sexta-feira, 30 de dezembro de 2022

Em live na manhã desta sexta-feira (30), Bolsonaro tenta se isentar de atos antidemocráticos

 

Em pronunciamento por meio de uma live na manhã desta sexta-feira (31), o presidente Jair Bolsonaro (PL) procurou se isentar dos atos antidemocráticos que tomaram conta de algumas cidades do país depois dos resultados das eleições. "Nada justifica, aqui em Brasília, essa tentativa de um ato terrorista, aqui na região do aeroporto de Brasília. Nada justifica. Um elemento, que foi pego, graças a Deus, com ideias que não coadunam com qualquer cidadão", explicou.

presidente voltou a insistir que defende a liberdade e a Constituição. Segundo ele, as manifestações são bem-vindas, mas não podem haver enfrentamento. "Essa falta de liberdade que nós estamos vivendo prejudica a democracia. Isso daí, no futuro, se continuar, vai pegar todo mundo. Nós sempre lutamos por democracia, por liberdade, por respeito às leis, à Constituição. Eu passei quatro anos, além de trabalhar juntamente com meus ministros mostrando a importância da liberdade para a democracia", disse.

Ao lembrar questões ligadas à pandemia da covid-19, desoneração da folha e assentamento, o presidente procurou fazer um balanço do seu governo. O presidente reclamou da situação dos Correios e da Embratur, dizendo que havia corrupção nos dois.

Para o Nordeste, o presidente descatou a finalização das obras da transposição do São Francisco e a energia eólica. Estamos deixando um R$ 1 trilhão em investimentos privados para a infraestrutura. Está bastante avançado as eólicas na costa do Nordeste, aquelas torres com pás enormes para gerar energia. O potencial é o equivalente a 50 Itaipus. O nordeste será reindustrializado se esse for levado avante”, afirmou.

O presidente voltou a falar que sempre agiu "dentro das quatro linhas". "Agora, muitas vezes, dentro das quatro linhas, você tem que ter apoios (...). Em nenhum momento fui procurado para fazer nada de errado, violentando seja  o que for", garantiu.

Bolsonaro não esqueceu de criticar Lula, seu sucessor no Palácio da Alvorada. "O que temos pela frente agora, a partir de janeiro, não é bom, mas não é por isso que a gente vai jogar a toalha, deixar de fazer oposição, deixar de criticar, deixar de conversar com seus vizinhos agora com muito mais propriedade e conhecimento", disse. 

Na live, Bolsonaro voltou a lançar dúvidas, sem provas, sobre o resultado eleitoral e relembrou que o seu partido, o PL, moveu uma ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O processo, no entanto, foi arquivado por falta de provas após decisão do ministro Alexandre de Moraes, presidente da Corte, que aplicou à legenda uma multa de R$ 22,9 milhões.

O pleito foi acompanhado por diversas organizações da sociedade civil e, pela primeira vez, também pelas Forças Armadas. Nenhum deles conseguiu encontrar qualquer indício de fraude. Um relatório feito pelo Exército com base em uma apuração em uma amostra das urnas também não apontou divergência entre os resultados divulgados e o contado nas urnas.

O presidente voltou a falar que sempre agiu "dentro das quatro linhas". "Agora, muitas vezes, dentro das quatro linhas, você tem que ter apoios (...). Em nenhum momento fui procurado para fazer nada de errado, violentando seja  o que for", garantiu.

Bolsonaro deu a entender que aposta todas as fichas no parlamento como empecilho para o futuro governo. "O Brasil não vai se acabar no dia 1º de janeiro. Temos aí trinta dias pela frente que o parlamento está de recesso e volta em 1º de fevereiro, e é um parlamento mais conservador, mais de direita, menos dependente do poder Executivo", explicou.

Em outra parte do discurso, externou o descontamento com o resultado das eleiçõe. "O que eu vejo desse governo que está previsto para assumir domingo? É um governo que começa capenga, firmou Bolsonaro.

Ao longo de todo o discurso, ele deu mostras de que não se conformou ainda com o resultado da eleições.  Nos últimos minutos da live, o presidente chegou a derramar lágrimas.  

Por Carlos André Carvalho

Fonte: Folha de PE.

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