Araújo pede pressão popular por reformas reais
JOÉDSON ALVES/EFE - 17.03.2021Mais de um mês após pedir demissão do cargo de ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo criticou neste sábado (1º) no Twitter a forma como o presidente Jair Bolsonaro vem se portando desde meados de 2020. "Um governo popular, audaz e visionário foi-se transformando numa administração tecnocrática sem alma nem ideal. Penhoraram o coração do povo ao sistema", criticou.
Segundo o ex-chanceler, a aproximação de Bolsonaro com políticos do chamado Centrão fez o governo se perder. "O projeto de construir uma grande nação minguou no projeto de construir uma base parlamentar."
"Ao eleger o PR Bolsonaro, em 2018, o povo brasileiro ganhou a chance de transformar o Brasil, de uma cleptocracia numa verdadeira democracia. Chegamos a avançar. Mas, a partir de meados de 2020, a reação do sistema, cavalgando a pandemia, começou a desmantelar essa esperança", analisou.
Araújo, que só deixou o posto (em 29 de março) após ser alvo de forte pressão de setores políticos, médicos e econômicos, que viam nele um entrave às negociações por vacinas e insumos da China e na relação com outros parceiros comerciais, diz que se demitiu para não trair seus princípios.
"Assisti a esse processo com angústia e inconformidade, e fiz o que pude, até onde pude, para preservar a visão original. Nisso estive quase sozinho. Vi confiscarem ao Presidente seu sonho, anularem suas convicções, abafarem sua chama (Não deixei que abafassem a minha)."
Apesar das críticas e do pessimismo dos posts, o ex-ministro tentou ser otimista ao dizer que o povo deve fazer pressão por reformas consistentes e pedir para Bolsonaro voltar a ser o mesmo que foi eleito em 2018, "aquele que prometeu derrotar o sistema, o líder de uma transformação histórica e constitucional, o portador de uma missão".
Fonte:Do R7.
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