Focado na criação de uma frente ampla e visando a por em prática a ampliação de uma interlocução também com partidos de centro, o ex-presidente Lula desembarca em Brasília na próxima semana. Terá conversas informais e formais num roteiro que inclui agendas também com partidos de centro. No início do mês, em entrevista ao programa É da Coisa, da BandNews, Lula declarara o seguinte: "Vamos construir alianças com setores de esquerda. Se for preciso alianças com o centro, vamos tentar!". A anulação das condenações contra o líder-mor do PT, confirmada pelo plenário do STF, ratificando sua elegibilidade, tende a acelerar a estratégia de atrair apoio de legendas do centro e centro-esquerda em troca de conceder apoios em palanques regionais. O script das conversas na Capital Federal com "gente da política", como descrevem petistas, deve passar também por uma ausculta de lideranças do PT. Há chances elevadas, por exemplo, que Lula, após reassumir o posto de postulante ao Palácio do Planalto, ir à mesa também com o senador Humberto Costa. Humberto pode ter papel relevante na retomada da interlocução com o PSB em Pernambuco. Como a coluna registrara com exclusividade, o senador foi à mesa com o governador Paulo Câmara, no Palácio do Campo das Princesas, no último dia 8. O encontro se deu no day after da construção iniciada nacionalmente por Lula no sentido de refazer as pontes com o PSB. O socialista, vice-presidente nacional do PSB, recebeu o petista, eleito em sua chapa, em 2018, para uma troca de impressões sobre a reunião virtual entre lideranças do PT e do PSB capitaneada pelo líder-mor dos petistas. Após esse encontro com Paulo Câmara, Humberto pode estar no radar das conversas de Lula da semana que vem. Em função da pandemia da Covid-19, há uma expectativa de que Lula faça algumas conversas individuais com lideranças que se encaixam nesse perfil que o PT pretende buscar para formação de uma frente ampla, visando ao combate da gestão Jair Bolsonaro.
"Governo saiu claramente derrotado"
Representante de Pernambuco na CPI da Pandemia, instalada ontem, o senador Humberto Costa avalia que, no primeiro dia da Comissão Parlamentar de Inquérito, o "governo saiu claramente derrotado". O petista enumerou as tentativas dos governistas de impedir instalação, realçou que a gestão Bolsonaro atuou para "tirar nomes de pessoas, para ter o comando da comissão, para impedir Renan Calheiros de ser o relator e nada deu certo".
Tendência - Em relação às sub-relatorias da CPI, Humberto Costa relata que a sugestão feita a Renan Calheiros foi de que ele não criasse uma sub-relatoria de acompanhamento da aplicação das verbas federais por Estados e Municípios. "Nossa avaliação com ele foi de que não criasse. O governo pode querer fazer da CPI uma competição", assinala o petista.
Revival - Sobre o projeto presidencial de Ciro Gomes, integrantes da Frente Popular avaliam que o "PSB não pode entrar abaixado" na aliança com o PT, o que leva, dizem parlamentares, a uma coreografia necessária de acenos ao PDT. Houve gestos de Geraldo Julio e Paulo Câmara ao PDT essa semana após Wolney Queiroz quebrar silêncio sobre o revival do PT com o PSB.
Coreografia - O prefeito João Campos, que contou com Ciro Gomes em um dos seus maiores atos de campanha no Recife e ainda com aparição do presidenciável pedetista no seu guia eleitoral, já vinha oferecendo resistência à aliança com o PT. "Isso é coreografia. João (Campos) é disciplinado", pontua uma fonte governista, sinalizando que o prefeito não deixaria de aderir a uma aliança com o PT, caso o partido assim decida.
Fonte :Folha de PE.
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