com as crianças nas escolas e com todos os colaboradores da Usina.
CURTAS
Empregos – Responsável por gerar maios de 20 mil empregos diretos e indiretos, a Usina Cucaú chega aos 130 anos bastante sólida e firme no mercado. O empreendimento do Grupo EQM está situado em Rio Formoso, na Mata Sul pernambucana, e contribui para a economia de cidades diversas, como Gameleira, Ribeirão, Escada, Sirinhaém, Tamandaré, Barreiros e o próprio Recife.
História de sucesso – A Companhia Geral de Melhoramentos, da França, foi a responsável pela fundação da usina em 1891, mas os negócios ganharam impulso a partir de 1943, quando o empresário Armando de Queiroz Monteiro comprou a fábrica. Desde então, modernizou-se e se consolidou como uma das maiores produtoras de açúcar e de derivados da cana em Pernambuco.
Perguntar não ofende: Humberto Costa é mesmo um jumento, como disse o presidente Bolsonaro?
Fonte: Blog do Magno Martins.
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