Ainda durante a pré-campanha, o PSB ao perceber a resistência do PT em apoiar a candidatura de João Campos à Prefeitura do Recife, decidiu internamente que, diferente de 2018, a ordem, agora, seria pagar para ver, na abertura das urnas, o tamanho de Marília Arraes. Em outras palavras, se, há dois anos, socialistas envidaram esforços mais vultuosos que resultaram na retirada de Marília do páreo, desta vez, a despeito das tentativas de construção, socialistas resolveram que não iriam "mendigar" apoio e que seria até positivo "descosntruir esse mito" de que a petista só não venceu a corrida pelo Governo do Estado porque foi impedida de disputar.
Agora, com as campanhas de João Campos e de Marília Arraes oficialmente na rua e com o guia eleitoral em curso, a segunda rodada da pesquisa Folha/Ipespe aponta que o socialista abriu 15 pontos percentuais em relação à petista. De acordo com o levantamento, ele pontua, hoje, com 33% (tinha 16%). Marília, por sua vez, tem 18% (tinha 22%). Com margem de erro de 3,5 pontos percentuais, a amostra apresenta um empate técnico entre a petista e Mendonça Filho, que registra 16% (tinha 13%) e, no limite da margem, ela também empata com Delegada Patrícia, que agora, aparece com 13% (tinha 14%). A liderança de João Campos e a desidratação de Marília se dão na esteira de uma polarização mais intensa entre os dois que passou a ocorrer após o início do guia eleitoral. Na fase inicial da campanha, a petista centrou mais fogo em Patrícia Domingos, que, na simulação de 2º turno, é quem provoca um jogo mais duro com o herdeiro do ex-governador Eduardo Campos. Ainda de acordo com a consulta Folha/Ipespe, em uma simulação entre João Campos e a Delegada Patrícia, ele teria 45% contra 40% dela. Se a disputa for João versus Marília, o socialista teria 43% e a petista 37%. Com o meio de campo embolado entre Marília, Mendonça e Patrícia, aliados dos postulantes aguardam para saber se a disputa será resolvida no 1º turno ou no 2º turno. Um vitória de João Campos sobre a prima consolidaria a tese do PSB de "desfazer o monstro criado" depois que Marília terminou vitimizada em 2018, ao ter sua candidatura rifada pelo PT, que acabou apoiando a reeleição de Paulo Câmara.
Com 2022 na mira
Marília Arraes figurava como um trunfo, até mesmo para petistas contrários à candidatura própria, nas negociações com o PSB. Seria o motivo mais determinante para socialistas manterem a ponte com o PT. Se o PSB consolidar o plano de "bater Marília na urna", pode desconstruir um instrumento de barganha importante dos petistas.
Inverteu > Na hipótese de 2º turno, João Campos, de acordo com a amostra do Ipespe, venceria em todos os cenários testados: João (43%) x Marília (37%); João (45%) x Mendonça (32%) e João (45%) x Patrícia (40%). Na primeira rodada da pesquisa, era Marília Arraes quem figurava vencendo em todos os cenários de 2º turno.
Investe... > Nos últimos dias, a campanha de Patrícia Domingos vem massificando a ideia de que só ela venceria o PSB no 2º turno. Com o meio de campo embolado entre Marília, Mendonça e Patrícia, aliados deles alertam para a iminência do voto útil.
...em mim > Entre os nomes que disputam lugar num 2º turno, Marília caiu de 22% para 18%, Patrícia oscilou dentro da margem de erro, de 14% para 13%, e Mendonça Filho oscilou de 13% para 16%.
Filigranas > Com as filigranas sendo levadas em conta, quatro pontuaram com 1%: Coronel Feitosa, Marco Aurélio, Charbel e Thiago Santos. Carlos Andrade Lima e Cláudia Ribeiro figuram com 0%.
Fonte: Folha de PE.
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