domingo, 4 de abril de 2021

Fiocruz promete novo turno para produzir 1,2 mi de vacinas por dia

Fiocruz já produz 900 mil doses diárias da vacina

Fiocruz já produz 900 mil doses diárias da vacina

RODOLFO BUHRER/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO

A Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) vai abrir em abril mais um turno da linha de produção de vacinas contra covid-19 na unidade de imunobiológicos de Biomanguinhos, elevando a capacidade diária de produção para 1,2 milhão de doses, afirmou o diretor da unidade, Maurício Zuma.

Até o momento, Biomanguinhos vem atuando com duas linhas para a produção da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford com o laboratório AstraZeneca, mas só uma delas com dois turnos. A segunda linha ganhará um segundo turno neste mês.

“Com esse novo turno, após testes na máquina, certamente vamos passar a capacidade para algo como 1,2 milhão, fácil, ao final de abril”, disse Zuma. “Mais à frente vamos tentar também aumentar o tamanho do lote. Hoje, cada turno produz um lote médio de cerca de 300 mil doses... aos poucos pretendemos elevar o tamanho do lote para 320 mil. Mas isso tem que ser feito com segurança, qualidade e sem aventuras.”

A Fiocruz bateu na semana passada seu recorde diário de produção do imunizante ao alcançar 900 mil doses, segundo Zuma. A inclusão de mais um turno na segunda linha poderá agregar mais 300 mil doses.

A vacina da Fiocruz é responsável atualmente por apenas 20% do total de doses aplicadas no Brasil, enquanto a chinesa CoronaVac, envasada pelo Instituto Butantan, representa os outros 80%.

A meta da Fiocruz é entregar até julho desse ano 100,4 milhões de doses de vacinas produzidas com IFA (Insumo Farmacêutico Ativo) importados da China, e depois mais 110 milhões de doses até o final do ano com o insumo produzido pela própria fundação. Uma possível demora na entrega dos insumos, mediante a enorme procura internacional, podem afetar a produção, de acordo com Zuma.

“Estamos com receio de suprimento de insumos, tem gente dizendo que está com problema para embarcar insumos e materiais usados em produção”, disse Zuma, acrescentando, porém, que "no curto prazo não há risco de faltar”.

O atraso na chegada dos insumos no começo do ano retardou o início da produção do imunizante na Fiocruz. Os envios depois foram normalizados, garantindo toda a produção prevista para abril.

IFA nacional

O planejamento da Fiocruz aponta para maio o início da produção local do IFA. De acordo com Zuma, o processo de produção de um lote de IFA leva em média 45 dias e são necessários mais 25 dias para ser envasado e para passar pelo controle de qualidade. Os primeiros lotes de vacina com IFA nacional só devem estar disponíveis em meados de outubro.

“As instalações estão em fase final de adequação e em abril a gente quer ter tudo pronto para haver certificação e inspeção da Anvisa, que dever vir aqui na última semana de abril para esse trabalho e nos conceder as condições técnico-operacionais, e em maio comece a produção dos lotes de pré-validação“, afirmou Zuma.

“Só com essa autorização da Anvisa a gente pode manipular um agente biológico dentro de um laboratório... a vacina já deve estar com primeiro lote pronto em julho , mas aí entra a questão regulatória, lotes de consistência e outras regras”, adicionou.

Com o calendário apertado para entregar 110 milhões de doses no segundo semestre com IFA próprio, a Fiocruz poderá ter que importar mais vacinas prontas e novos lotes de IFA, reconheceu o diretor de Biomanguinhos. “Nosso foco é garantir 110 milhões, e como vai ser estamos trabalhando", disse.

A Fiocruz já havia antecipado em fevereiro que antevia percalços para produzir vacinas com o IFA próprio e que tinha aberto negociação com a AstraZeneca para importar mais doses ou insumos.

Fonte:  por Reuters - Brasil.


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