Nas hostes tucanas, o ex-presidente Lula e o presidente Jair Bolsonaro são definidos como "irmãos siameses". Leia-se: os dois se retroalimentam e a presença de um no páreo interessa ao outro. Ainda que o líder-mor do PT lidere, em pesquisas recentes, a corrida presidencial, seguido pelo chefe do Planalto, o tucanato vê chance de emplacar um nome seu que seja capaz de rivalizar e ocupar o lugar de Bolsonaro. O nome mais cotado internamente seria o do senador Tasso Jereissati. Motivo: faz-se uma avaliação de que o eleitor voltou a mirar um candidato experiente, afeito à política, levando em conta o exemplo de Joe Biden. A aposta dos tucanos tem a ver com o baixo grau de conhecimento que aferem de possíveis postulantes seus, associado ao percentual de intenções de voto deles em comparação com outros concorrentes de rostos já mais íntimos do eleitorado, a exemplo de Ciro Gomes. Ontem, no dia em que a foto de Lula e Fernando Henrique Cardoso, em almoço recente, foi tornada pública, tucanos acenderam o alerta para o resultado da pesquisa Exame/Ideia. Em cenários de perguntas estimuladas, três nomes do tucanato aparecem testados em 1º turno: Tasso Jereissati (15%), Eduardo Leite (13%) e João Doria (10%).
A anotação que se fez foi de que, pontuando à frente das opções tucanas em cenário de 1º turno, só quem figura é o ex-ministro Sérgio Moro. Detalhe: Ciro Gomes (13%), antigo conhecido do eleitorado, pontua, hoje, em patamar similar ao de presidenciáveis do PSDB, ficando atrás ainda de Tasso. A amostra testou os candidatos em grupos com três pessoas, sendo eles Lula, Bolsonaro, e uma terceira opção. O petista vence em todos os cenários. Nas testagens de 2º turno, qualquer candidato perde para Lula ou Bolsonaro. Considerando cenários com a presença do PSDB x Lula, como se projeta no partido, os nomes do PSDB apresentam o seguinte desempenho: Lula (47%) x Eduardo Leite (30%), Lula (47%) x Tasso Jereissati (30%), Lula (45%) x João Doria (28%). Para efeito de comparação, Lula teria 43% num embate Ciro Gomes, que pontuaria 35%. A conta que o tucanato faz é de que Ciro é candidato há 12 anos, o que confere uma injeção de ânimo ao PSDB. A despeito do encontro de Lula com FHC, o partido rejeita o que chama de "romantismo" vinculado ao "flerte" e trabalha para ver um nome seu desbancar o presidente Jair Bolsonaro. Em função disso, o aceno mais intenso de FHC a Lula não foi bem recebido.
Bons olhos no PT
Se no PSDB no encontro de Lula com FHC não foi bem visto, no PT muitos vibraram. O senador Humberto Costa argumenta que a "questão fundamental é resistir a Bolsonaro". À coluna, ele repisa: "É o gesto simbólico de dizer que Bolsonaro, não". E emenda: "Isso aí é muito importante. Da parte de FHC foi um gesto político muito significativo. Agora, de um lado e de outro, tem aqueles que não qerem nenhum tipo de conversa".
Boa Causa > Ainda na visão de Humberto, “foi uma coisa boa para democracia”. Ele vê “simbolismo grande de dizer: ‘Tudo menos Bolsonaro!'’”. “É como se dissesse: ‘aqui tem todo tipo de divergência, mas tem unidade em defesa da vida, da democracia".
No ninho > Em nota, o PSDB coibiu "sinais trocados", que "não fazem bem a um potencial candidato do PSDB". Houve quem recordasse que FHC foi acusado de neoliberal, de "privatizador".
Destrava > Líder da Oposição, Renato Antunes protocolou a instalação da Frente Parlamentar em defesa do plano de drenagem do Recife. A ideia é destravar a matéria que, há quase oitos anos, está paralisada na prefeitura, ele explica. Mira a redução nos estragos causados pelas chuvas, via macrodrenagem.
Fonte :Folha de PE.
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