Lamentável tudo o que ocorreu, ontem, nos Estados Unidos, com a invasão do Capitólio, a sede do parlamento americano, por militantes mobilizados pelo presidente Donald Trump, para impedir, num ato contra a democracia, a contagem oficial dos votos da vitória do presidente Joe Biden. Por tudo que já foi noticiado, parlamentares podem até contestar o resultado dos estados e levar a rejeição dos votos aos plenários.
Mas isso é algo bastante improvável de ocorrer, porque os democratas são majoritários na Câmara e porque a tentativa de reversão do resultado encontrou resistência até entre senadores e deputados republicanos. Dois aliados do presidente Donald Trump, o vice-presidente Mike Pence e o líder da maioria republicana no Senado, Mitch McConnell, rejeitaram mudar o resultado das eleições.
Os dois participaram da sessão conjunta no Congresso para a contagem dos votos do Colégio Eleitoral. Biden venceu por 306 votos contra 232 de Donald Trump. Após políticos trumpistas apresentarem uma objeção aos resultados do Arizona – tradicional reduto republicano vencido por Biden em novembro –, o senador McConnell fez duro discurso aos colegas de partido. McConnell foi um dos principais escudeiros do governo Trump no Congresso.
Trump insiste na tese de que as eleições presidenciais foram fraudadas e que eleitores em situação irregular votaram. Entretanto, nenhuma prova foi apresentada e o presidente perdeu todas as tentativas de reverter na Justiça o resultado eleitoral.
Toque de recolher – A emissora NBC informou que o vice-presidente Mike Pence — responsável por presidir a sessão conjunta do Congresso para a contagem dos votos — foi retirado do edifício. Ao menos uma janela de vidro foi quebrada, gás lacrimogênio foi disparado pela polícia do Capitólio e guardas foram feridos. Em uma rede social, Trump pediu — após a invasão — que os protestos fossem pacíficos e que manifestantes confiassem nas forças policiais. Por causa dos confrontos, a prefeita de Washington, Muriel Bowser, declarou toque de recolher na cidade.
Lançamento – O deputado Baleia Rossi (MDB-SP) lançou, ontem, sua candidatura à presidência da Câmara, através de um vídeo pelas redes sociais. Baleia é presidente de seu partido e está em seu segundo mandato como deputado federal. “Hoje, lanço oficialmente minha candidatura à Presidência da Câmara. Estão comigo nessa jornada 11 partidos. Somos muitos. Pensamos e agimos diferente. Mas somamos forças para manter a #DemocraciaViva e a #CâmaraLivre, escreveu o congressista no Twitter, destacando as palavras de ordem de sua campanha.
Maravilha – O presidente Jair Bolsonaro disse, ontem, que “o Brasil está bem, uma maravilha”. A declaração foi feita um dia depois dele próprio afirmar que o País estava quebrado e que não conseguia fazer nada. “Confusão, você viu? Eu falando que o Brasil estava quebrado. Não, o Brasil está bem, uma maravilha. A imprensa sem vergonha, essa imprensa sem vergonha faz uma onda terrível aí. Para a imprensa, bom estava Lula, Dilma, gastando R$ 3 bilhões por ano para eles”, disse Bolsonaro em frente ao Palácio da Alvorada.
Fidelidade canina – Na primeira entrevista após tomar posse, solenemente, por videoconferência, ontem, em Brasília, o deputado Milton Coelho, que passa a substituir João Campos na bancada do PSB, garantiu que será fiel ao partido, votando no candidato Baleia Rossi (MDB-SP) na disputa pela Presidência da Câmara. Milton tem histórico de lealdade ao partido, que já presidiu no Estado, saindo do seu comando para ser o vice-prefeito de João da Costa. Antes de assumir o mandato em Brasília, na condição de primeiro suplente, Coelho foi chefe de gabinete do governador Paulo Câmara.
CURTAS
VACINA – O anúncio do prefeito João Campos (PSB) sobre a compra da vacina contra a Covid-19, caso o Governo Federal não disponibilize em tempo hábil, foi bem recebida entre os demais novos prefeitos. Yves Ribeiro (MDB), de Paulista, afirmou que sua prioridade é salvar vidas vacinando em massa a população. Keko do Armazém (PL), do Cabo, defendeu a compra da vacina por meio do Consórcio Metropolitano.
LOCKDOWN – Aliás, esta foi a principal temática da reunião dos gestores da Região Metropolitana, ontem pela manhã, com o governador Paulo Câmara. Também ficou acertado que não haverá nenhuma medida mais radical, como a decretação de lockdown, conforme chegou a ser ventilado. Os prefeitos estão extremamente preocupados com o aumento dos casos de coronavírus nos últimos 40 dias.
Perguntar não ofende: O que se deu, ontem, nos Estados Unidos, pode ser extremismo da direita fascista?
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