O presidente do PSL, Luciano Bivar (PSL-PE), convocou reunião da Comissão Executiva Nacional do partido para a próxima terça-feira. Quer encaminhar ao Conselho de Ética da sigla processos contra 20 deputados que participaram do movimento de aproximação com Arthur Lira (PP-AL) contra a vontade da direção do partido. Dos 53 deputados do PSL, 32 assinaram uma lista para que o partido faça parte do bloco pelo qual Lira disputa a presidência da Câmara.
A bancada, porém, tem apenas 36 deputados com plenos direitos dentro da Câmara (17 estão suspensos). Não foi a maioria desses que assinou, por isso o partido não embarca no bloco no momento. A cúpula do PSL está fechada com Baleia Rossi (MDB-SP). Rival de Lira, é o candidato favorito do atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). A eleição será no início de fevereiro.
As 20 representações que a Executiva do PSL encaminhará ao Conselho de Ética foram feitas pelo deputado Junior Bozzella (PSL-SP), presidente do diretório estadual da sigla em SP. Trata-se de problema anterior à disputa da presidência da Câmara. O PSL era uma sigla nanica até 2018, quando elegeu seus deputados na onda de Jair Bolsonaro. Contando os suspensos, tem hoje a maior bancada da Câmara.
A sigla rachou em 2019, o presidente da República deixou a legenda, e parte da bancada continuou fiel a ele. Bolsonaro apoia Arthur Lira na disputa da Câmara. Ao Poder360, site do jornalista Fernando Rodrigues, Bozzella defendeu suspensão ou expulsão desses deputados. “Existe uma série de representações por infidelidade partidária, está demais”, disse ele.
O articulador – Vitor Hugo articulou as assinaturas pró-Lira. Ele também foi líder do governo antes de Ricardo Barros (PP-PR) assumir o posto, em agosto de 2019. É um dos mais próximos do presidente da República. Não é possível dizer quando os processos terminarão. Se a decisão final for por expulsão deverá haver nova disputa. Quando um deputado troca de partido fora do período de tempo previsto para isso, perde o mandato e a legenda ganha um novo representante na Câmara. Se a sigla expulsa, normalmente o deputado expulso mantém o mandato e a legenda perde uma cadeira na Câmara.
Pau em Maia – O presidente Jair Bolsonaro disse, ontem, que o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), criticou o PT no passado e agora se juntou à sigla na eleição para seu sucessor na Casa. “Pelo poder, água e óleo se misturam. Se bem que aí não acho que é água e óleo não, são duas coisas bem parecidas”, disse a apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada. Foi uma das primeiras declarações do presidente sobre o pleito da Câmara dos Deputados, que será realizado em fevereiro, desde que os candidatos foram definidos. Quem vencer a eleição terá mandato de dois anos à frente dos congressistas.
Apoio a Lira – O deputado Arthur Lira (PP-AL), candidato à presidência da Câmara, anunciou, ontem, que registrou seu bloco e que o grupo inclui deputados do PSL, cuja cúpula está fechada com o concorrente Baleia Rossi. Entrar em um bloco na Câmara não é decisão da direção do partido, mas da bancada. Lira afirma que teve a assinatura de 32 dos 53 deputados do PSL. Também assinaram PL, PP, PSD, Republicanos, Pros, PSC, Avante e Patriota.
Compra da vacina – O prefeito do Recife, João Campos (PSB), assinou, ontem, um memorando de entendimento com o Instituto Butantan solicitando um milhão de doses da CoronaVac, vacina contra a Covid-19 produzida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o instituto brasileiro, para a cidade. Segundo o prefeito, o memorando formaliza que existe a intenção da compra e da venda da vacina e o documento vai ser assinado também pelo Instituto Butantan, mas não há um prazo para isso.
CURTAS
FUSÃO – Maior operadora de plano de saúde do Norte e Nordeste, a Hapvida está em negociação para se unir à gigante Notredame Intermédica, com potencial de criar uma empresa do setor de saúde com cerca de R$ 100 bilhões de valor de mercado. A operação ocorre em meio a um cenário de aumento de competição no segmento e de muitos movimentos de fusões e aquisições, algo que deve ganhar ainda mais corpo com a abertura de capital da maior rede de hospitais privados do País, a Rede D'Or.
IMORALIDADE – Sem precisar participar de nenhuma votação e nem sequer pisar em Brasília, a senadora Nailde Panta (Progressistas-PB) poderá receber até R$ 52 mil entre salário e verbas indenizatórias por apenas 15 dias no cargo, no recesso parlamentar. Segunda suplente na chapa de Daniella Ribeiro (Progressistas-PB), a parlamentar tomou posse na última quarta-feira, mas só deve ocupar a vaga até o dia 21 deste mês, quando a titular retorna de licença. Mesmo assim, terá direito a todos os benefícios previstos nas regras internas do Senado.
Perguntar não ofende: Quem ganha a eleição na disputa pela presidência da Câmara dos Deputados?
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