Ao manter no Governo o todo enrolado ministro das Comunicações, Juscelino Filho, o presidente Lula cometeu um erro gravíssimo, que pode ter um preço caro no futuro. As acusações, comprovadas, são gravíssimas. Vão desde ocultação de patrimônio, uso de jatinho da FAB em viagem particular, com diárias da União, até um sócio do seu haras como funcionário fantasma do seu gabinete, na Câmara dos Deputados.
Mas parece que Lula, preso sob a acusação de comandar uma quadrilha, não conseguiu tirar nenhuma lição da prisão, resultado da acusação de ser chefe de quadrilha na operação Lava Jato. Manter Juscelino é dizer que compactua com todo e qualquer tipo de safadeza, abre um precedente para que outros ministros possam também confundir o público com o privado, sem risco de punições.
Lula teria decidido manter o auxiliar mais sujo do que poleiro de galinha a pedido de aliados, que citam ao menos três principais motivos: não se indispor com União Brasil, abrir a porteira para saída de ministros e criar desgaste com pouco mais de dois meses de governo. Na semana passada, o presidente havia demonstrado insatisfação com a postura do ministro e afirmou que, caso não comprovasse sua inocência, ele não seria mantido no governo.
Em entrevista à BandNews, na quinta, Lula afirmou que teria uma conversa com Juscelino e que ele deixaria o governo se não conseguisse provar sua inocência. A saída do ministro dividia aliados do chefe do Executivo. Enquanto a presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), defendeu o afastamento temporário dele, outra ala do entorno de Lula vinha pregando que ele não poderia ser demitido no curto prazo.
Um grupo de aliados do presidente vinha argumentando que demitir Juscelino neste momento poderia ser prejudicial para a construção da base na Câmara e ainda passar uma mensagem negativa com menos de três meses de governo. Para alguns interlocutores de Lula, a saída de Juscelino Filho poderia gerar ruídos no Congresso com a União Brasil, que, além dele, influenciou a indicação de titulares de outros dois ministérios.
Conversa para boi dormir!
Pasta esvaziada – O ministro das Comunicações está esvaziado. Ficou no cargo, mas não participa, por exemplo, de uma das principais discussões no setor de comunicações: a regulação das big techs. A Secretaria de Política Digital, que sempre esteve vinculada ao Ministério, foi transferida para a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República. A Secom está sob o comando do petista Paulo Pimenta. O tema da regulação tem sido debatido internamente do governo com participação de integrantes da Casa Civil.
Gestão sem transparência – Em entrevista, ontem, ao Frente a Frente, pela Rede Nordeste de Rádio, a líder da oposição na Assembleia Legislativa, Dani Portela (Psol), disse que o Governo Raquel começou com transparência zero. Referia-se ao fato do Portal da Transparência não estar sendo atualizado desde que a tucana tomou posse. “Tudo isso se dá por falta de pessoa, provocado por ausência de transição. Por ironia, quando deputada, a governadora foi autora do projeto de transição e não fez patavinas de transição quando assumiu”, afirmou.
Estado parado – Para a líder oposicionista, a impressão que fica do governo é que o Estado está completamente paralisado. “Tem muitas repartições que estão sem funcionar, porque depende de servidores ainda não nomeados”, disse Portela, adiantando que a governadora também deixou as crianças sem acesso ao programa de leite e até sem merenda das escolas. “Estamos assistindo a um início de governo muito complicado, porque não houve continuidade de governo”, desabafou.
Mais bombeiros – Um dia após o terceiro ataque de tubarão em duas semanas no Grande Recife, a governadora Raquel Lyra (PSDB), disse, ontem, que vai realizar concursos públicos para recompor o quadro do Corpo de Bombeiros e reforçar a fiscalização nas praias. “A falta de efetivo atinge Pernambuco há muito tempo, mas a gente não consegue suprir isso de imediato. A gente vai, sim, abrir concursos novos, mas a gente precisa do apoio dos municípios para cumprirem seu papel”, afirmou. A governadora não informou, porém, quando os certames serão realizados.
Primeira-dama assume área social – No Dia Internacional da Mulher, o prefeito de Arcoverde, Wellington Maciel (MDB), deve confirmar, hoje, a primeira-dama Rejane Maciel na pasta de Ação Social. Na prática, ela já vinha desenvolvendo muitas ações na área. Dedicada ao que faz, tem um rico currículo na área administrativa e chega com disposição de dar uma nova roupagem à pasta, prioritária na gestão em razão de desenvolver programas voltados para minimizar os efeitos da fome no município.
CURTAS
NOVA FEDERAÇÃO – O PDT e o PSB devem anunciar nos próximos dias um acordo de federação na Câmara dos Deputados. As conversas entre os presidentes dos dois partidos, o ministro da Previdência Social Carlos Lupi e o advogado Carlos Siqueira, estão avançadas no sentido de oficializar o consórcio. Os dois estiveram reunidos, ontem, para estreitar relações. “Boa conversa sobre a conjuntura nacional e a relação e cooperação dos nossos partidos PSB/ PDT”, escreveu Siqueira em seu perfil no Twitter.
RETIRADA – Cumprindo liminares de reintegração de posse dadas pela justiça, a Polícia Militar realizou, ontem, a retirada de integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) que há oito dias ocupavam três fazendas de reflorestamento da empresa Suzano, no sul da Bahia. Não houve conflitos.
Perguntar não ofende: A bancada dos independentes na Assembleia é o novo Centrão?
Fonte: Blog do Magno Martins.
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