Por Dennys Sousa, Cientista Político
O segundo turno das eleições presidenciais ocorreu no dia 30 de outubro de 2022. Passados quase 7 meses, o país continua dividido. De um lado o bolsonarismo materializado na figura do ex-presidente Bolsonaro (PL), do outro lado o lulismo que vem enfrentando dificuldades em se modernizar devido ao “modus operandi” do presidente Lula (PT).
Desde que retornou para o Brasil, o ex-presidente Bolsonaro (PL) vem sofrendo com as investidas intensas dos seus opositores. Mesmo fora do país entrou na conta de Bolsonaro os ataques de 08 de janeiro às instalações do poder político em Brasília. Em seguida, o caso das joias trouxe em evidência o ex-presidente e sua família. Nas últimas duas semanas veio à tona o escândalo dos cartões de vacina e por último a prisão do seu chefe de ordem por lavagem de dinheiro. Está claro que os ataques não irão parar, mas o ex-presidente ainda é o maior adversário que Lula tem para enfrentar nas urnas.
O presidente Lula (PT), mesmo tendo a maioria na câmara federal, enfrenta dificuldades para ter pautas importantes aprovadas. O chefe do executivo tem grande habilidade em negociar com a classe política, mas está sendo blindado pelos seus aliados para não se expor e ter seu nome ligado a possíveis escândalos, como ocorreu em 2005 com o mensalão, no seu primeiro governo. Lula não poupa ataques ao ex-presidente Bolsonaro, nesta sexta-feira (12), chamou o governo de Jair Bolsonaro de “antidemocrático” e disse que o ex-presidente está “com o rabinho preso”. O petista fez referência ao fato de Bolsonaro ter sido alvo de uma operação da Polícia Federal e estar envolvido no caso das joias milionárias doadas pelo governo da Arábia Saudita enquanto chefe do Executivo federal.
Do outro lado Bolsonaro diz que vai processar Lula por declaração sobre mortes na pandemia. Ele afirma que vai entrar com duas ações contra o petista na próxima semana, sendo uma criminal e uma cível.
Ainda faltam 4 anos para as próximas eleições presidenciais, mas o mote está desenhado e essa será a temática nesse período. Tanto Bolsonaro quanto Lula terão grandes desafios para se manterem no páreo.
Ao presidente Lula que além de agradar a classe política, terá uma tarefa difícil que é aprovar reformas importantes tanto na câmara federal quanto no senado, não podemos esquecer que os resultados na economia também serão um fator importante para o sucesso do seu governo.
Para Bolsonaro, estar em evidência durante esse período o credenciará para uma possível revanche com Lula. Se nesses 4 anos o ex-presidente conseguir se manter de pé como grande líder da oposição, ele chegará tão forte quanto saiu em 2022. E nos arredores desse ringue, ganhou destaque essa semana o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (REPUBLICANOS), pupilo de Bolsonaro, que conseguiu um feito inédito no país, aprovou na ALESP o salário-mínimo paulista de R$ 1.550,00. Chefe da maior cidade do país e também do maior colégio eleitoral, Tarcísio se apresenta como um grande cabo eleitoral e possivelmente um grande nome na corrida presidencial de 2026.
E agora? – Ainda estamos longe das próximas eleições presidenciais. Mas será que teremos uma revanche entre Lula e Bolsonaro?
Dennys Sousa, Cientista Político
Fonte:Blog Ponto de Vista.
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