A vice-governadora Priscila Krause, atualmente filiada ao Cidadania, passou a vida inteira atuando na direita, revelando-se uma das lideranças jovens do PFL, que virou DEM e agora União Brasil. Há dias, avalia fazer uma nova travessia partidária. Convidada pelo ministro da Pesca, André de Paula, com quem tem ligações históricas pelo DNA de Marco Maciel, tende a se filiar ao PSD.
A legenda tem o controle absoluto de André no Estado. Foi por ela que o próprio ministro disputou o Senado na chapa de Marília Arraes, do Solidariedade, derrotada por Raquel na disputa em segundo turno. Com a ascensão de André ao primeiro escalão de Lula, por indicação do presidente nacional da legenda, Gilberto Kassab, o PSD reforça a base do Governo petista no Congresso, embora Kassab seja secretário de Tarcísio Freitas, governador de São Paulo, uma das principais crias do bolsonarismo.
A filiação de Priscila seria o primeiro passo para a governadora Raquel Lyra se aproximar efetivamente do universo partidário de Lula, já que o seu partido, o PSDB, assume uma postura de oposição radical ao Governo petista. Com espaços em seu governo, a partir da ocupação na Compesa com o advogado Alex Campos, gente de André, a tucana construiria as condições naturais para ingressar também no PSD.
Tudo uma questão de tempo, de acomodação. Em declínio, o PSDB não seria mais um espaço de excelência para a governadora, que necessita de um partido para chamar de meu. Dividindo com André o controle da legenda de Kassab, Raquel tranca as portas ao mesmo tempo para o grupo do ex-senador Fernando Bezerra Coelho, que já vinha em tratativas com André, em nível estadual, e Kassab, em nível nacional, para filiar seu filho Miguel Coelho, que disputou as eleições para governador em 2022.
Distribuição privatizada – Por iniciativa do deputado José Patriota (PSB), a Assembleia Legislativa fez, ontem, uma audiência pública para debater a privatização da Compesa. De público, a governadora ainda não assumiu sua intenção de privatizar a estatal, mas o que está por trás da chegada do advogado Alex Campos ao seu comando é a preparação do projeto que levará para iniciativa privada a parte que diz respeito à distribuição de água, a área mais precária da empresa.
O grito das mulheres – Brasília está invadida, mais uma vez, a partir de hoje, por prefeitos que estão com os nervos à flor da pele com os cortes crescentes nos repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Mas o que vai agitar mesmo Brasília é a Marcha das Margaridas, o grito das mulheres contra as injustiças que são vítimas no dia a dia, que deve reunir 100 mil pessoas na Esplanada dos Ministérios, fechada desde a meia noite de ontem.
Distribuindo simpatia – O ministro da Defesa, José Múcio, raramente recorre a voos da FAB em seus deslocamentos aéreos. Anda em aviões de carreira sem reclamar, principalmente quando se desloca para Pernambuco. Nos aeroportos e a bordo é reconhecido por muita gente e não recusa atender a todos, com muita gentileza e atenção, como é do seu feitio. E é paciente. Ontem mesmo, seu voo atrasou em mais de uma hora, saindo do Recife para Brasília. Aproveitou para despachos on-lines com a sua equipe do gabinete.
Piscinão de Ramos – O auditório da Amupe, a Associação Municipalista de Pernambuco, no Recife, virou, ontem, um piscinão de Ramos, com as chuvas de lágrimas do chororô dos prefeitos diante de parte da bancada federal pela implacável tesoura do Governo Federal a cada dez dias nos repasses do FPM. Depois da sessão de quem não chora não mama, boa parte deles pegaram o voo para Brasília. Vão chorar hoje na frente da equipe econômica do presidente Lula.
Luciana remanejada – Com a viagem ao Paraguai, ontem, o presidente Lula só deve anunciar a minirreforma ministerial na sua volta, amanhã, ou, no mais tardar, na próxima sexta-feira. A ministra Luciana Santos, de Ciência e Tecnologia, voltou ao noticiário como uma das que serão remanejadas. Fala-se que seria deslocada para a pasta da Mulher ou Direitos Humanos. Tudo, entretanto, ainda no reinado da especulação.
CURTAS
ATÉ NA GLOBO – Sumido, não se sabe por quais razões, o barulhento prefeito de João Alfredo, Zé Martins, do grupo dissidente do PSB, deu as caras ontem na reunião da Amupe, sua fala ganhou destaque no NETV, da Globo, e a partir de hoje engrossa o cordão dos gestores que vão protestar em Brasília contra os cortes do FPM.
DOSSIÊ JUNINO – O deputado Waldemar Borges, da bancada do PSB na Alepe, ingressou com um pedido de informações ao Governo do Estado. Quer saber quanto o Estado gastou nos festejos juninos, quais shows foram pagos e os critérios adotados.
Perguntar não ofende: Quando Raquel vai escolher o novo secretário de Cultura?
Fonte: Blog do Magno Martins.
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