A articulação vem sendo desenhada nos bastidores nos últimos dias após uma série de declarações polêmicas do secretário de Justiça e Direitos Humanos do Estado, Pedro Eurico, que resultaram em memes variados circulando nas redes sociais. O movimento consiste em tirá-lo dos holofotes e, consequentemente, da condição de porta-voz do Governo do Estado em meio à pandemia do novo Coronavírus. A função de conceder entrevistas e atender a Imprensa passará a ser exercida por outros dois auxiliares do governador Paulo Câmara: o procurador-geral do Estado, Ernani Medicis, e o secretário de Planejamento, Alexandre Rebelo. Pedro Eurico segue à frente da mesma pasta que já comanda, a qual é vinculado o Procon, orgão responsável por fiscalizar irregularidades. O argumento que prevalece, em conversas reservadas, para essa troca de papéis é o de que, diante da repercussão negativa das falas de Pedro Eurico, é importante "preservá-lo" também. A declaração dele mais recente que levou o governo a ter que se explicar foi relacionada às concessionárias. Indagado, em entrevista à TV Clube, sobre o motivo de as mesmas terem sido mantidas abertas, apesar da quarentena determinada pelo Governo do Estado, ele afirmou o seguinte: "Porque as concessionárias, primeiro, não agrupam muitas pessoas e, segundo, é um serviço essencial para que as pessoas possam exercer o direito de trocar, comprar seus veículos, como também isso funciona para supermercados, para farmácias".
Questionado se concessionária era um serviço essencial, Pedro Eurico minimizou: "Não é um serviço essencial, mas é um serviço rotineiro que não coloca em risco a vida da pessoas". Antes, sobre a lotação no transporte coletivo, em entrevista à TV Globo, em janeiro, Pedro Eurico já havia minimizado o potencial do ônibus como vetor de contaminação. “É preciso deixar bem claro uma questão: ‘O ônibus, por estranho que pareça, não é o maior causador, não é um vetor importante da contaminação. Por quê? Porque você tem o contágio, a contaminação pelo tempo que permanece, e as pessoas ficam pouco tempo no ônibus’”, explicara Pedro Eurico. As falas não passaram batidas e geraram incômodo nas coxias da gestão Paulo Câmara, motivando a mudança de funções. Ernani Medicis e Alexandre Rebelo já vêm protagonizando coletivas do governo relacionadas à Covid-19 e, agora, acumulam a condição de porta-vozes, que executarão assim que forem demandados.
Obstrução por foco...
A Oposição pretende iniciar, essa semana, na Câmara Federal, obstrução com o obejtivo de restabelecer o foco do debate no combate à Covid-19. A ideia foi proposta ao conjunto das Oposições pelo líder do PSB, Danilo Cabral, e visa a obstruir em plenário e em comissões. A mobilização é motivada por alguns episódios, como a aprovação, em rito sumário, da PEC 186/2019, por exemplo, que permitiu a volta do auxílio emergencial, mas, no bojo, estabeleceu um ajuste fiscal.
...na covid-19 > Oposicionistas avaliam que o governo está "passando a boiada" em meio a pautas relativas à pandemia. Consideram nocivo, no momento, por exemplo, o debate de reforma política nas comissões num momento de colapso na Saúde do País.
Serão 1 > Ainda não foi resolvido o imbróglio em torno da liderança da Minoria na Câmara Federal. Tem reunião dos oposicionistas marcada para hoje, às 13h30, para ver se é possível se chegar a um consenso. Havia, em curso, uma tentativa de que o PT, rachado e com dois nomes cotados, abrisse o espaço para Marcelo Freixo, do PSOL.
Serão 2 > Parlamentares, nos bastidores, consideram a hipótese improvável. A arrumação pode respingar no cargo de líder da Oposição, até então, hipotecado a Alessandro Molon, do PSB.
Fonte :Folha de PE.
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