sexta-feira, 30 de abril de 2021

Mão amiga na fome

Entre os diversos impactos da pandemia no Brasil, um dos mais devastadores atinge a população em seu ponto mais vulnerável e faz com que muitas famílias voltem a enfrentar um pesadelo que, no passado, já havia sido superado: a fome. Nos últimos meses de 2020, mais da metade dos lares brasileiros (55,2%) conviveram com algum grau de insegurança alimentar, segundo uma pesquisa.

O levantamento foi realizado pelo Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, via Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan), sendo visitados 2, 1 mil domicílios. Sem ajuda efetiva do Governo, esse é apenas um dos índices que apontam a gravidade da situação no País, que deve retornar ao Mapa da Fome, do qual havia saído em 2014.

Pensando em minimizar os problemas de famílias menos favorecidas, que são as mais atingidas pela desigualdade, o projeto Amigos do Bem tem dedicado suas forças para ajudar lares isolados localizados no sertão nordestino por meio de doações de alimentos. Segundo a ONG, com o agravamento da covid-19 e a consequente crise econômica, as arrecadações para o projeto caíram pela metade nos meses de janeiro e fevereiro de 2021.

“Sabemos que o momento é muito difícil para todos os brasileiros, mas contamos com a solidariedade de quem pode nos ajudar. Eles não têm para quem pedir”, afirma Alcione Albanesi, fundadora do Amigos do Bem. A organização já realizou uma ação emergencial em 2020 para conter os efeitos da pandemia nessas famílias e agora faz um novo apelo para uma nova campanha.

A ideia é distribuir 100 mil cestas básicas que devem atender mais de 500 mil pessoas, além de manter os projetos já existentes. “Retomamos nosso plano emergencial e vamos unir forças novamente para ajudar as milhares de pessoas atendidas nas regiões mais carentes do país”, enfatiza Alcione. 

Com atuação na região onde se concentra a maior parte das pessoas em situação de extrema pobreza, os esforços vão para o sertão nordestino, onde de acordo com o IBGE, 24,3 milhões de pessoas vivem abaixo da linha da pobreza. As doações podem ser feitas pela internet, através do link da Ong.

Aumento da ajuda – O presidente Jair Bolsonaro pretende aumentar o valor médio do benefício que é pago por meio do programa Bolsa Família. O reajuste sairia de R$ 192 para R$ 250 a partir de agosto ou setembro. A apoiadores na saída do Alvorada, Bolsonaro disse: “Só com o auxílio emergencial no ano passado nós gastamos mais do que 10 anos de Bolsa Família. Então para o PT que fala tanto em Bolsa Família, hoje a média está em R$ 192. O auxílio emergencial está em R$ 250. É pouco, sei que é pouco, mas é muito maior que a média do Bolsa Família. A gente pretende passar para R$ 250 agora em agosto ou setembro”.

Virou rainha – Apesar de ter experiência em gestão pública em três municípios, o único, aliás, prefeito itinerante do Estado – administrou Igarassu, Itapissuma e voltou a governar Paulista – Yves Ribeiro (MDB) virou piada de mau gosto em Paulista e ganhou até um apelido: Rainha da Inglaterra. Tudo porque, mais perdido do que cego em tiroteio no novo desafio delegado pelo povo, entregou, literalmente, o comando do seu governo a Jorge Carrero, o supersecretário, que usa seu poder e influência de olho numa vaga na Assembleia Legislativa, em 22.

Gestão paralela – Outro também que não anda nada bem é o prefeito do Cabo, Keko do Armazém. Cometeu equívocos de quem nunca leu os conselhos de Maquiavel, como o de manter auxiliares da gestão passada em vários cargos estratégicos. Seu governo não tem estratégia e é oco em realizações, tanto que ninguém sabe, na verdade, o que ele fez nos 100 primeiros dias. Seu governo tem um subprefeito: o ex-prefeito Elias Gomes, que botou o filho Betinho na pasta com o segundo maior orçamento, Educação, e faz uma gestão paralela.

Para inglês ver – Já em Igarassu, Elcione Ramos é prefeita de mentirinha. Quem continua gerindo os destinos do município é o ex-prefeito Mário Ricardo, que a elegeu e já faz planos para disputar um mandado na Assembleia Legislativa. Elcione não consegue sequer cumprir uma agenda administrativa em Brasília sozinha. É sempre vista e “assessorada” pelo criador, que o poder saiu dele, mas ele não desencarna do poder.

Ver para crer – Nem mesmo os aliados do deputado Wolney Queiroz, líder do PDT na Câmara dos Deputados, acreditam no cumprimento das suas ameaças à aliança governista, de que romperá em 22 se o PSB reatar seu casamento com o PT na disputa pelo Palácio das Princesas. Por um motivo muito simples: nas eleições de 2018, o PDT apoiou Mauricio Rands para governador da boca para fora, não largando cargos na gestão de Paulo Câmara, como a Secretaria de Trabalho e o Prorural.

CURTAS

ACORDOU – O Governo atendeu, enfim, o clamor da população do Moxotó e Pajeú e abriu licitação para restaurar o restante da estrada que liga o distrito de Cruzeiro do Nordeste a Sertânia. São mais de 40 km, mas, estranhamente, só foram recuperados 9 km. O restante é um mergulho no precipício, só não reconhecido pela secretária Fernandha Batista, de Infraestrutura.

BATEU, LEVOU – Toda vez que Wolney Queiroz (PDT) atacar a gestão de Raquel Lyra (PSDB) em Caruaru quem sairá em defesa da prefeita tucana será o também deputado federal Fernando Rodolfo (PL). É a antecipação da polarização pela disputa dos votos para renovação do mandato para a Câmara dos Deputados. É a briga do bateu, levou.

Perguntar não ofende: O Congresso fará alguma mudança nas atuais regras do jogo para as eleições de 22?

Fonte: Blog do Magno Martins.

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